Milagre o Testemunho da Verdade

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Santo Antonio


 Santo Antonio de Pádua
“Martelo dos hereges”

O grande Santo de Pádua – ou de Lisboa, sua cidade natal – embora com uma curta existência terrena, tornou-se um dos santos mais populares do mundo, sendo venerado tanto no Oriente quanto no Ocidente.

Protetor dos pobres, o auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas do coração. Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.  “Doutor da Igreja”, “Martelo dos Hereges”, “Doutor Evangélico”, “Arca do Testamento”, “Santo de todo o mundo” – são alguns dos títulos com que os Soberanos Pontífices honraram aquele cuja vida foi, no dizer de um de seus biógrafos, um milagre contínuo.
É o santo dos milagres, tal a quantidade de fatos extraordinários e sobrenaturais, obtidosatravés de sua oração, que acompanhavam a sua pregação. Sua língua está miraculosamente conservada em Pádua, há 775 anos. A sua devoção no Brasil foi uma rica herança dos portugueses.

Natural de Lisboa onde nasceu em 15 de agosto 1195, Ele era o filho único herdeiro dos nobres Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, o futuro santo recebeu no batismo o nome de Fernando. De boa índole, inclinado à piedade e às coisas santas, sua formação espiritual e intelectual foi confiada aos cônegos da Catedral de Lisboa por seu pai, oficial no exército de D. Afonso. Reservado, Fernando preferia a solidão das bibliotecas e dos oratórios às discussões religiosas.

Segundo alguns de seus biógrafos, na adolescência Fernando foi acometido por violenta tentação contra a pureza. Para aplacá-la, estando na catedral, o jovem traçou uma cruz com os dedos, numa coluna de mármore, ficando nela impressa como em cera. Avaliando nessa ocasião os perigos que corria, o adolescente quis entrar para o mosteiro de São Vicente de Fora, dos Clérigos Regulares de Santo Agostinho, nos arredores da capital portuguesa, quando contava 19 anos de idade.

Ali permaneceu dois anos, findos os quais, por ser muito procurado por parentes e amigos, pediu aos superiores que o transferissem para o mosteiro Santa Cruz de Coimbra, casa-mãe do Instituto.
Foi ordenado sacerdote em 1220. Frei Fernando, entretanto, almejava abraçar um gênero de vida mais perfeito e mais de acordo com suas íntimas aspirações.

        Transferência para a Ordem Franciscana

Quando chegaram a Coimbra os restos mortais dos cinco protomártires franciscanos, que deram sua vida pela Fé no Marrocos, Frei Fernando sentiu imenso desejo de imitá-los, vertendo também seu sangue por Cristo.
Um dia, no verão de 1220, quando dois franciscanos foram ao seu mosteiro pedir esmola, Frei Fernando perguntou-lhes se, passando ele para sua Ordem, o enviariam à terra dos mouros para lá sofrer o martírio. Eles deram resposta afirmativa. No dia seguinte, depois de obter, a duras penas, autorização de seu Superior, mudou-se para o eremitério franciscano, onde se tornou um filho de São Francisco de Assis.
Frei Fernando mudou então seu nome para o do onomástico do eremitério, Antonio, que ele imortalizaria.
Conforme o combinado, Frei Antonio foi enviado no fim desse mesmo ano à África. Entretanto não estava nos planos da Providência que ele ilustrasse a Igreja como mártir, mas com suas pregações e santa vida.
Assim, chegando ao continente africano, foi atacado de terrível doença, que o reteve no leito por longo período. Os superiores decidiram que, para curar-se, Frei Antonio deveria voltar a Portugal.

        Guiado pela mão da Divina Providência.

A mão da Providência, no entanto, desejava-o em outro campo de luta. O navio em que estava o convalescente, levado pela tempestade, foi parar nas costas da Itália, onde o santo encontrou abrigo em Messina, na Sicília. Lá soube que o seráfico São Francisco havia convocado um Capítulo em Assis, para maio de 1221. Antonio poderia, enfim, ver o pai e fundador dos franciscanos e contemplar sua angélica virtude.

Naquela grande assembléia o Provincial da Romênia resolveu levá-lo consigo.  Homem de oração, Santo Antônio (que se tornou santo porque dedicou toda a sua vida para os mais pobres e para o serviço de Deus.) sentiu a necessidade de se retirar para um local afastado e ali sentir Deus.
Frei Antonio obteve dele licença para permanecer no eremitério do Monte Paulo a fim de entregar-se ao isolamento e à contemplação. Ali viveu como eremita; partilharam desta mesma idéia alguns dos seus companheiros de hábito Franciscano. O quarto onde dormia era simples, teciam a própria roupa, faziam os serviços mais humildes. Foi um período de aproximadamente um ano.
Entretanto a mão de Deus velava sobre ele, e chegou o tempo em que aquela luz deveria brilhar para o bem do mundo inteiro.


        Inicia a vida apostólica como grande Pregador

Foi enviado a Forli com alguns franciscanos e dominicanos que deveriam receber as ordens sacras. O Padre guardião do convento em que se hospedavam pediu que algum dos presentes dissesse algo para a glória de Deus e edificação dos demais. Um a um, foram todos escusando-se por não estarem preparados. Restava Antonio. Sem muita convicção, o Superior mandou-lhe então que falasse, à falta dos demais.
Era a primeira vez que Antonio falava em público, e então viu-se a maravilha: de sua boca saíram palavras de fogo, demonstrando profundo conhecimento teológico e das Escrituras, tudo exposto com uma lógica, clareza e concisão que conquistou a todos.
Entusiasmado, o Guardião comunicou aquele sucesso ao Provincial, que transmitiu a notícia a São Francisco. O Poverello mandou então que Frei Antônio estudasse teologia escolástica para dedicar-se à pregação. Pouco depois, em vista de seus progressos, ordenou-lhe S. Francisco que trabalhasse na salvação das almas. Era o ano 1222.


        Força irresistível de suas palavras.

Segundo seus biógrafos, ele tinha um exterior polido, gestos elegantes e aspecto atraente. Sua voz era forte, clara, agradável, e sua memória feliz. A essas vantagens, juntava uma ação cheia de graça.
Entretanto, seu traço característico, o milagre constante de sua existência, é a força incontestável de sua pregação, o poder de sua voz sobre os corações e as inteligências.
Quando ele fulminava os vícios e as heresias — das quais o mundo estava então extremamente infectado — era como uma torrente de fogo que revira tudo, e à qual ninguém pode resistir. Freqüentemente, se bem que falasse (durante o sermão) uma só língua, era entendido por pessoas de toda espécie de países. Daí seu sucesso extraordinário, tanto na Itália quanto na França. Por isso, o Provincial o encarregou da ação apostólica contra os hereges na região da Romanha e no norte da Itália quando se tornou extraordinário pregador popular.
Após alguns anos de frade itinerante, foi nomeado, por carta, por São Francisco, o primeiro Leitor de Teologia da Ordem. Mas, este magistério de teologia para os franciscanos de Bolonha demorou pouco porque o Papa mobilizou todos os pregadores dominicanos e franciscanos para combater a heresia albigense na França. Por isso, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges.


           Os Milagres.

As multidões acorriam, e até os comerciantes fechavam suas lojas para ir ouvi-lo; a cidade e toda a redondeza literalmente paravam. Sendo pequenas as igrejas para tanta gente — às vezes chegavam a juntar-se até 30 mil pessoas num só sermão — ele falava nas praças públicas. Quando terminava, “era necessário que alguns homens valentes e robustos o levantassem e protegessem das pessoas que vinham beijar-lhe a mão e tocar-lhe o hábito”. O número de sacerdotes que o acompanhavam era pequeno para depois ouvirem as confissões dos que, tocados por seu sermão, queriam emendar-se de vida.
Seus sermões eram seguidos de milagres como não se viam desde o tempo dos Apóstolos. Praticamente não havia coxo, cego ou paralítico que, depois de receber sua bênção, não ficasse são. Numa ocasião converteu 22 ladrões, que por curiosidade foram ouvi-lo. O número de hereges por ele convertidos não tem fim.


        O testemunho na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia.

Um herege negava a Presença Real no Santíssimo Sacramento. Para acreditar, dizia, queria um milagre.

E propôs o seguinte:
Deixaria sua mula sem comer durante três dias. Depois disso, oferecer-lhe-ia feno e aveia, e Frei Antonio a Hóstia consagradaSe a besta deixasse a comida para ir adorar a Hóstiaele creria, disse.
Isso foi feito diante de toda a cidade.
E a mula faminta, tendo que escolher entre o alimento e o respeito à Hóstia consagrada, foi ajoelhar-se diante desta, que o santo Antônio segurava nas mãos.

Desde a mais tenra infância Antonio fora devoto de Nossa Senhora, e Ela várias vezes o socorreu. Um dia, por exemplo, em que o demônio não podia mais suportar o bem que o santo fazia, agarrou-o pelo pescoço tão violentamente, que o enforcava. Antonio mal pôde balbuciar as palavras da antífona a Nossa Senhora, “O Gloriosa Domina”. No mesmo instante o demônio fugiu apavorado. Recomposto, Antonio viu a seu lado a Rainha do Céu resplandecente de glória.


        O Menino Jesus.

Certa vez Frei Antônio se hospedou na casa de uma família muito amiga. A noite o dono da casa percebeu uma luz tão forte que vinha do quarto de Antônio que não poderia ser das velas. Vencido pela curiosidade levantou-se e foi espiar. O que viu? Antônio com o menino Jesus no colo. O menino, tendo os bracinhos enlaçados ao redor do pescoço do frade. Conversavam amigavelmente.

        A Morte de santo Antônio

        Em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Pádua, no convento de Arcella, em Camposampiero. Antônio estava muito doente. Tinha hidropisia.
        Apos as pregadas da Quaresma de 1231, sentiu-se cansado e esgotado. Precisava de repouso. Os frades fizeram para ele um quarto em cima de uma árvore, mas mesmo assim o povo o procurava e Antônio já muito debilitado falava ao povo de cima de uma nogueira em Camposampiero.
        Decidiram então levá-lo a Pádua. (Pádua está situada na Região de Veneto, norte da Itália, rica em belezas naturais, obras de arte e arquitetura. Antiga cidade universitária que possui uma ilustre história acadêmica).
Agasalharam o frei e colocaram em um carro puxado por bois. A viagem era longa. Antônio foi piorando. Pararam em um povoado que havia um convento franciscano. Antônio piorava, precisava ficar sentado pois sofria de falta de ar. Recebeu os sacramentos e se despediu de todos e ainda cantou o bendito: "Ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas..." Depois ergueu os olhos para o céu e disse "Estou vendo o Senhor". Pouco depois morreu. Era dia 13 de junho de 1231. Frei Antônio tinha 36 anos de idade.

        Imediatamente as crianças de Pádua saíram espontaneamente pelas ruas gritando: “O santo morreu! O santo morreu!”. Ao mesmo tempo, em Lisboa, sua cidade natal, os sinos puseram-se a repicar por si sós, e o povo saiu às ruas. Somente mais tarde é que souberam do ocorrido.
Santo Antônio é o santo padroeiro dos casamentos.

        
        A Canonização de SANTO ANTÔNIO.
     
        Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres, que, onze meses após sua morte, é canonizado pelo Papa Gregório IX em 1232; Foi  o processo mais rápido da história da igreja .
        Em 1263, quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro, na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, onde estão seus restos mortais.
        Em 1946 é oficialmente proclamado Doutor da Igreja por Pio XII, sendo-lhe atribuído o epíteto de Evangélico pelo vasto conhecimento das Sagradas Escrituras patente nos seus Sermões.


Os Pássaros e a Plantação
 O pai de Santo Antonio, Martinho de Bulhões, gostava de ir a uma fazenda que possuía nos arredores de Lisboa. Um dia, levou o filho com ele. Ocorre que insaciáveis bandos de pássaros desciam continuamente para bicar os grãos de trigo. Era necessário espantá-los para impedir grave dano à colheita. Martinho encarregou o garoto de manter longe os pequenos ladrões. O pai se foi e Fernando permaneceu correndo de cá para lá no campo. Em pouco tempo , começou a se aborrecer com aquela ocupação. Não muito longe, uma capelinha rústica o convidava à oração. Mas o pai o mandara enxotar os passarinhos. Gritou então aos pássaros, convidando-os a segui-lo para dentro de uma sala da fazenda. Obedientes os pássaros entraram. Quando todos estavam dentro, Fernando fechou as janelas e as portas, e foi tranqüilamente fazer sua visita ao Senhor. Retornando o pai veio procurá-lo. Andou pelo campo, chamando-o , mas não o encontrou. Preocupado, dirigiu-se à capela e o descobriu, todo absorto na prece. Fernando tomou o pai pelas mãos e o conduziu ao salão repleto dos vôos e dos cantos dos graciosos prisioneiros. Abriu a porta e, a um sinal seu, os pássaros, em bando, retornaram os livres caminhos do espaço. 

O Jumento se Curva Diante da Eucaristia
 Durante uma pregação, cujo tema era a Eucaristia, levantou-se um homem dizendo: “Eu acreditarei que Cristo está realmente presente na Hóstia Consagrada quando vir o meu jumento ajoelhar-se diante da custódia com o SS. Sacramento”. O Santo aceitou o desafio. Deixaram o pobre jumento três dias sem comer. No momento e lugar pré-estabelecido, apresentou-se Antônio com a custódia e o herege com o seu jumento que já não agüentava manter-se em pé devido ao forçado jejum. Mesmo meio-morto de fome, deixou de lado a apetitosa pastagem que lhe era oferecida pelo seu dono, para se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento.

Sermão aos Peixes
 Santo Antônio foi pregar na cidade de Rímini, onde dominavam os hereges que resolveram não ouvi-lo em hipótese alguma. Frei Antônio subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração Divina, falou com tal energia que os hereges presentes, reconheceram seus erros e resolveram mudar de vida. Mas o Santo não estava contente com o resultado parcial  Retirou-se para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse. 
Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não queriam fazê-lo. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das águas, e se distribuíram ordenadamente, cada qual com os de sua espécie e tamanho. Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis, a ouvi-lo. 

O Milagre da Bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo)
 No domingo de Páscoa enquanto pregava na Catedral, Santo Antônio lembrou-se de que fora designado para entoar a Alleluia na Missa que se celebrava naquele momento na Igreja do Convento franciscano. Não querendo faltar com a obediência e não podendo descer do púlpito, parou um pouco, calou-se como se estivesse retomando a respiração e, nesse momento, foi milagrosamente visto no Coro de seu convento, entoando a Alleluia. Esse prodigioso milagre de bilocação foi assistido e certificado por muitas testemunhas, espalhando-se a notícia em todos os locais.


Morto Falou em Defesa do Pai de Frei Antônio
 Tinha havido um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio. Todas as suspeitas do crime recaíam sobre o pai do santo.
Chegou o dia do julgamento. Os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. Assentado ali no banco dos réus, seu pai não podia se defender.
Nesse momento Santo Antônio estava fazendo um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que, em dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juizes. Entre outras coisas, disse-Ihes o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério.
Aceitaram o convite. Frei Antônio mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: “Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem matou você”.
Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se estivesse medindo as palavras:
“Não foi Martinho de Bulhões quem me matou”. E tornou a calar-se. Estava provada de maneira milagrosa a inocência do seu pai. Mais uma vez a verdade triunfou sobre a mentira e a calúnia.
Operou-se aí dois fatos milagrosos, a bilocação, ou ato de uma pessoa estar (por milagre) em dois locais ao mesmo tempo, e o poder de reanimar os mortos.

O Casamento da Jovem
 Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada de esperar por um noivo, já desesperada de encontrar marido, pediu ajuda a Santo Antônio. Adquiriu uma imagem do santo, benzeu-a e todos os dias enfeitava-a com flores que colhia no jardim. Além disso, orava com regularidade para que Santo Antônio lhe arranjasse um noivo. Mas, passou-se muito tempo e o noivo não aparecia. 
 Certa vez, pôs-se a lamentar a ingratidão do santo, chegando mesmo a ser repreendida pela mãe. E, desapontada, pegou a imagem e, no auge do desespero, atirou-a pela janela afora. Passava na rua, naquele momento, um jovem cavaleiro e a imagem o acertou na cabeça. Apanhou-a intacta e subiu a escada para devolvê-la. Quem o recebeu foi a formosa donzela. O cavaleiro apaixonou-se por ela e algum tempo depois casaram-se, naturalmente por milagre do santo.

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