Recentemente, o mundo se estarreceu com uma imagem vinda da Rússia: uma babá muçulmana que decepou a cabeça de uma criança de 4 anos, e saiu gritando pela rua que era terrorista. Refletindo sobre esse horror, uma leitora nos escreveu:
“Minha pergunta não é uma afronta, só gostaria de uma explicação porque tô muito confusa. Por que Deus permite que uma babá jihadista arranque a cabeça de uma criança? Essa notícia me chocou! Por que Deus não interfere nestas coisas? Já me disseram uma vez que nós é que devemos agir, mas como eu, que não sou nada, poderia ter ajudado essa criança?! Eu preciso de uma resposta por favor, são atrocidades como estas que estão me fazendo desacreditar…”
– Eliza
Eliza, certamente sua pergunta não é uma afronta. É uma pergunta que apunhalou o coração de quase todos os homens, inclusive dos profetas da Bíblia (“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”).
A primeira coisa que te digo é: OLHE PARA A CRUZ. Deus assumiu a condição humana em tudo, menos no pecado. Sendo inocente, Ele assumiu a dor a extrema, a humilhação, e depois de três dias venceu a morte. Ressuscitou, aleluia! Assim, mostrou que as injustiças, o mal e o sofrimento não são a última palavra sobre a vida dos homens.
Unindo nossa cruz à do Senhor, também nós alcançaremos a realização profunda de nós mesmos. Podemos viver já nesta vida a alegria da esperança do Paraíso, e no Final dos Tempos ressuscitaremos como Ele para a vida eterna.
Assim como a cruz é um mal relativo – e não absoluto e definitivo –, também o horror que vitimou aquela pobre criança é um mal relativo. A última palavra sobre a vida daquela criança não será a violência insana, mas sim a vitória de Cristo sobre o mal e a morte.
Outro ponto sobre o qual devemos refletir é sobre o livre-arbítrio. Como diz o teólogo protestante W. L. Crayg, “não somos bichos de estimação de Deus”: Ele quer nos atrair para a livre comunhão com Ele. A existência dos maus, que fazem sofrer os inocentes e blasfemam contra o Criador é a maior prova de que Deus preza a liberdade humana, até o extremo.
Ademais – e isso veremos um dia, com uma clareza que não somos capazes de ver agora – se Deus permite um mal, é porque certamente tirará disso um bem muito maior. Na liturgia da Igreja, o Dia dos Santos Inocentes, celebrado no dia 28 de dezembro, nos ajuda a refletir sobre esse grande mistério. A festa faz memória dos bebês de 0 a 2 anos massacrados a mando do Rei Herodes, na tentativa de eliminar o futuro Rei dos Judeus, citado na profecia.
Que dor terrível, que tragédia sucedeu o nascimento do Menino-Deus! A maldade, então, teria eclipsado e superado a alegria do Santo Natal? Não! A encarnação de Deus nos dá a certeza de que o reinado de Satanás está fadado ao fracasso, e de que chegará o dia em que o Senhor “Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição” (Apo 21,4).
Elisa, ou cremos nisso – não só porque queremos crer, mas porque é perfeitamente lógico – ou abraçamos o desespero, porque esse mundo é regado de lágrimas, e os momentos felizes sempre têm fim.
Temos aqui no blog um post sobre isso, para você poder aprofundar o assunto:
Também recomendo que você veja esses dois breves vídeos:
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Alexandre Varela é o apresentador do programa Parlatório, que estreou ontem na WebTV Redentor, da Arquidiocese do Rio. O programa É AO VIVO. Para ver acesse webtvredentor.com.br, todas as quintas-feiras, às 20h, e fique ligado! Dez minutos antes tem PERISCOPE em @ocatequista! Segue a gente lá!
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