quarta-feira, 29 de abril de 2015
Batismo de pimpolhos – fundamentos na Bíblia e na Tradição
Na Antiga Aliança, para selar o pacto com Deus, o que deveria fazer um homem ou menino? Cortar a pele do prepúcio – ou seja, fazer a circuncisão. Essa pequena cirurgia no bilau – que deveria causar arrepios nos escolhidos do Senhor – era o rito de iniciação na fé judaica. Com o estabelecimento da Nova Aliança, a circuncisão foi abolida, sendo substituída pelo Batismo, como explicou São Paulo:
“Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressurgistes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Col 2,11-12)
Ora, se na Antiga Aliança os filhos de judeus eram batizados ainda bebês, apenas oito dias após seu nascimento, é natural que na Nova Aliança o rito de iniciação na fé seja também realizado com os pequeninos de Deus. Os bebês não possuem pecados pessoais, mas nasceram com a mancha do PECADO ORIGINAL, da qual são lavados no batismo.
CURIOSIDADE – BATISMO POR IMERSÃO
Nas igrejas católicas de Rito Latino, o a batismo de adultos ou crianças, em geral, é feito por aspersão (ou seja, basta lançar água sobre a cabeça). Já nas igrejas católicas de Rito Oriental – e também nas Igrejas Ortodoxas – o batismo é feito por imersão (precisa mergulhar o corpo inteiro na água).
O batismo de crianças por imersão é uma tradição belíssima que produz cenas comoventes, como esta:
E muitas cenas hilárias também!
O costume de batizar bebês e crianças é praticado na Igreja DESDE SEMPRE. Isso é conteúdo da Sagrada Tradição (para saber o que é Sagrada Tradição, clique aqui), ou seja, algo que foi ensinado pelos próprios Apóstolos. A prova disso é que os Padres da Igreja primitiva atestavam isso em seus escritos. Vejam:
“Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas.” (Hipólito, ano 215 – Tradição Apostólica 21,16).
“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito.” (Orígenes, ano 248 – Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9)
Além dessas evidências incontestáveis – a iniciação ritual de crianças no Antigo Testamento e o testemunho dos escritores da Igreja primitiva – podemos notar que nenhuma passagem bíblica restringe o batismo apenas aos adultos. Pelo contrário, os Atos dos Apóstolos garantem que fazendo questão de abençoar as crianças, Jesus disse:
“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.” (Lc 18,15-16)
Certamente, bebês e crianças muito pequenas não têm consciência de seus pecados e não têm capacidade de professar a fé cristã. Mas seus pais têm autoridade para consagrá-los a Deus, assim como os pais hebreus, no Antigo Testamento, que consagravam seus filhos no Templo, ainda que esses pequeninos não tivessem capacidade de compreender a Lei do Senhor. Se o batismo substitui a circuncisão, é lógico que as crianças devem continuar a ser iniciadas na fé, com seus pais e padrinhos assumindo as promessas envolvidas nesse rito, até que os filhos cheguem à idade adulta.
Partilhando dessa mesma crença, luteranos, calvinistas e anglicanos também ensinam que ninguém tem direito de negar o batismo às crianças, a quem pertence o Reino dos Céus.
Fonte: http://ocatequista.com.br/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.