“Sim, em Abril de 1968, fazia eu os
meus estudos. Em geral eu estudava à noite, porque, nessa época do ano, há
calor, então prolonga-se a vigília. E depois, isso começou – era à noite,
pela 8 ou 9 horas – começámos a ouvir gritos que vinham da rua, da região
da igreja. Então perguntei ao pessoal que trabalha em nossa casa o que se
passava lá fora.
Contaram-me que havia uma
manifestação, sem dúvida, perto da igreja. Mandei alguém até lá para
observar o que se passava, porque aquilo aumentava. Disse-nos que havia
pessoas que tinham observado luzes, alguma coisa, truques que não eram
normais.
Não liguei importância por ser
“demasiado belo” para acreditar nisso. Mas isso prosseguiu toda a noite. E
depois, no dia seguinte, os vizinhos começavam a relatar, começavam a
dizer..., contavam histórias, que existiam visões, truques. Por isso, de
manhã, fui a pé e achei vestígios de um povo que era extraordinário, lá em
baixo: maços de tabaco por todo o lado, latas de conserva, etc.
Foi então que o jardineiro da
igreja, que também era o nosso, veio e me relatou o que se passara no dia
anterior, que haviam ror de gente e que isso causava uma algazarra, que
havia muitas pessoas descontentes e outras satisfeitas com o caso. As
pessoas descontentes afirmavam que isso não era jogo limpo, que essas coisas
se não discutem, etc.
Então, na noite imediata. Isso
levou-me a tomar uma posições, a preparar-me para ver a coisa. Havia então a
garagem, (a garagem, pouco depois, foi demolida, para proporcionar um espaço
mais amplo) edifício que estava em frente da igreja. Preparei tudo:
binóculos, máquina fotográfica, para observar quanto pudesse acontecer nesse
local.
Então – eram umas 7 horas –
começaram a juntar-se multidões enormes, massas... porque o barulho dominava
toda a cidade. E depois a minha instalações não funcionou: todas as pessoas
se achavam nos telhados, havia empurrões, era terrível! Nessa altura disse
eu: “Bom! Volto para casa!”, e vim para aqui.
A dizer a verdade, eu receava pela
casa, por minha mãe, sobretudo porque o escuro era maior e não se
descortinava fosse o que fosse. Até que – os gritos começaram. Era o inicio
da Aparição. Neste momento, não fui capaz de descer, porque a multidão
chegava à porta de casa (mediam uns 300 metros entre a igreja e a nossa
casa).
Era impossível chegar lá... então,
por volta da meia noite, houve companheiros que vieram, que bateram à porta:
eram companheiros de escola e sabiam que eu morava ali. Disseram-me: “Temos
sede”. Beberam. Aqui em nossa casa havia um como que pequeno café: todos os
que conheciam a nossa casa vinham.
Depois, inesperadamente... entre os
rapazes que bateram à porta havia um espadaúdo, muito forte, um dos que não
crêem em nada. Então esse rapaz agarrou-me pelo braço e disse-me; Tens que
vir ver!... Eu não acredito em nada: é a primeira vez que começo a ter fé em
alguma coisa. É incrível, inaudito! Tens que vir! Eram cinco ou seis
companheiros.
Então, lá fomos. Deram as mãos uns
aos outros, fizeram um pequeno circulo e colocaram-me no meio. Então
começaram a empurrar, a empurrar, durante aí meia-hora, até chegarmos
precisamente à porta da igreja. Era ali que se via, era o ângulo de onde se
podia contemplar a Aparição.
Naquele instante, claro, desde que
se vê aquilo (a Virgem Maria), perde-se talvez... cais-se de choque: está a
ver... A Virgem...ou uma luminosidade que se assemelha, que não pode ser
outra coisa senão Ela. Pois, era uma pessoa que ali estava, em luz, não era
senão luz.
E depois, é de tal forma real, é de
tal modo belo, está a ver... não sou capaz de lhe explicar, não se pode ver
algo de mais belo que aquilo (a Virgem Maria). É uma pessoa, vê-se.
Sente-se, que está ali, que sorri, que deseja falar, que pretende comunicar
alguma coisa ao mundo, que está a ponto de conceder qualquer coisa... uma
bênção... não sei como explicá-lo.
E, é certo, não é mais que uma
fracção de segundo, porque, depois disso, é-se empurrado pela multidão que
deseja... (ver também a Virgem Maria), porque só em quatro ou cinco metros
quadrados é que se pode observar o ângulo onde Ela Aparece.
Depois é impossível aguentar,
porque os empurrões recomeçam, embora sejam cinco ou seis pessoas. Depois
voltamos para aqui (para casa). Estava completamente abalado...
(Testemunho de:
“Moshen Taher”, um feliz árabe, entre muitos milhares, que viu Nossa
Senhora).
“Fakhir ajunta ainda um pormenor:
«Quando a virgem Apareceu, todas as pessoas sentiram o odor a incenso; eu
também me apercebi. E é estranho porque, sabe, não era muito perto da igreja
e, (além disso) já não era celebrada Missa as 3 horas e 30 da manhã. Senti-o
duas vezes: na aparição da Santíssima Virgem e quando vimos os pombos, dois
anos mais tarde”.
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