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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Carlos Magno: o Moisés da Cristandade medieval


Carlos Magno, iluminura do século XV. British Library
Carlos Magno, iluminura do século XV.
British Library

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O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira teceu os seguinte comentários sobre o grande imperador:

Nós lemos o seguinte sobre Carlos Magno, na grande “História Universal” de João Baptista von Weiss, historiador alemão católico condecorado pelo Papa Beato Pio IX com a Ordem de São Gregório:
Em 772, com 30 anos, Carlos tomou o governo do reino dos francos. Com razão Carlos se chamou Magno. Mereceu esse nome como general e conquistador, como ordenador e legislador de seu imenso império e como incentivador de toda a vida espiritual do Ocidente.

Por seu governo, as idéias cristãs alcançaram vitórias sobre os bárbaros. Sua vida foi uma constante luta contra a grosseria e a barbárie, que ameaçavam a Religião Católica e a nova cultura que nascia.

Nada menos que 53 expedições militares foram por ele empreendidas, a saber: dezoito contra os saxões, uma contra a Aquitânia, cinco contra os lombardos, sete contra os árabes, da Espanha, uma contra os turíngeos, quatro contra os ávaros, duas contra os bretões, uma contra os bávaros, quatro contra os eslavos, cinco contra os sarracenos da Itália, três contra os dinamarqueses e duas contra os gregos.

No Natal do ano de 800, o Papa São Leão o elevou à dignidade de Imperador, fundando assim a mais nobre instituição temporal da Cristandade, O Sacro Império Romano Alemão.

A 29 de fevereiro de 814, Carlos faleceu, depois de ter recebido a Sagrada Comunhão. Foi enterrado, segundo a legenda, em um nicho da Catedral de Aix-la-Chapelle, em posição ereta, sentado em um trono, cingido de espada e com o livro dos Evangelhos nas mãos.

É ele o modelo dos imperadores católicos, o protótipo do cavalheiro e a figura central da grande maioria das canções de gesta medievais”.

Quando se fala de Carlos Magno, de seus feitos e de sua grandeza, me vem à ideia a figura extraordinária de Moisés, também com seus feitos e sua grandeza.

Moisés estabeleceu a ordenação política e social do povo eleito, que era a pré-figura da Cristandade.

Ele recebeu a revelação dos Dez Mandamentos da Lei, o que levou o povo eleito até as portas da Terra Prometida, tirando-o do cativeiro.

Ele estabeleceu os elementos fundamentais para que o povo eleito se fixasse e dele viesse a nascer o futuro Salvador.
Moisés, catedral de Edinburgo, Escócia
Moisés, catedral de Edinburgo, Escócia
Carlos Magno teve uma tarefa que, considerada em essência, foi análoga à de Moisés.

Ele tomou o povo eleito verdadeiro, que não eram mais os judeus, que eram uma prefigura do povo eleito.

Mas o povo verdadeiro, que é o povo católico, que estava sujeito a uma servidão iminente da parte dos piores adversários.

E por uma luta tremenda, ele venceu esses adversários todos e estabeleceu os fundamentos da Civilização Cristã.

Para nós nos darmos ideia um pouco do que foi a tarefa de Carlos Magno, nós temos que considerar as condições de seu tempo.

Até o século V de nossa era, o Império Romano do Ocidente cobria toda a Europa Ocidental.

E, em linhas muito gerais, estendia as suas fronteiras desde o Reno e do Danúbio até Portugal, no sentido do Ocidente; até a Inglaterra no sentido do norte, e até a Itália no sentido do sul. Era portanto uma imensa unidade.

Ainda mais imensa porque as vias de comunicações muito mais lentas naquele tempo do que no nosso, faziam com que fosse muito difícil um imperador governar toda essa extensão.

De maneira que as dimensões do Império, calculadas em proporção com a máquina administrativa e política que deveria mantê-lo uno, eram proporções verdadeiramente gigantescas.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor

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