Milagre o Testemunho da Verdade

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Sobre o Messias. (Rezem por Israel para que eles reconheçam o messias).



Sobre o Messias

Bispo Alexander (Mileant).
Traduzido por Olga Dandolo



Introdução
O tema central dos livros sagrados do Antigo Testamento é a chegada do Messias e o estabelecimento do Reino de Deus entre os povos. Nós aqui juntamos profecias importantíssimas do Antigo Testamento, sobre o Messias, o Salvador do Mundo, no intuito de podermos conversar sobre seu conteúdo e podermos mostrar como estas profecias se realizaram no Senhor Jesus Cristo e na Igreja do Novo Testamento.
A despeito de sua imensa antigüidade, as profecias do Antigo Testamento não perderam em nada sua atualidade. Elas ajudam aos fiéis a entenderem melhor e mais profundamente a sua fé. Aos descrentes elas atuam como provas da existência de Deus e de Sua participação na vida das pessoas. Só o fato dos profetas, há muitas centenas e milhões de anos terem feito profecias tão detalhadas a respeito do futuro, provam que Deus falava através deles. Para os judeus que acreditam em Deus e que estão à procura da verdade, nós esperamos que esta brochura possa ajudar a entender com mais clareza as Escrituras de seus gloriosos antepassados e a perceber, Quem, juntamente com os Profetas, é o tão longamente esperado Rei e Salvador.
Além disso, a realização das profecias do Antigo Testamento, no Senhor Jesus Cristo, conforme veremos, exclui a possibilidade de outro messias, O Verdadeiro Messias só pode ser um - Ele já chegou. Todos outros pretendentes a este título, no passado e no futuro, são impostores, enganadores, "lobos em pele de cordeiro." O último falso-messias, que virá antes do fim do mundo, será o Anticristo. De acordo com as profecias dos antigos Profetas e Apóstolos, muitas pessoas irão acreditar nele, como um líder genial e "salvador" da humanidade. Mas ele proporcionará ao mundo apenas aflição e destruição.

Observações Sobre as
Profecias Messiâncias
Os livros do Antigo Testamento, conforme poderemos observar, são repletos de profecias sobre o Messias e Seu Reino abençoado. A meta das profecias do Antigo Testamento era preparar os judeus, e através deles toda humanidade, para a vinda do Salvador do mundo, para que no tempo de Sua chegada, Ele pudesse ser reconhecido e eles acreditassem Nele. Entretanto, a tarefa dos profetas era difícil por diversas razões. Em primeiro lugar, o Messias deveria ser não apenas um grande homem, mas ao mesmo tempo ser Deus, ou - Deus-Pessoa. Por esta razão para os profetas estava iminente a tarefa de descobrir a natureza Divina do Messias, mas de tal forma que não houvesse pretexto para o politeísmo, para o qual os antigos eram tão inclinados, inclusive os judeus.
Em segundo lugar, os profetas tinham que mostrar que a tarefa do Messias consistiria não apenas no aperfeiçoamento das condições exteriores de vida: na extinção das doenças, morte, pobreza, desigualdade social, crimes, etc... Porém a meta de vinda Dele ao mundo - primeiramente seria para ajudar as pessoas a se livrarem do mal interno - pecado e paixões - e mostrar o caminho para Deus. Realmente o mal físico é apenas resultado do mal moral - depravação pecaminosa. Se você não limpar direito uma ferida, não adiantará colocar uma pela sã para curá-la. Por esta razão o Messias deveria começar salvando as pessoas através da exterminação do mal pela raiz - na alma da pessoa. Sem isto nenhuma mudança externa, artificial e coagida nas condições de vida não poderia proporcionar felicidade à humanidade.
Mas o renascimento espiritual é impossível sem a participação voluntária e ativa da própria pessoa. É daqui que provém toda a dificuldade das obras do Messias: é preciso salvar a pessoa através de sua participação voluntária! Desde que é dada à pessoa a liberdade de escolha entre o bem e o mal, então sucede que a felicidade universal torna-se impossível enquanto os justos e os pecadores estiverem juntos. No final das contas deverá acontecer uma seleção entre um e outro. Somente após a interferência de Deus no destino da humanidade, o julgamento universal e a seleção, poderão começar para os renascidos espiritualmente, uma nova vida, na qual dominarão a alegria, paz, imortalidade e outras bençãos. As profecias do Antigo Testamento envolvem todos os lados deste longo e complicado processo físico associado à vinda do Messias.
É claro que nem todas as pessoas durante os tempos do Antigo Testamento podiam chegar a um entendimento claro a respeito do objetivo da vinda do Messias. Por esta razão Deus, através de Seus profetas, gradualmente revelou a identidade do Messias e a organização de Seu Reino conforme as pessoas alcançavam degraus mais altos usando experiência espiritual de gerações anteriores. O período das profecias messiânicas abrange muitos milênios - começando por "Adão e Eva" e se prolongando até os tempos próximos à vinda do Senhor Jesus Cristo no início de nossa era.
Nos livros do Antigo Testamento pode-se enumerar várias centenas de profecias a respeito do Messias e Seu Reino abençoado. Elas estão espalhadas por quase todos os livros do Antigo Testamento, começando com os Cinco Livros de Moisés e terminando com os últimos profetas Zacarias e Malaquias. Os que mais escreveram sobre o Messias foram: o profeta Moisés, rei Daví, os profetas Isaías, Daniel e Zacarias. Aqui, nós mencionaremos apenas as profecias mais importantes e sublinharemos os pensamentos nelas abordados. Colocando estas profecias, principalmente em ordem cronológica, nós veremos como elas aos poucos revelavam aos judeus novos e novos dados sobre a vinda do Messias: sobre Sua natureza de Deus-Pessoa, sobre Seu caráter e curso de ações, sobre muitos detalhes de Sua vida. Às vezes as profecias messiânicas conservam símbolos e alegorias. Conversaremos a este respeito no decorrer do estudo das profecias.
Com freqüência os profetas em suas visões proféticas confrontam acontecimentos separados um do outro por muitos século e até milênios. Aqueles que lêem as escritas dos profetas devem se acostumar a olhar para os acontecimentos na perspectiva multi-secular, na qual simultaneamente é mostrado o começo, meio e fim de um processo espiritual longo e complexo.
A palavra "Messia" (Meshia) - é hebraica e significa "aquele que unge," ou seja, ungido pelo Espírito Santo. Traduzindo para o grego, escreve-se "Christos." Na antigüidade eram denominados de ungidos os reis, profetas e padres de alta hierarquia, pois, durante a ordenação a essas posições era derramado óleo abençoado sobre suas cabeças, como símbolo da graça do Espírito Santo, o qual eles recebiam para realizarem com êxito os serviços impostos. Na qualidade do próprio nome, "Messias" sempre era referido pelos profetas a um "Ungido de Deus" especial, o Salvador do mundo. Nós iremos aplicar os nomes Messias, Cristo e Salvador, tendo em vista Um só Ser.

As Profecias
Nos Livros de Moisés
O profeta Moisés, que viveu 1.500 anos A.C., registrou em seus livros as profecias mais antigas sobre o Salvador do mundo, as quais no decorrer de muitos milênios foram guardados nas tradições orais dos judeus. Adão e Eva ouviram a primeira profecia sobre o Messias ainda no Éden, logo depois de terem comido o fruto proibido. Então Deus disse ao diabo, que tomou a aparência de cobra: "Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gen. 3:15). Com estas palavras Deus julgou o diabo, consolou nossos pais-antepassados com a promessa de que jamais um Descendente da mulher abaterá "a cabeça" da própria cobra-diabo, a qual os seduziu. Mas, diante disto o Próprio Descendente da mulher sofrerá pela cobra, a qual irá como que "ferir Seu calcanhar," ou seja, irá Lhe proporcionar sofrimentos físicos. Notável ainda nesta primeira profecia é a nomenclatura do Messias como "Semente da mulher," o que aponta para o Seu extraordinário nascimento da Mulher, Que irá conceber do Messias sem a participação do marido. A ausência do pai físico deriva do fato que nos tempos do Antigo Testamento os descendentes eram sempre identificados paternalmente e não maternalmente. A profecia a respeito do nascimento extraordinário do Messias confirma-se mais tarde com a profecia de Isaias (7:14), a respeito da qual nós ainda conversaremos. Pelo testemunho dos targumos de Onkelos e de Jonatas (antigas interpretações das narrações dos livros de Moisés), os judeus sempre atribuíam ao Messias a profecia da Semente da mulher. Concretizou-se esta profecia, quando o Senhor Jesus Cristo sofreu com Seu corpo na Cruz, derrotou o demônio - essa "primitiva serpente," ou seja, arrebatou dele qualquer domínio sobre a raça humana.
A Segunda profecia sobre o Messias também encontra-se no livro de Gênesis e fala sobre a benção que se estenderá Dele sobre todas as pessoas. Isto foi dito a Abraão, quando ele com sua boa vontade oferecendo em sacrifício seu único filho Isaac demonstrou sua extrema devoção e obediência a Deus. Aí então, Deus, através de um Anjo prometeu a Abraão: "...e todas as nações da terra desejarão ser benditas como ela, porque obedeceste à minha voz"(Gen. 22:18).
No texto original desta profecia a palavra "Semente" está no singular, indicando com isto, Que nesta promessa a questão refere-se não a muitos e sim apenas a um único Descendente, de Quem a benção se estenderá sobre todas as pessoas. Os judeus sempre atribuíam esta profecia ao Messias, compreendendo-a, porém, no sentido de que a benção deverá se estender principalmente sobre povos escolhidos. No sacrifício, Abraão era o protótipo de Deus Pai e Isaac - era do Filho de Deus, que iria sofrer na Cruz. Este paralelo é mencionado no Evangelho, onde é dito: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu Seu Filho único, para que todo o que Nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna" (Joã. 3:16). A importância desta profecia sobre a benção de todas nações da Descendência de Abraão se evidencia no fato de que Deus confirmou Sua promessa com um juramento.
A terceira profecia sobre o Messias foi pronunciada pelo patriarca Jacó, neto de Abraão, quando antes de sua morte abençoou seus 12 filhos e predisse o futuro destino dos seus descendentes. Para Judá ele predisse: "Não se apartará o cetro de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence por direito, e a quem devem obediência os povos" (Gen. 49:10). Pela tradução dos 70 intérpretes, esta profecia tem a seguinte alternativa: "até que não chegue Aquele, a Quem é determinado vir com certeza e Ele será a esperança das nações." O cetro simboliza o poder. O sentido desta profecia está em que os descendentes de Judá terão seus próprios líderes e legisladores até o tempo em que vier o Messias, aqui denominado como Conciliador. A palavra "Conciliador" revela um novo traço na característica de Suas atividades: Ele irá eliminar a hostilidade entre as pessoas e Deus, surgida em conseqüência do pecado (a respeito da eliminação da hostilidade entre o céu e a terra os Anjos cantavam, quando Cristo nasceu: "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, abjetos da benevolência Divina" (Luc. 2:14)).
O Patriarca Jacó viveu dois mil anos antes do Nascimento de Cristo. O primeiro chefe da tribo de Judá foi o Rei Daví, descendente de Judá que viveu mil anos antes do nascimento de Cristo. Começando por ele a tribo de Judá teve seus reis, e depois, após o cativeiro da Babilônia, teve seus chefes até os tempos de Herodes o Grande, o qual subiu ao trono na Judéia no ano 47 antes do Nascimento de Cristo. Herodes era de origem idumeana, e durante seu reinado os chefes do povo da tribo de Judá perderam completamente seu domínio civil. O Senhor Jesus Cristo nasceu no final do reinado de Herodes.
Neste ponto torna-se oportuno mencionar um fragmento histórico que se encontra na "Mishnah," uma das partes mais antigas do Talmud, onde é dito que os membros do Senedrion, quando lhes foi tirado o direito da justiça criminal, mais de 40 anos antes da destruição do Templo (no 30o ano do nascimento de Cristo), vestindo farrapos e arrancando os cabelos, clamaram: "Desgraça para nós, desgraça para nós: já faz tempo que o rei de Judá empobreceu, e o Messias prometido ainda não veio!" É claro que eles se expressavam desta maneira por não terem reconhecido em Jesus Cristo o Pacificador, a respeito do Qual o patriarca Jacó profetizou.
É preciso dizer que como no decorrer de dois mil anos a tribo de Judá perdeu toda autoridade civil, e os próprios judeus, como unidade tribal, há muito tempo se misturaram em sangue com outras tribos hebréias, então aplicar a profecia dada por Jacó aos novos candidatos ao título messiânico - é totalmente impossível.
A profecia seguinte sobre o Messias representada por uma estrela, nascida da tribo de Jacó, foi pronunciada pelo profeta Balaão, contemporâneo do profeta Moisés, a mais de 1500 anos antes do Nascimento de Cristo. Os príncipes de Moab convidaram o profeta Balaão para que ele amaldiçoasse o povo hebreu, que ameaçava invadir suas terras. Os príncipes tinham a esperança de que a maldição do profeta os ajudasse a obter a vitória sobre os israelitas. O profeta Balaão, vendo do alto de uma montanha o povo hebreu se aproximando, numa visão profética também viu a longínqua Descendência deste povo. Em êxtase espiritual, em vez de amaldiçoar, Balaão exclamou: "Eu O vejo, mas não é para agora, percebo-O, mas não de perto: um astro sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que fratura a cabeça de Moab, o crânio dessa raça guerreira" (Num. 24:17). A estrela e o bastão indicam simbolicamente a significação dirigente e hierárquica do Messias. Balaão prediz a derrota dos reis de Moab e dos descendentes em sentido alegórico, tendo em mente aqui a aniquilação das forças do mal, tomando como arma o Reinado do Messias. Desta maneira a verdadeira profecia de Balaão suplementa a profecia mais antiga a respeito do ferimento da cabeça da serpente (Gen.3:15). Ele ferirá não apenas a serpente, mas também seus servos.
A profecia de Balaão sobre a Estrela da tribo de Judá deu início à crença tanto dos israelitas como dos persas (dos quais surgiram os feiticeiros evangélicos), de que a vinda do Messias será precedida pela aparição de uma estrela brilhante no céu, Uma estrela com brilho tão extraordinário, conforme sabemos, realmente brilhou no céu pouco antes do Nascimento de Cristo.
A Quinta e última profecia sobre o Messias, a qual encontramos nos livros de Moisés, foi dita por Deus ao próprio Moisés, quando a vida terrena deste grande líder e legislador do povo hebreu se aproximava do fim. O Senhor prometeu a Moisés que em certa época Ele erigirá um outro Profeta ao povo hebreu, similar a ele na importância e força espiritual, e que Ele (Deus) falará através dos lábios deste Profeta. "Eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre teus irmãos: por-lhe-ei Minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as Minhas ordens. Mas o que recusar ouvir o que ele disser de Minha parte, pedir-lhe-ei contas disso" (Deu. 18:18-19). A nota feita no final do livro de Deuteronômio pelos contemporâneos de Ezdra, mais de 450 anos A.C., é testemunho de que entre muitos profetas dentre o povo Hebreu, no decorrer de sua história secular, não se encontrou nenhum profeta comparável a Moisés. Por conseguinte, o povo hebreu dos tempos de Moisés esperava ver na pessoa do Messias o maior profeta-legislador.
Resumindo as profecias aqui mostradas registradas por Moisés, nós vemos que muito antes da formação da nação hebraica, ainda no tempo patriarcal, os ancestrais dos hebreus tinham conhecimento de muitos dados valorosos e substanciais a respeito do Messias, ou seja: que Ele derrotará o demônio e seus servos, trará bençãos a todas as nações; Ele será o Pacificador e Líder e Seu Reino será eterno. Estas informações passaram dos hebreus para muitos povos pagãos - os indús, persas, chineses e depois - os gregos. Elas eram passadas em forma de folclore e lendas. Verdade que com o passar dos anos a idéia a respeito do Salvador do mundo dentre os povos pagãos foi se ofuscando e se desvirtuando, porém a concórdia da origem destas lendas é indubitável.

As Profecias
Do Rei Daví
Após a morte de Moisés e a ocupação da Terra Prometida pelos judeus, as profecias sobre o Messias cessam por muitas centenas de anos. Uma nova série de profecias sobre o Messias surge durante o reinado de Daví, descendente de Abraão, Jacó e Judá, que administrou o povo judeu mais de 1000 anos A.C. Nestas novas profecias revela-se o mérito Real e Divino de Cristo. Deus promete a Daví, através dos lábios do profeta Natã, estabelecer o Reino Eterno no Personagem de Seu Descendente: "É Ele que Me construirá uma casa e firmarei Seu trono para sempre. Serei para Ele um Pai, e Ele será para Mim um Filho" (1 Cron. 17:12-13).
Esta profecia sobre o Eterno Reino do Messias tem um paralelo com uma série de profecias, a respeito das quais é necessário falarmos mais detalhadamente. Para poder entender e valorizar o significado destas profecias torna-se indispensável, nem que seja apenas em resumo, ir se familiarizando com a vida do rei Daví. Afinal o rei Daví tendo sido ungido por Deus como rei e profeta, foi o protótipo do Rei Maior e Profeta - Cristo.
Daví era o filho mais novo de uma numerosa família de um pastor pobre, Jessé. Quando o profeta Samuel enviado de Deus entrou na cada de Jessé, afim de consagrar um rei para Israel, ele pensava em consagrar um dos filhos mais velhos. Porém o Senhor revelou ao profeta que o filho mais novo, ainda um garoto, Daví, foi escolhido por Ele para este alto serviço. Então, obedecendo a Deus, Samuel derrama bálsamo sagrado sobre a cabeça do filho mais novo, realizando com isto a unção para o reinado. Desde então Daví torna-se o Ungido de Deus, o Messias. Porém Daví não começa a reinar imediatamente. Ele ainda tem um longo caminho de provações e perseguições injustas por parte do então dirigente rei Saul que tinha ódio de Daví. O motivo deste ódio era a inveja, pois, Daví quando menino venceu o até então invencível filisteu gigante Golias, ferindo-o de morte com uma pequena pedra e dando com isto a vitória ao exército hebreu. Depois disto o povo dizia: "Saul matou seus milhares, e Daví seus dez milhares" (1 Sam. 18:7). Somente a grande fé em Deus-Intercessor ajudou Daví a suportar todas as numerosas perseguições e perigos aos quais ele era sujeitado por parte de Saul e seus súditos no decorrer de 15 anos. Freqüentemente, vagando durante mêses por um deserto selvagem e impenetrável o rei Daví desafogava sua tristeza a Deus em salmos inspirados. Com o tempo, os salmos de Daví tornaram-se parte essencial e de embelezamento nos ofícios religiosos tanto do Antigo como do Novo Testamento.
Tendo subido ao trono em Jerusalém, após a morte de Saul, o rei Daví tornou-se o mais notável rei jamais visto regendo Israel. Ele reunia em sí muitas qualidades valiosas: o amor pelo povo, a justiça, a sabedoria, a coragem e, o mais importante, - uma forte fé em Deus. Antes de decidir qualquer questão estatal, o rei Daví rezava a Deus fervorosamente, pedindo compreensão. O Senhor ajudava Daví em tudo e abençoou seus 40 anos de reinado com enormes sucessos, tanto na política interna como na externa.
Porém Daví não escapou de severas provações. Sua maior mágoa era a sublevação militar, encabeçada por seu próprio filho Absalão, que sonhava precocemente tornar-se rei. Neste caso Daví vivenciou todo o amargor da ingratidão infame e traição de muitos dos seus súditos. Mas, assim como antes, nos tempos de Saul, a fé e a esperança em Deus ajudaram a Daví. Absalão morreu ingloriosamente, embora Daví tenha se empenhado em salvá-lo de todas maneiras. Ele também perdoou os outros rebeldes. Depois Daví representou claramente em seus salmos Messiânicos a absurda e pérfida revolta de seus inimigos.
Preocupando-se com o bem estar material de seu povo, Daví dava muita importância à vida espiritual dele. Com freqüência ele encabeçava comemorações religiosas, trazendo sacrifícios a Deus pelo povo hebreu e compondo seus inspirados hinos religiosos - os salmos. Sendo rei e profeta e também em dimensão conhecida, padre, o rei Daví tornou-se "o protótipo" (modelo), exemplo do grandioso Rei, Profeta e Sumo Sacerdote - Cristo Salvador, descendente de Daví. A experiência pessoal do rei Daví, e também o Dom poético que ele possuía, lhe deram a possibilidade de descrever a personalidade e a ação do futuro Messias na série inteira de salmos, com clareza e vivacidade ímpares. Assim, em seu 2o salmo o rei Daví profetiza a hostilidade e revolta contra o Messias por parte de Seus inimigos. Este salmo está escrito na forma de um diálogo entre três entidades: Daví, Deus Pai e o Filho de Deus, ungido pelo Pai para o Reino. Eis aqui as principais passagens deste salmo:
Rei Daví: "Por que tumultuam as nações? Por que tramam os povos vãs conspirações? Erguem-se, juntos, os reis da terra, e os príncipes se unem para conspirar contra o Senhor e contra Seu Ungido."
Deus Pai: "Eu ungí o Meu Rei em Sião, Minha montanha é santa."
Filho de Deus: "Vou publicar o decreto do Senhor: disse-Me o Senhor: "Tu és Meu Filho, Eu hoje Te gerei"."
Rei Davi: "Serví ao Senhor, para que Ele não Se irrite e não pereçais em seus caminhos" (1-2, 6-7 e 11).
O mais marcante neste salmo é a verdade, revelada aqui pela primeira vez, que o Messias é o Filho de Deus. O Monte Sião, sobre o qual estavam o templo e a cidade de Jerusalém, simboliza o Reino do Messias - a Igreja.
A respeito da Santidade do Messias, Daví narra ainda em vários salmos subsequentes. Por exemplo, no salmo 44 Daví referindo-se ao Messias, exclama: "Vosso trono, ó Deus, é eterno, de equidade é vosso cetro real. Amais a justiça e detestais o mal, pelo que o Senhor, vosso Deus, Vos ungiu com óleo de alegria, preferindo-Vos aos Vossos iguais" (vers. 7-8).
Revelando a diferença entre as Faces em Deus, entre Deus que unge e Deus ungido, a profecia dada aproximava um fundamento para a fé na Tríade (que possuía as três Faces de Deus).
O salmo 39 mostra a insuficiência de sacrifícios, no Antigo Testamento, para remissão (perdão) dos pecados humanos e testemunha sobre os próximos sofrimentos do Messias. Neste salmo o Próprio Messias fala através dos lábios de Daví:
"Não vos comprazeis em nenhum sacrifício, em nenhuma oferenda, mas Me abristes os ouvidos, não desejais holocausto nem vítima de expiação. Então Eu disse: "Eis que venho; no rôlo do livro, está escrito em Mim: Fazer Vossa vontade, meu Deus" (Sal. 39:7-10).
Sobre o sacrifício redentor do Messias haverá um capítulo especial. Aqui apenas mencionamos que, de acordo com o Salmo 109, o Messias não é apenas o Sacrifício mas também o Sacerdote oferecendo sacrifício a Deus - a Sí Mesmo. No salmo 109 repetem-se os pensamentos fundamentais do salmo 2 sobre a Divindade do Messias e a hostilidade contra Ele. Mas, mencionam-se diversas informações novas, como por exemplo, o nascimento do Messias, Filho de Deus, e retratado como um acontecimento pré-eterno. Cristo - é eterno, assim como Seu Pai.
"O Senhor (Deus Pai) disse ao meu Senhor (Messias): senta-Te à Minha direita, até que Eu coloque Teus inimigos aos Teus pés... do ventre do amanhecer: Tu tens o orvalho da Tua juventude. O Senhor jurou e não Se arrependeu. Tu és o sacerdote, eternamente segundo a ordem de Melquisedec"(Conforme explica o Apóstolo Paulo, Melquisedec era o protótipo do Filho de Deus, o eterno sacerdote. Veja Heb. 7 e Gen. 14:18).
As palavras "do ventre" não significam que Deus tenha orgãos semelhantes aos dos seres humanos; elas significam que o Filho de Deus possui uma só essência com Deus Pai. A expressão "do ventre" precisava acabar com a tentação de entender a denominação alegórica de Cristo como Filho de Deus.
O salmo 71 apresenta-se como hino de louvor ao Messias. Nele vemos o Messias em Sua Glória total. Esta Glória deverá se cumprir no final dos tempos, quando o Reino Messiânico irá triunfar e o mal será exterminado. Eis alguns versículos deste salmo cheio de alegria.


"Todos os reis O hão de adorar, hão de serví-Lo todas as nações. Porque Ele livrará o infeliz que O invoca, e o miserável que não tem amparo... Seu nome será eternamente bendito, e durará tanto quanto a luz do sol. Nele serão abençoadas todas as tribos da terra, bem-Aventurado O proclamarão todas as nações" (Sal. 71:11-12-17).

No suplemento, o Reino do Messias será relatado mais detalhadamente. No momento, para que o leitor possa Ter uma idéia de quão vastas e detalhadas são as profecias sobre o Messias nos salmos, citamos a lista destas profecias na ordem de seu conteúdo: sobre a vinda do Messias - salmos 17, 49, 67, 95-97. Sobre o Reino do Messias - 2, 17, 19, 20, 45, 65, 71, 109, 131. Sobre o Sacerdócio do Messias - 109. Sobre os sofrimentos, morte e ressurreição do Messias - 16, 21, 30, 39, 40, 65, 68, 98. Nos salmos 40, 50 e 108 - a respeito da traição de Judas. A respeito da ascensão de Cristo aos Céus - 68. Cristo - a fundação da Igreja - 117. Sobre a Glória do Messias - 8. A respeito do julgamento final - 96. Sobre a herança paz eterna dos justos - 94.
Para poder entender os salmos proféticos, é preciso lembrar-se de que tanto Daví, como outros grandes homens justos do Antigo Testamento, representavam o protótipo de Cristo. É por esta razão que freqüentemente, quando Daví escreve na primeira pessoa, como se falasse de sí próprio, por exemplo sobre o sofrimento (no salmo 21) ou sobre a glória (a respeito da ressurreição dos mortos no salmo 15), ele na realidade se refere ao Cristo. Os salmos 15 e 21 serão mencionados mais detalhadamente no 5o Capítulo.
Deste modo, as profecias messiânicas de Daví, inscritas em seus salmos divinamente inspirados, colocaram fundamentos para a fé no Messias como o verdadeiro e único Filho de Deus, Rei, Sacerdote Maior e Redentor da humanidade. A influência dos salmos no fé dos hebreus do Antigo Testamento era especialmente grande graças ao amplo emprego dos salmos na vida particular e religiosa do povo hebreu.

As Profecias
De Isaias
Conforme nós já mencionamos, os profetas do Antigo Testamento tinham a grande missão de manter o povo hebreu na fé do Único Deus, e preparar o terreno para a fé no futuro Messias, como Pessoa, possuindo, além da natureza humana também a natureza Divina. Sobre a Divindade de Cristo os profetas deveriam se referir de tal modo que os hebreus não entendessem como em termos pagãos, no sentido de politeísmo. Por esta razão os profetas do Antigo Testamento revelavam gradualmente o segredo da Divindade do Messias, de acordo com a confirmação da fé do povo hebreu em Deus Uno.
O rei Daví foi o primeiro a profetizar sobre a Divindade de Cristo. Depois dele houve um intervalo de 250 anos nas profecias, e o profeta Isaías, que viveu há 7 centenários antes do nascimento de Cristo, iniciou uma nova série de profecias a respeito de Cristo, as quais descortinavam Sua natureza Divina com grande evidência.
Isaías destacou-se como o profeta mais proeminente do Antigo Testamento. O livro escrito por ele, contém uma quantidade tão grande de profecias sobre Cristo e sobre acontecimentos no Novo Testamento, que muitos chamam Isaías de "Evangelista do Antigo Testamento." Isaías profetizava dentro dos limites de Jerusalém durante o reinado dos reis dos judeus. Ozias, Acaz, Ezequias e Menassés. Na época de Isaías aconteceu a derrota do reino Israelense em 722 A.C., quando o rei Sargon da Assíria manteve o povo hebreu que ocupava Israel, em cativeiro. O império judeu manteve-se ainda por 135 anos após esta tragédia. O profeta Isaías sofreu martírios durante o império de Manassés, tendo sido serrado com serrote de madeira. O livro de Isaías destaca-se pelo elegante idioma hebráico e possui altos méritos literários, o que pode ser sentido até mesmo nas traduções de seus livros em diferentes idiomas.
O profeta Isaías também escreveu a respeito da natureza humana de Cristo, e nós aprendemos dele que Cristo deveria nascer de maneira milagrosa, de uma Virgem: "Por isto, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e O chamará Emanuel, o que significa: Deus Conosco" (Isa. 7:14). Esta profecia foi dita ao rei Acaz com intuito de lhe assegurar que ele e sua casa não serão destruídos pelos reis da Assíria e de Israel. Ao contrário, a intenção de seus inimigos não se cumprirá, e um dos descendentes de Acaz será o Messias prometido, o Qual irá nascer de maneira milagrosa de uma Virgem. Como Acaz era descendente do rei Daví, esta profecia confirma a profecia anterior que diz que o Messias surgirá da geração do rei Daví.
Nas profecias seguintes Isaías revela novos detalhes a respeito da Criança miraculosa, a Qual nascerá de uma Virgem. Assim, no 8o capítulo Isaías escreve que o povo de Deus não deve temer as intrigas de seus inimigos, pois seus planos não se realizarão: "Aprendei-o povos, e ficareis consternados, porque Deus está conosco (Emanuel)" (Isa: 8:9-10). No capítulo seguinte Isaías fala das características da Criança Emanuel "porque um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado; a soberania repousa sobre Seus ombros, e Ele Se chama: Conselheiro admirável, Deus dor, Pai Eterno, Príncipe da Paz"(Isa. 9:5). O nome Emanuel, assim como outros nomes dados aqui à Criança, não aparecem como nomes próprios, mas é claro que indicam as características de Sua Natureza Divina.
Isaías predisse a respeito da pregação do Messias na parte norte da Terra Santa, nos distritos das tribos de Zabulon e de Neftali, que era chamada de Galiléia "No passado humilhou a terra de Zabulon e Neftali; mas no futuro, tornará glorioso o caminho do mar, o Além-Jordão e o território das nações. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz" (Isa. 9:1). Esta profecia é mencionada pelo Evangelista Matheus, quando descreve o sermão de Jesus Cristo, nesta parte da Terra Santa, a qual era particularmente ignorante na religiosidade (Mat. 4:16). Nas Sagradas Escrituras a luz é o símbolo do conhecimento religioso; a verdade.
Nas profecias mais tardias Isaías não raramente chama o Messias por mais outro nome - Rebento. Este nome simbólico confirma profecias anteriores sobre o nascimento milagroso e incomum do Messias, especificamente, que ocorrerá sem a participação do homem, igual ao ramo, sem semente, brota diretamente da raiz da planta. "Um renôvo sairá do tronco de Jessé, (assim era chamado o pai de Daví) e um rebento brotará de suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de Sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor do Senhor" (Isa. 11:1-2). Aqui Isaías prediz sobre a unção de Cristo com as sete dádivas do Espírito Santo, ou seja, com toda a graça do Espírito, o que sucedeu no dia de Seu batismo no rio Jordão.
Em outras profecias, Isaías fala a respeito dos atos de Cristo e Suas qualidades, principalmente, sobre Sua misericórdia e humildade. A profecia abaixo traz as palavras de Deus Pai: "Eis Meu Servo que Eu amparo, Meu eleito ao Qual dou toda Minha afeição, faço repousar sobre Ele Meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião. Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega" (Isa. 42:1-3). Estas últimas palavras dizem sobre a imensa paciência e condescendência com as fraquezas humanas, com as quais Cristo irá tratar as pessoas arrependidas e destituídas. Tal profecia foi pronunciada por Isaías pouco mais tarde, falando em nome do Messias: "O espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor consagrou-Me pela unção; enviou-Me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, aos prisioneiros a liberdade, proclamar um ano de graças da parte do Senhor, um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos" (Isa. 61:1-2). Estas palavras determinam precisamente o objetivo da vinda do Messias: curar os males espirituais das pessoas.
Além das doenças espirituais, Cristo curaria também os males físicos, conforme Isaías predisse: "Então se abrirão os olhos do cego, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes na estepe" (Isa. 35:5-6). Esta profecia realizou-se quando o Senhor Jesus Cristo, pregou o Evangelho, curou milhões de pessoas com diversas doenças, os cegos de nascença e os possessos. Com Seus milagres Ele atestou a verdade de Seus ensinamentos e Sua unidade com Deus Pai.
Pelos planos de Deus a salvação das pessoas deveria se realizar no Reino do Messias. Este Reinado abençoado dos fiéis era às vezes comparado pelos profetas a uma construção harmoniosa (veja no apêndice a profecia do Reino do Messias). O Messias sendo, de um lado, o fundador do Reino de Deus, e por outro lado, fundamento da fé verdadeira, é denominado pelos profetas de Pedra, ou seja, a fundação sobre a qual está edificado o Reino de Deus. Esta nomenclatura do Messias nós encontramos na seguinte profecia: "Assim diz o Senhor Deus: Eu coloquei em Sião uma pedra, um bloco escolhido, uma pedra angular preciosa, de base, quem confiar Nela não tropeçará" (Isa. 28:16). Sião era o nome da montanha (colina), sobre a qual erguia-se o templo e a cidade de Jerusalém.
É admirável que nesta profecia a importância da FÉ no Messias é enfatizada pela primeira vez: "Quem confiar Nele não tropeçará!" No salmo 117, escrito já depois de Isaías, é mencionado a respeito Desta Pedra: "A pedra rejeitada pelos arquitetos, tornou-se pedra angular. Isto foi obra do Senhor, é um prodígio aos nossos olhos" (Sal. 117:22-23, veja também Mat. 21:42). Ou seja, apesar de que os "construtores" - pessoas que estão na direção do poder, rejeitaram Esta Pedra, mesmo assim Deus O colocou como fundação de uma estrutura abençoada - a Igreja.
A próxima profecia suplementa as profecias anteriores, nas quais fala-se do Messias como Conciliador, e as bençãos históricas não apenas aos hebreus, mas também para todas as nações: "Não basta que sejas Meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os fugitivos de Israel; vou fazer de tí a luz das nações, para propagar Minha salvação até os confins do mundo" (Isa. 49:6).
Mas não obstante a imensa luz espiritual emanando do Messias, Isaías previu que nem todos os judeus verão esta luz por motivo de sua insensibilidade espiritual. Eis o que o profeta escreve a este respeito: "Escutai, sem chegar a compreender, olhai, sem chegar a ver. Obceca o coração desse povo, ensurdece-lhes os ouvidos, fecha-lhes os olhos, de modo que não veja nada com seus olhos, não ouça nada com seus ouvidos, não compreenda nada com seu espírito e não se cure de novo" (Isa. 6:9-10). Por motivo da inclinação apenas para o bem estar terreno, nem todos os judeus reconheceram o seu Salvador no Senhor Jesus Cristo, prometido pelos profetas. Como que prevendo a descrença dos judeus, o rei Daví que viveu antes de Isaías, em um de seus salmos chamava-os com as seguintes palavras: "Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz (do Messias): Não vos torneis endurecidos como em Meribá como no dia de Massá no deserto" (Sal. 94:7-8). Ou seja, quando vocês ouvirem o sermão do Messias, acreditem na palavra Dele. Não persistam, como fizeram seus ancestrais diante de Moisés no deserto, os quais provocavam Deus e murmuravam contra Ele (veja Êxodo 17:1-7), "Meribá" significa "censura."

O Sofrimento do Messias
Os sacrifícios purificadores ocupavam lugar central na vida religiosa do povo hebreu. Todo hebreu ortodoxo desde a infância sabia que o pecado pode ser remido apenas com o sacrifício do sangue redentor. Todas grandes celebrações e eventos familiares eram acompanhados de sacrifícios. Os profetas não explicavam em que consistia a força purificadora do sacrifício. Porém, de suas predições sobre os sofrimentos do Messias observa-se que os Sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para o Sacrifício Redentor do Messias, o qual Ele deveria oferecer para a purificação dos pecados do mundo. Os Sacrifícios do Antigo Testamento tiravam seu significado e força deste grande Sacrifício. A conexão interior entre o pecado e os sofrimentos subsequentes e a morte de uma pessoa, e também entre os sofrimentos voluntários e a salvação subsequente do homem - até hoje permanece em entendimento incompleto. Aqui nós não iremos tentar explicar este vínculo interior, mas iremos estacionar nas predições propriamente ditas sobre os sofrimentos do Messias para a nossa salvação.
A profecia mais clara e detalhada sobre os sofrimentos do Messias é a do profeta Isaías, a qual ocupa um capítulo e meio de seu livro (final do cap. 52 e do cap. 53). Esta profecia contém tais detalhes dos sofrimentos de Cristo, que o leitor tem a impressão de que o profeta Isaías a escreveu junto aos pés de Golgotá, embora conforme sabemos, o profeta Isaías viveu cerca de sete centenários antes do Nascimento de Cristo. Trazemos aqui a referida profecia:


"Quem poderia acreditar nisto que ouvimos? A quem foi revelado o braço do Senhor? Cresceu diante Dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e Seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado, era a escória da humanidade, Homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso Dele. Em verdade Ele tomou sobre Sí nossas enfermidade, e carregou com nossos sofrimentos: e nós O reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniquidade; o castigo que nos salva pesou sobre Ele, fomos curados graças às Suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre Ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-Se, não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda na mão do tosquiador. (Ele não abriu a boca) por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender Sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de Meu povo? Foi Lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-Se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em Sua boca nunca houvesse mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-Lo pelo sofrimento; se Ele oferecer Sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará Seus dias, e a vontade do Senhor será por Ele realizada. Após suportar em Sua pessoa os tormentos, alegrar-Se-á de O conhecer até ao enlevo. O Justo, meu Servo, justificará a muitos homens, e tomará sobre Sí Suas iniquidades. Eis porque Lhe darei parte com os grandes, e Ele dividirá a presa com os poderosos, porque Ele próprio deu Sua vida, e deixou-Se colocar entre os criminosos, tomando sobre Sí os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.

A frase de introdução desta profecia: "Quem poderia acreditar nisto que ouvimos?" - dá o testemunho da natureza extraordinária do evento descrito que exige um esforço considerável da parte do leitor, para se acreditar nele. Realmente as profecias prévias de Isaías falavam da magnitude e glória do Messias. A referida profecia fala sobre Sua humilhação voluntária, sofrimento e morte! O Messias, sendo completamente limpo de pecados pessoais e santo, suporta todos os sofrimentos pela purificação das ilegalidades humanas.
O rei Daví também descreveu com muita clareza os sofrimentos do Salvador na Cruz, em seu salmo 21. Embora neste salmo a dissertação esteja na primeira pessoa, o rei Daví não poderia estar escrevendo a seu próprio respeito, pois ele não passou por tais sofrimentos. Aqui ele, como o protótipo do Messias, profèticamente atribuía para sí aquilo que de fato referia-se ao seu Descendente - Cristo. É notório o fato de que diversas palavras deste salmo foram literalmente ditas por Cristo durante Sua crucificação. Trazemos aqui algumas frases do salmo 21 e paralelamente textos correspondentes do Evangelho.
8o versículo: "Todos os que Me vêem, zombam de Mim," comparação em Marcos 15:29.
17o versículo: "Transpassaram Minhas mãos e Meus pés," comparação em Lucas 23:33.
19o versículo: "Repartem entre sí as Minhas vestes, e lançam sorte sobre a Minha túnica," comparação em Matheus 27:35.
9o versículo: "Esperou no Senhor, pois que Ele O livre, que O salve, se O ama," Esta frase foi literalmente dita pelos príncipes dos Sacerdotes hebreus e pelos escribas, Evangelho de Matheus 27:43.
2o versículo: "Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonastes?" assim exclamou o Senhor antes de Sua morte (veja em Matheus 27:46).
O profeta Isaías escreveu ainda os seguintes detalhes sobre os sofrimentos do Messias, os quais também aconteceram literalmente. A dissertação está na primeira pessoa: "O Senhor Deus deu-Me a língua de um discípulo para que Eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido... Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que Me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas o Senhor Deus vem em Meu auxílio, eis porque não Me sentí desonrado" (Isa. 50:4-11), (comparação em Matheus 26:67).
Na luz destas profecias sobre os martírios do Messias, torna-se compreensível a antiga profecia enigmática do patriarca Jacó relatada ao seu filho Judá, a qual já foi parcialmente mencionada por nós no segundo capítulo. Trataremos aqui esta profecia em sua totalidade: "Filhote de Leão, Judá: voltas trazendo a caça, meu filho. Dobra-Se, deita-Se como um leão, como uma leoa: quem O despertará? Não se apartará o cetro de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha Aquele a Quem pertence por direito, e a Quem devem obediência os povos. Amarra à videira o jumentinho, à cêpa o filho da jumenta. Lava com o vinho Suas vestes, com o sangue das uvas o Seu manto" (Gen. 49:11).
Nesta profecia o Leão em sua grandeza e poder simboliza o Messias, Que deveria nascer da tribo de Judá. A pergunta do patriarca sobre quem despertará o Leão adormecido, refere-se alegoricamente à morte do Messias, denominado nas Escrituras de "Leão da tribo de Judá" (Apo. 5:5). As próximas palavras proféticas de Jacó sobre a lavagem das vestes no suco das uvas, também dizem a respeito da morte do Messias. Uva é o símbolo do sangue. As palavras a respeito da jumenta e do jumentinho foram cumpridas, quando o Senhor Jesus Cristo antes de Seu martírio na Cruz, sentado no lombo de um jumento entrou em Jerusalém. O profeta Daniel também predisse sobre o tempo em que o Messias iria sofrer, conforme veremos no próximo capítulo.
É necessário ainda acrescentar a estes testemunhos dos sofrimentos do Messias do Antigo Testamento, a profecia não menos definida de Zacarias, que viveu dois centenários depois de Isaías (500 anos A.C.). No 3o capítulo de seu livro o profeta Zacarias descreve a visão do sumo sacerdote Josué, primeiramente com vestimenta ensangüentada e depois com vestimenta clara. As vestes do sacerdote Josué simbolizam a condição moral do povo: primeiramente a condição pecadora, e depois - a justa. Nas descrições das visões existem muitos detalhes interessantes que se referem ao sacramento da redenção, porém, nós mostraremos aqui apenas as palavras conclusivas de Deus Pai. Porque são pessoas de presságio: "Porque eis que farei vir Meu servo, Ramo (Renôvo). Eis a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra estão sete olhos; gravarei Eu mesmo sobre ela a inscrição - oráculo do Senhor dos Exércitos - e num só dia tirarei o mal desta terra... farão lamentações sobre Aquele Que traspassaram, como se fosse um filho único; chorá-Lo-hão amargamente como se chora um primogênito... Naquele dia jorrará uma fonte para a casa de Deus e para os habitantes de Jerusalém, que apagará os seus pecados e suas impurezas" (Zac. 3:8-9; 12:10; 13:1).
O nome rebento nós encontramos também no Profeta Isaías. Esse nome refere-se ao Messias, assim como simbolicamente Ele era chamado de pedra (angular). É notável que, de acordo com a profecia, a purificação dos pecados das pessoas irá ocorrer em um só dia. Em outras palavras, um determinado Sacrifício executará a redenção dos pecados! A Segunda parte da profecia encontrada no capítulo 12 fala sobre os suplícios da Cruz do Messias, Dele ser transpassado por lança e do arrependimento das pessoas. Todos estes acontecimentos se sucederam e são descritos nos Evangelhos.
Mesmo sendo difícil para as pessoas do Antigo Testamento elevarem-se até a fé na necessidade destes sofrimentos expiatórios do Messias, alguns escritores judeus daqueles tempos compreenderam corretamente a profecia do capítulo 53 do livro de Isaías. Apresentamos aqui pensamentos valiosos a este respeito contidos nos livros dos antigos hebreus. "Qual é o nome do Messias?" - pergunta o Talmud; e responde: "É complacente, como está escrito "Estes nossos pecados Ele carrega e Se sente compassivo por nós" (tratado. Talmud Babli). Em outra parte do Talmud é dito: "O Messias recebe sobre Sí todos sofrimentos e martírios pelos pecados dos Israelitas. Se Ele não tomasse esses suplícios sobre Sí, então nenhuma pessoas no mundo não conseguiria suportar as penas conseqüentes da ruptura da lei (Jalkut Chadachm fol. 154, col. 4, 29, Tit.). O Rabino Moshe Goddarshan escreve no Medrash (livro que interpreta as Sagradas Escrituras):
"Deus Santíssimo e Abençoado fez o seguinte acordo com o Messias, dizendo-Lhe: Messias, o Meu Justo! Os pecados da humanidade cairão sobre Tí como um pesado jugo: Teus olhos não verão a luz, Teus ouvidos ouvirão palavras terríveis, Teus lábios provarão o gosto amargo, Tua língua se colocará à Tua garganta... e Tua alma sucumbirá de angústia e suspiros ofegantes. Estarás Tu de acordo com isto? Se Tu aceitas todos estes sofrimentos sobre Tí: então, muito bem. Se não aceitas, então Eu exterminarei imediatamente a humanidade - os pecadores. A isto o Messias respondeu: Senhor do universo! Eu aceito com alegria estes martírios, sob uma condição: que Tu, durante os Meus dias ressuscite os mortos, começando por Adão, até o dia de hoje, e não salve apenas a eles, mas todos aqueles que Tu planejaste criar e ainda não criaste. A isto o Santíssimo e Abençoado Deus respondeu: sim, Eu concordo. Naquele momento o Messias com alegria tomou sobre Sí todos os sofrimentos, conforme está escrito: "Ele foi torturado, mas sofreu voluntàriamente... como um carneiro levado ao abate" (da conversação sobre o livro de Gênesis).
Estes testemunhos dos hebreus ortodoxos "experts" nas Sagradas Escrituras são valorosos, pois, mostram a grandeza do significado da profecia de Isaías para reforçar a fé no poder do sofrimento do Messias na Cruz para a nossa salvação.

A Ressurreição
Do Messias
Entretanto falando sobre a necessidade e salvação pelo martírio do Messias, os profetas também predisseram Sua ressurreição dos mortos e Sua subsequente glória. Isaías, descrevendo os sofrimentos de Cristo, concluiu sua narrativa com as seguintes palavras: "Quando Ele oferecer Sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará Seus dias, e a vontade do Senhor será por Ele realizada. Após suportar em Sua pessoa os tormentos, alegrar-Se-á de O conhecer até o enlêvo. O Justo, Meu Servo, justificará a muitos homens e tomará sobre Sí em suas inquidade. Eis porque Lhe darei parte com os grandes, e Ele dividirá a presa com os poderosos" (Isa. 53:10-12). Em outras palavras, após a morte o Messias reviverá afim de encabeçar o Reino dos justos e ficará satisfeito moralmente com o resultado de Seus sofrimentos.
O rei Daví também predisse a ressurreição de Cristo no salmo 15, o qual é expressado na voz de Cristo: "Ponho sempre o Senhor diante dos olhos; pois que Ele está à Minha direita, não vacilarei. Por isso Meu coração se alegra e Minha alma exulta, até Meu corpo descansará seguro. Porque Vós não abandonareis Minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que Vosso Santo conheça a corrupção. Vós Me ensinareis o caminho da vida. Há abundância da alegria, junto de Vós, e delícias eternas, à Vossa direita" (Salmo 15:8-9-10-11).
Em Oséias há menção a respeito do terceiro dia da ressurreição, embora sua profecia esteja no plural: "Até que se arrependam de seus pecados e Me procurem, e em sua miséria recorram a Mim. Vinde, voltemos ao Senhor, Ele feriu-nos, Ele nos curará; Ele causou a ferida, Ele a sanará. Dar-nos-á de novo a vida em dois dias, ao terceiro dia levantar-nos-á, e viveremos em Sua presença" (Osé. 6:1-2, veja 1 Cor. 15:4).
Além das profecias diretas sobre a imortalidade do Messias, na realidade todos os lugares do Antigo Testamento onde o Messias é chamado Deus, (por exemplo nos Salmos 2, 131:11, em Jer. 23:5, em Miq. 5:2, Mal. 3:1). Deus em Sua essência é imortal. Também pode-se concluir sobre a imortalidade do Messias, quando lemos as predições sobre Seu Reino Eterno (por exemplo em Gen. 49:10; 2 Reis 7:13); Salmos 2, 131:11; Ezeq. 7:27; Dan. 7:13). Portanto o Reino Eterno presume um Eterno Rei!
Desta forma, resumindo o conteúdo deste capítulo, nós vemos que os profetas do Antigo Testamento falavam de modo muito definido sobre os sofrimentos expiatórios, morte, e então - sobre a ressurreição e glória do Messias. Ele teria que morrer para a redenção dos pecados humanos e ressuscitar para encabeçar o Reino Eterno daqueles que Ele salvou. Estas verdades, primeiramente reveladas pelos profetas, mais tarde formaram os fundamentos da fé Cristã.

As Profecias
De Daniel
O Patriarca Jacó, conforme nós mostramos no 2o capítulo, coincidiu os tempos da vinda do Conciliador com o tempo em que os descendentes de Judá perderiam sua independência política. O tempo da vinda do Messias foi definido pelo profeta Daniel em sua profecia sobre as setenta semanas.
O Profeta Daniel escreveu a profecia sobre o tempo da vinda do Messias quando ele junto com outros hebreus encontravam-se cativos na Babilônia. Os hebreus foram levados ao cativeiro pelo rei Nabucodonossor, que havia destruído a cidade de Jerusalém no ano 588 A.C.. O profeta Daniel sabia que o prazo de 70 anos do período do cativeiro babilônico, predito pelo profeta Jeremias (no cap. 25 de seu livro), estava chegando ao fim. Desejando rápido retorno do povo hebreu do cativeiro para sua terra nativa e a restauração da Cidade Santa de Jerusalém, São Daniel começou a pedir a Deus por isto em preces fervorosas. Ao final de uma destas preces, repentinamente surgiu diante dele o Arcanjo Gabriel e disse que Deus ouviu sua prece e em breve ajudará os hebreus na restauração de Jerusalém. Prosseguindo, o Arcanjo Gabriel revelou ainda outra boa notícia, ou seja, de que do tempo da declaração do decreto da restauração de Jerusalém, iniciar-se-á o cálculo do ano da vinda do Messias e a instituição do Novo Testamento. Eis o que falou o Arcanjo Gabriel ao Profeta Daniel:


"Setenta semanas foram fixadas a teu povo e à tua cidade santa para dar fim à prevaricação, selar os pecados e expiar a iniquidade, para instaurar uma justiça eterna, encerrar a visão e a profecia e ungir o Santo dos Santos. Sabe, pois, e compreende isto: desde a declaração do decreto sobre a restauração de Jerusalém até um chefe ungido, haverá sete semanas; depois, durante sessenta e duas semanas, ressurgirá, será reconstruída com praças e muralhas. Nos tempos de aflição, depois dessas sessenta e duas semanas, um Ungido será suprimido, e ninguém (será) a favor Dele. A cidade e o Santuário serão destruídos pelo povo de um chefe que virá. Seu fim (chegará) com uma invasão, e até o fim haverá guerra e devastação decretada. Concluirá com muitos uma sólida aliança por uma semana e no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que ruína decretada caia sobre o devastado" (Dan. 9:24-27).

Nesta profecia todo intervalo de tempo desde o decreto da restauração de Jerusalém até a instituição do Novo Testamento e da segunda destruição desta cidade, está dividido em três períodos. Os prazos de cada período eram calculados em cinco sétimos de anos, ou seja, - sete anos. Sete é uma data sagrada, simbòlicamente significando totalidade, finalização. O sentido desta profecia é o seguinte: para o povo judáico e a cidade santa são determinadas 70 "semanas" (70 x 7 = 490 anos); enquanto não chega o Santo dos Santos (Cristo), o Qual irá apagar a ilegalidade, trará a eterna verdade e cumprirá todas as profecias. O decreto para a nova construção de Jerusalém e do templo servirá para o início dessas semanas, e o final - a repetição da destruição dos dois. Pela ordem dos acontecimento, essas semanas são divididas da seguinte maneira: durante as primeiras sete "semanas" (i.e. 49 anos) Jerusalém e o Templo serão reconstruídos. Depois, no final das 62 semanas seguintes (i.e. 434 anos) Cristo virá, porém, sofrerá e será levado à morte. Finalmente no decorrer da última "semana" será estabelecido o Novo Testamento e na metade dessa "semana" cessarão os sacrifícios regulares no Templo de Jerusalém, e no santuário haverá abominação. Então virá um povo, guiado por um líder o qual irá destruir a cidade santa e o Templo.
É interessante e instrutivo observar como de fato se desenrolaram os fatos históricos no período do tempo designado pelo Arcanjo Gabriel. O decreto para a restauração de Jerusalém foi emitido pelo rei Artaxerxes da Pérsia no ano 453 A.C. Este notável acontecimento é descrito em detalhes no 2o capítulo do livro de Neemias. Do momento desse decreto é que se deve começar a conta das "semanas" de Daniel. Pelo método grego de numeração dos anos, este era o 3o ano da 76a Olimpíada; pelo método grego - o 299o ano da fundação de Roma. A restauração dos muros de Jerusalém e do Templo prolongou-se por aproximadamente 40 a 50 anos (sete "semanas"), pois, alguns povos pagãos que viviam nos arredores vizinhos de Jerusalém, tentavam de todas maneiras impedir a restauração dessa cidade.
De acordo com a profecia, o Messias teria de sofrer pela purificação dos pecados humanos no período entre 69 e 70 "semanas." Se somarmos 69 semanas ao ano do decreto da restauração de Jerusalém, i.e. 483 anos, resultará então no 30o ano do método de numeração dos anos cristãos. Aproximadamente nessa época, de 30 a 37 A.C., conforme a profecia, o Messias iria sofrer e morrer. O Evangelista Lucas escreve que o Senhor Jesus Cristo saiu para pregar no 15o ano do governo do imperador romano Tibério. Isto coincidia com o 782o ano da fundação de Roma ou com o 30o ano após o nascimento de Cristo. O Senhor Jesus Cristo pregou por três anos e meio e sofreu no 33o ou 34o ano da nossa era, justamente no intervalo de tempo, indicado por São Daniel. Após a Ressurreição de Cristo a fé cristã começou a se disseminar ràpidamente, tanto que realmente a última 70a semana foi a confirmação do Novo Testamento entre muitas pessoas.
Jerusalém foi destruída pela segunda vez no ano 70 de nossa era, pelo líder militar romano Tito. Durante o assédio de Jerusalém pelas legiões romanas, devido à discórdia entre os líderes judeus, reinou completo caos nessa cidade. Como resultado dessas discórdias, os serviços religiosos no Templo, conforme predisse o Arcanjo ao profeta Daniel, reinou "a abominação da desolação." O Senhor Jesus Cristo, em uma de suas conversações lembrou aos cristãos sobre esta profecia e preveniu Seus ouvintes de que quando eles virem abominação da desolação em seu lugar santo, eles devem fugir de Jerusalém o mais rápido possível, pois chegou o fim (Mat. 24:15). Assim procederam os cristãos que viviam em Jerusalém, quando o exército romano por causa das eleições de um novo imperador, por ordem de Vespasiano se retirou temporàriamente. Por esta razão os cristãos não sofreram o retorno subsequente do exército romano e a destruição de Jerusalém, e desta maneira, escaparam do trágico destino de muitos judeus que permaneceram na cidade. A profecia de Daniel sobre as semanas chegam ao fim com a destruição de Jerusalém.
Desta forma, a coincidência entre a profecia dada e os acontecimentos históricos subsequentes na vida do povo hebreu e as narrações do Evangelho é - surpreendente.
Aqui deve ser lembrado de que os rabinos hebreus freqüentemente proibiam seus patrícios de contarem as semanas de Daniel. O rabino de Gemar até amaldiçoou aqueles hebreus que irão calcular o ano da vinda do Messias: "Que estremeçam os ossos daqueles, que calculam os tempos" (Sanedrin 97). A severidade desta proibição é compreensível. Pois as semanas de Daniel apontam diretamente ao tempo da atividade de Cristo o Salvador, o que para aqueles que não crêem Nele torna-se desagradável de admitir.
No profeta Daniel nós encontramos também outro testemunho importante sobre o Messias, escrito em forma de uma visão, na qual o Messias é retratado como Eterno Soberano. Isto está inscrito no sétimo capítulo de livro.
"Olhando sempre a visão noturna, ví um Ser semelhante ao Filho do Homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-Se para o lado do Ancião, diante de Quem foi conduzido. A Ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-No. Seu domínio será eterno; nunca cessará e Seu reino jamais será destruído" (Dan. 7:13-14).
Nesta visão fala-se sobre os últimos destinos do mundo, no fim da existência dos reis terrenos, sobre o terrível julgamento das nações, reunidas diante do trono do Ancião dos Dias, ou seja, - Deus Pai, e sobre o começo dos tempos gloriosos para o Reino do Messias. Aqui o Messias é denominado "Filho do Homem," o que aponta para sua natureza humana. Conforme temos conhecimento do Evangelho, o Senhor Jesus Cristo com freqüência se denominava de Filho do Homem, lembrando aos hebreus, com este nome, da profecia de Daniel (Mat. 8:20; 9:6; 12:40; 24:30 e etc).
As profecias de outros dois grandes profetas Jeremias e Ezequiel poderão ser encontradas no suplemento, onde estão acumuladas profecias sobre o Reinado do Messias. Concluindo este capítulo, traremos apenas a profecia de Baruc, pupilo de Jeremias, onde ele escreve sobre a vinda de Deus à terra:"É Ele o nosso Deus, com Ele nenhum outro se compara. Conhece a fundo os caminhos que conduzem à sabedoria, galardoando com ela Jacó, Seu servo, e Israel, Seu favorito. Foi então que Ele apareceu sobre a terra, onde permanece entre os homens" (Bar. 3:36-38). Infelizmente, nos tempos do cativeiro da Babilônia, o original hebreu do livro do profeta Baruc foi perdido, motivo pelo qual a tradução em grego desse livro foi colocada na lista dos livros não canônicos. Por esta razão, a profecia de Baruc não recebe prestígio entre "experts" Bíblicos ou outras religiões.

Profecias Dos
Profetas "Menores"
Além dos livros dos "grandes" profetas, referindo-se aos livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre os livros sagrados do Antigo Testamento encontram-se ainda 12 livros dos denominados profetas "menores." Eles são denominados de "menores" devido ao fato dos seus livros serem de menores proporções, contendo apenas alguns poucos capítulos. Alguns dos profetas "menores" que escreviam sobre o Messias foram Oséias, Joel, Amos e Miquéias - contemporâneos do profeta Isaías, que viveram 700 anos A.C., igualmente os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias, que viveram após o cativeiro babilônico durante o 6o e 5o centenários A.C.. Durante os tempos dos três últimos profetas era construído o segundo Templo do Antigo Testamento em Jerusalém, no lugar do Templo demolido de Salomon. As Escrituras do Antigo Testamento encerram-se com o livro de Malaquias.
O profeta Miquéias escreveu largamente a conhecida profecia sobre Belém a qual era citada pelos escribas judeus quando o rei Herodes perguntou-lhes onde deverá nascer o Cristo: "Mas tu, Belém-Efrata, tão pequeno entre os clãs de Judá, é de Tí que sairá para Mim Aquele Que é chamado a governar Israel. Suas origens remotam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado" (Miq. 5:1). Aqui o profeta Miquéias fala que embora Belém tenha sido considerada como uma das cidades mais insignificantes de Judá, ela está designada a ser o local do nascimento do Messias, e a realidade deste acontecimento se estenderá pela eternidade. A existência eterna, como é do nosso conhecimento, é a natureza notável da Excência de Deus. Por esta razão esta profecia testemunha sobre a eternidade e, consequentemente sobre a unidade do Messias com Deus Pai (nos lembremos de que Isaías chamava o Messias de "Pai Eterno" (Isa. 9:5).
A profecia seguinte de Zacarias e Amos refere-se aos últimos dias da vida do Messias. A profecia de Zacarias diz da entrada triunfante do Messias em Jerusalém montado num jumento:
"Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a tí o teu Rei, justo e vitorioso; Ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta... Ele proclamará a paz entre as nações, Seu império estender-se-á de um mar ao outro, desde o rio até as extremidades da terra. Quanto a tí, por causa de tua aliança de sangue, libertarei os teus cativos do fôsso sem água" (Zac. 9:9-11).
Jumenta - é o símbolo do mundo, naquele tempo, assim com o cavalo é o símbolo da guerra. De acordo com esta profecia, O Messias deveria proclamar a paz no mundo - reconciliação com Deus e o cessar da inimizade entre as pessoas. A Segunda parte da profecia sobre a libertação dos prisioneiros do fôsso, professava a respeito da libertação das almas dos mortos, do inferno e como resultado dos sofrimentos redentores do Messias.
Na profecia seguinte Zacarias predisse que o Messias seria traído em troca de 30 moedas de prata. Na profecia o discurso provém do nome de Deus, Que oferece aos líderes judeus Lhe designarem pagamento por tudo aquilo que Ele fez pelo Seu povo: Eu disse-lhes: "Dai-Me o Meu salário, se o julgais bem, ou então retei-o!" "Eles pagaram-Me apenas trinta moedas de prata pelo Meu salário." O Senhor disse-me: "Lança esse dinheiro no tesouro, esta bela soma, na qual estimaram os Teus serviços. Tomei as trinta moedas de prata e lancei-as no tesouro da casa do Senhor" (Zac. 11:12-13).
Conforme temos conhecimento do Evangelho, Judas Escariote traiu seu Mestre. Entretanto Judas não esperava que Cristo seria condenado à morte. Quando soube disto, ele se arrependeu por seu procedimento e jogou fora as moedas que lhe foram dadas no Templo. Com estas trinta moedas de prata, os príncipes dos Sacerdotes compraram o campo do Oleiro, para que alí se fizesse um cemitério de estrangeiros, conforme predisse Zacarias (Mat. 27:7-9).
O profeta Amos predisse sobre o eclipse do sol, o qual aconteceu durante a crucificação de Cristo: "Acontecerá naquele dia - diz o Senhor, que farei o sol se por ao meio-dia, e encherei a terra de trevas em pleno dia" (Amó. 8:9). Profecia semelhante encontramos também em Zacarias: "Será um dia contínuo (conhecido somente pelo Senhor), e não haverá sucessão de dia e noite, e a noite será clara" (Zac. 14:6-7).
As profecias mais antigas sobre o Messias dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias têem uma relação estreita à construção do segundo Templo de Jerusalém. Tendo retornado do cativeiro, os judeus, sem grandes entusiasmos, construíam o novo templo no lugar das ruínas do templo de Salomão. Toda a nação ficou devastada, e muitos judeus preferiram reconstruir suas próprias casas. Por isso, após o período cativo tornou-se necessário aos profetas coagir os judeus a construírem a Casa de Deus. Para encorajar os construtores, os profetas diziam que embora em sua fachada exterior o novo templo cede ao de Salomão, ele será muito superior na importância espiritual. O motivo da glória do templo em construção era de que seria freqüentado pelo Messias aguardado por todos. Trazemos aqui consecutivamente profecias a este respeito de Ageu, Zacarias e Malaquias conforme eles complementam um ao outro. Deus fala através dos lábios dos profetas:
"Porque ainda um pouco de tempo, e abalarei céu e terra, mares e continentes, sacudirei todas as nações, afluirão riquezas de todos os povos e encherei de Minha glória esta casa, diz o Senhor dos Exércitos... o esplendor desta casa sobrepujará o da primeira" (Ageu 2:6-9).
"Eis o homem - cujo nome é Gérmen; alguma coisa vai germinar de Sua linhagem. Ele é que reconstruirá o templo do Senhor; usará insígnias reais e sentar-se-á como Rei sobre Seu trono" (Zac. 6:12-13).
"Vou mandar o Meu mensageiro para preparar o Meu caminho. E imediatamente virá ao Seu Templo o Senhor que buscais, o Anjo da Aliança que desejais. Ei-Lo que vem, diz o Senhor dos Exércitos" (Mal. 3:1).
Deus Pai chama o Messias de "O desejado de todas as nações." "Rebento," "Senhor" e "Anjo do Testamento." Estes nomes do Messias conhecidos pelos judeus pelos prévios profetas, uniam todas as profecias anteriores sobre Cristo num todo. Malaquias foi o último profeta do Antigo Testamento. Sua profecia a respeito do "Anjo" enviado para preparar o caminho do Senhor o Qual logo virá, encerra a missão dos profetas do Antigo Testamento e dá início ao período da espera da chegada de Cristo.
Há concordância apenas que na profecia apresentada por Zacarias o Messias deveria criar o Templo do Senhor. Aqui o discurso não é a respeito da criação de um templo de pedra (o qual não comportaria todos os povos), mas sim, de um templo espiritual - Igreja dos Fiéis. Pois Deus habita nas almas dos fiéis, como num templo (Lev. 26:1-12).

Espera
Da Vinda do Messias
Resumindo aqui o conteúdo das profecias do Antigo Testamento sobre o Messias, nós vemos que os judeus, possuindo uma descrição tão abundante e detalhada a respeito de Seu caráter e muitos acontecimentos de Sua vida, podiam sem dificuldades adquirir a verdadeira fé Nele. Particularmente eles deveriam saber que o Messias teria duas naturezas: humana e Divina, que Ele seria o profeta maior, rei e Sumo-Sacerdote, ungido por Deus (Pai) para estes serviços e seria um bom Pastor.
As profecias também atestavam ao fato de que o objetivo importante do Messias seria a derrota do demônio e seus criados, a redenção dos pecados da humanidade, a cura de seus males físicos e espirituais e a reconciliação com Deus; que Ele abençoará os fiéis e estabelecerá o Novo Testamento, e que Suas bençãos espirituais se estenderão sobre toda a humanidade.
Os profetas também revelaram muitos acontecimentos da vida do Messias, ou seja: Ele descenderá de Abrão, da tribo de Judá, da origem do rei Daví, nascerá de uma Virgem na cidade de Bethlem, irá propagar a paz à humanidade, curar as doenças, será dócil e complacente, será traído, condenado inocentemente, irá padecer, será transpassado (por uma lança), morrerá, será sepultado num túmulo novo, durante Sua crucificação escurecerá. Depois o Messias descerá ao inferno e trará de lá almas das pessoas, após o que Ele ressuscitará dos mortos; eles também profetizaram que nem todos irão reconhecê-Lo como o Messias, e alguns até irão hostilizá-Lo, embora sem sucesso. O fruto de Sua redenção será a renovação espiritual dos que crêem e a expansão da graça do Espírito Santo sobre eles.
Finalmente, os profetas determinaram que o tempo da vinda Dele coincidirá com o fim da independência política da tribo de Judá, que ocorrerá não mais tarde do que 70 "semanas" (70 x 7 = 490 anos), após a emissão do decreto para a restauração da cidade de Jerusalém e não mais tarde do que a destruição do Segundo Templo em Jerusalém, que Ele aniquilará o Anticristo e virá novamente em glória. Como resultado final de Suas atividades será a obtenção da justiça, paz e felicidade.
Também os nomes com os quais o Messias era denominado pelos profetas, provam a Sua Natureza e a Magnitude de seus atos. Ele era chamado de "Leão, David, Rebento, Deus Poderoso, Emanuel, Conselheiro, Líder do mundo, Pai do século futuro, Conciliador, Estrela, Família da Mulher, Profeta, Filho de Deus, Rei, Ungido (Messias), Redentor, Deus, Senhor, Servo (de Deus), Justo, Filho do Homem, Santo dos Santos.
Toda esta abundância de profecias sobre Cristo nas escrituras sagradas do Antigo Testamento nos revela a grande significação que os profetas davam à sua missão de ensinarem os judeus a crer corretamente no Cristo chegando. Além disso, a esperança de que em algum tempo virá uma Pessoa extraordinária, a Qual livrará as pessoas da calamidade, propagou-se pelos judeus entre muitas nações, razão pela qual Ageu denomina Cristo de "Desejado por todas as nações." Realmente, entre muitos povos antigos (chineses, indús, persas, gregos e outros) existia uma lenda, muito antes do Nascimento de Cristo, sobre a vinda de Deus-pessoa ao mundo. Alguns chamavam-No de "Santo," outros - "Salvador."
Foi assim que os profetas do Antigo Testamento prepararam condições indispensáveis para o êxito da propagação da fé do Novo Testamento. Em verdade, muitas memórias antigas escritas no período do 2o século antes do Nascimento de Cristo até o início do 2o centenário D.C. testemunham que naquele tempo o povo hebreu aguardava intensamente a vinda do Messias. Dentre estas memórias escritas pode-se apontar para o livro de Enoc, o livro de Baruc, Oráculos de Sibil, partes antigas do Talmud, Pergaminhos do Mar Morto, anotações de José Flávio (historiador judeu do 1o século da nossa era) e outros. Citações destas fontes requerem muito espaço. Lendo as antigas memórias escritas, é possível se concluir que a fé dos hebreus no Messias às vezes alcançava uma força surpreendente. Assim, por exemplo, alguns escritores antigos denominavam o Messias de Filho do Homem e Filho de Deus, existente antes do surgimento do mundo, rei e justo, recompensando os bondosos e punindo os maus (na Segunda parte do livro de Enoc).

Cumprimento Das Profecias
Sobre o Messias
A respeito de que muitos judeus estavam preparados espiritualmente para aceitarem o Messias, pode ser visto nos capítulos iniciais do Evangelho de Lucas. A Santíssima Virgem Maria, a Justa Elizabeth, o sacerdote Zacarias, o Justo Simão, a profetiza Ana e muitos habitantes de Jerusalém ligavam o nascimento de Jesus Cristo com o cumprimento das profecias antigas sobre a vinda do Messias, sobre o perdão dos pecados, a derrota dos orgulhosos e a elevação dos mansos, sobre a restauração do Testamento com Deus, sobre o serviço de Israel para Deus com o coração puro. Depois disto, desde que Jesus Cristo começou a pregar, os Evangelhos testemunham a facilidade com que muitos hebreus reconheceram Nele o Messias prometido e comunicaram aos seus conhecidos; por exemplo, os apóstolos André e Felipe, e mais tarde - Natanael e Pedro (Joã. 1:40-44).
Jesus Cristo reconhecia a Sí como Messias e atribuía a Sí as predições dos profetas como por exemplo: a profecia de Isaías sobre o Espírito Santo que deveria descer sobre o Messias (Isa. 61:1; Luc. 4:18). Isaías também profetizou a respeito da cura dos doentes pelo Messias (Isa. 35:5-7); Mat. 11:5). Jesus elogiou o Apóstolo Pedro por tê-Lo chamado de Cristo, Filho de Deus Vivo e prometeu edificar Sua Igreja na fé Nele (Mat. 16:16). Ele falou para os judeus examinarem e se aprofundarem nas Escrituras, pois as mesmas dão testemunhos Dele (5:39). Ele também dizia que Ele é o Filho, o Qual Se sentará à direita do Pai, de acordo com o Salmo 109 (Mat. 22:44). Jesus Cristo falava também que Ele é a "Pedra" rejeitada pelos "construtores," referida na conhecida predição no Salmo 117 (Mat. 21:42). Antes dos Seus padecimentos Jesus Cristo lembrou Seus discípulos de que "é necessário que se cumpra tudo escrito sobre Ele" (Luc. 22:37; Isa.53). Durante o julgamento diante da pergunta direta do sumo-sacerdote Caifás: se Ele era "o Cristo, o Filho de Deus," Cristo respondeu que sim, e lembrou a profecia de Daniel sobre o Filho do Homem (Mat. 26:63-64; Dan. 7:13), e Sua confirmação serviu como razão formal para Sua condenação à morte. Após Sua ressurreição dos mortos Cristo censurou os Apóstolos, dizendo que eles "eram tardos de coração para crerem em tudo que anunciaram os profetas" (Luc. 24:25). Em poucas palavras, desde o início de Seus serviços públicos, até Seus padecimentos na Cruz e depois de Sua ressurreição, Jesus Cristo Se declarava o Messias, prometido pelos profetas.
Se Cristo evitava denominar-Se Messias na presença do povo, e sòmente citava profecias a Seu respeito, era por causa das representações grosseiras e distorcidas sobre o Messias as quais se estabeleceram entre o povo. Cristo se esquivava por todos os meios da glória terrena e da interferência na vida política.
Devido à sua humilhante dependência de Roma, muitos judeus desejavam ter em Messias um potente rei-conquistador, o qual lhes daria independência política, glória e bens materiais. Porém Jesus veio para evidenciar o renascimento espiritual nas pessoas. Ele prometeu bençãos celestes e não terrestres, como recompensa pelas virtudes. Eis porque muitos rejeitaram Cristo.
Embora os Apóstolos antes da crucificação de Cristo, tenham medrosamente vacilado em sua fé Nele, após Sua Ressurreição dos mortos não tiveram nenhuma dúvida de que Ele é o Messias prometido por Deus. Depois da ressurreição a fé deles se fortaleceu a tal ponto, que por Cristo eles estavam prontos para dar e realmente deram sua vida. Os Apóstolos constantemente mencionavam em suas cartas as antigas profecias sobre o Messias afim de convencer os judeus da veracidade da fé cristã. Por esta razão, a palavra deles, não obstante a descrença e oposição principalmente dos sumo-sacerdotes e escribas, tiveram tamanho sucesso, primeiramente entre os judeus, e depois - entre os pagãos. Já no final do primeiro centenário a fé cristã se espalhou por quase todos os lados do vasto império Romano.

Noções Distorcidas
Sobre o Messias
Apesar da abundância de profecias sobre o Messias nas Escrituras do Antigo Testamento, durante a vida terrena de Cristo, nem todos os hebreus tinham noções corretas a respeito Dele. A razão disso era que muitos judeus não conseguiam se elevar até o entendimento espiritual das profecias messiânicas, por exemplo, sobre a natureza Divina do Messias, sobre a necessidade do renascimento moral, sobre a Graça de Deus atuante no Reino do Messias.
O período do 3o século antes do nascimento de Cristo até o início do 2o século D.C. foi o tempo de intensa luta do povo hebreu por sua independência política. Esta difícil batalha e as privações relacionadas com ela, contribuíram para o desenvolvimento entre os judeus da esperança de melhores tempos quando o Messias derrotaria os inimigos do povo hebreu. Eles sonhavam que com a subida ao trono do Messias teriam início tempos felizes, cheios de abundância material na vida. Por causa destes desejos nacionais-estreitos e utilitários, conforme já mencionamos, o Senhor Jesus Cristo evitava denominar-Se publicamente de Messias. Porém, com freqüência Ele citava as profecias antigas que falavam do Messias como líder espiritual, e com isto devolviam a fé dos hebreus para o caminho certo (Veja Mat. 26:54; Mar. 9:12; Luc. 18:31; Joã. 5:39).
Mas os hebreus, desejando ter no Messias o rei terreno e sonhando com bens materiais, irritavam-se com a aparência dócil e humilde de Jesus Cristo. Seus ensinamentos sobre a mansidão, sobre o amor pelos inimigos, sobre a aspiração ao Reino Celeste - eram totalmente estranhos a eles.
Os líderes hebráicos no decorrer de vários anos não sabiam como se livrar do indesejável Mestre-Milagroso. Eles receavam também pela perda de sua própria influência sobre o povo, pois, muitas pessoas simples acreditavam em Jesus Cristo. Finalmente, um acontecimento favorável surgiu, quando Judas, um dos doze Apóstolos, ofereceu seus serviços aos Sumo-Sacerdotes e ajudou-os a entregarem Jesus Cristo para julgamento. Durante o julgamento porém, os juizes não conseguiam salientar uma acusação contra Cristo, pela qual seria possível condená-Lo à morte. Somente após Jesus ter respondido afirmativamente à pergunta de Caifás: se Ele Se considerava o Cristo (Messias) Filho de Deus Vivo, Ele foi acusado de blasfêmia. Este "pecado," por lei, era punido com a morte. Mas os líderes hebreus por sí mesmos não tinham o direito de executar sua sentença, pois a Judéia era subordinada aos romanos. Conforme temos conhecimento do Evangelho, Pilatos, contra sua própria vontade, temendo seu próprio destino, confirmou a sentença dos líderes hebreus - os Sumo-Sacerdotes e membros de Senedrion. Cristo foi crucificado na véspera da Páscoa dos judeus no 33o ou 34o ano de nossa era. Diante destas circunstâncias o povo hebreu, representado por seus líderes, rejeitou o Enviado de Deus Messias.
Porém, a espera pelo Messias, Rei-conquistador, como antes de Jesus Cristo, assim especialmente nos 1o e 2o séculos depois Dele, criou uma base conveniente para o aparecimento de todos tipos de auto-denominados messias entre os judeus. Afinal de contas aquele era o tempo, de acordo com as profecias do patriarca Jacó e o profeta Daniel, quando o verdadeiro Messias deveria chegar. Na história do povo hebreu foram contados cerca de sessenta falsos-messias. Eles eram geralmente aventureiros de todos os tipos: às vezes - simplesmente chefes de quadrilhas, às vezes - líderes militares de maior evidência, às vezes - fanáticos religiosos e reformistas.
O falso-messias mais proeminente foi Bar-Kochba, chefiando uma luta desesperada com Roma nos anos 132-135 D.C. Ele se denominava de Estrela de Jacó (referente à profecia em números 24:17), e messias-libertador. Ele era possuidor de uma vontade de aço e conseguiu submeter por completo a população judaica na Palestina. Ele era dono absoluto tanto dos bens quanto das vidas dos seus súditos. Os judeus acreditavam cegamente em seu messianismo e estavam prontos para sacrificar tudo, para realizar seus sonhos sobre os felizes tempos messiânicos. Porém a pequena Judéia não tinha forças para lutar com a potente Roma. A guerra terminou com terríveis destruições por toda Palestina. Uma parte considerável da população morreu nessa guerra, e outra parte foi levada ao cativeiro e eram vendidos nos palanques dos escravos. O próprio Bar-Kochba morreu. (Um escritor do segundo século, que viveu na Palestina, chamado Justin o Filósofo, relata a respeito da brutalidade de Bar-Kochba durante a prosperidade de seu poder. Ele exigia dos cristãos que eles renunciassem a Cristo e desprezassem Seu nome. Aqueles que se recusavam a agir desta maneira eram submetidos a sofrimentos cruéis e à morte. Ele não tinha compaixão nem pelas mulheres, nem pelas crianças (Apologia 1a, par.31)).
No decorrer dos séculos hebreus, estando espalhadas pelo mundo todo, todas as forças levaram para a preservação da sua religião do Antigo Testamento e do nacionalismo. E nisto eles foram sucedidos. Porém, não aceitando a Cristo e Seus ensinamentos, os judeus privaram-se daquilo que de mais valor lhes foi deixado pelos profetas - a esperança do renascimento espiritual.
Após a Segunda Guerra Mundial, em alguns judeus foi despertada a ansiedade para o seu Messias - Jesus Cristo. Entre eles surgiram missionários ativos, os quais atraiam seus compatriotas para a fé cristã. O trabalho missionário caminhou com muito sucesso, pois, eles empregavam as predições messiânicas dos profetas do Antigo Testamento. É preciso dizer que as Sagradas Escrituras, mesmo entre os judeus indiferentes a Deus, são muito respeitadas. Deste modo, não obstante o transcorrer dos séculos, as Escritas dos profetas permanecem com a palavra viva e eficaz de Deus.
Presume-se que sobre estes novos cristãos pesará um problema difícil; o de acusar a falsidade do último falso-messias que se aproxima - o Anticristo. Este impostor, igual aos antigos falsos-messias, irá prometer alegrias terrenas e felicidade. De acordo com as predições, muitos irão acreditar nele cegamente, e ele conseguirá um sucesso político considerável, mas não por muito tempo. Depois ele também morrerá, igual a muitos impostores da antiguidade.
Os cristãos não têem necessidade de provar que Jesus Cristo é o verdadeiro Messias. Porém, o conhecimento das profecias antigas é muito útil para todos. Esse conhecimento, por um lado enriquece a fé em Cristo, e por outro lado, oferece meios para conversão para a fé aos duvidosos e descrentes. Devemos ser gratos aos profetas do Antigo Testamento por terem relatado com tanta clareza e riqueza de detalhes a respeito de Cristo. Graças a eles, nossa fé Nele está fortalecida sobre uma pedra dura, e com esta fé nós seremos salvos.

Profecias Sobre os
Tempos do Novo Testamento
De acordo com os profetas, o objetivo da vinda do Messias ao mundo era o estabelecimento do Reino de Deus, no qual deveria entrar a nova espiritualmente restabelecida Israel. Os profetas descrevem esse Reino bastante detalhado. Neste nosso trabalho, nós tomamos como regra apresentar as profecias que se referem ao Messias e mostrar como elas foram cumpridas em Jesus Cristo. A profecia referente ao Reino Dele iremos apresentar superficialmente, nos detendo apenas nas principais e mais comuns qualidades deste Reino.
Falando sobre o Reino Messiânico, os profetas o retratavam como uma sociedade de pessoas espiritualmente renovadas. Nessa sociedade deveriam entrar além dos judeus também outras nações. A principal particularidade deste Reino seria a abundância de dádivas e bençãos. Sendo o Reino de Deus, ele é o mais forte de todos os reinos terrestres e sobreviverá a eles. Seu início deu-se nos tempos da chegada do Messias à terra, e no final do mundo, após o Julgamento Final de Deus das nações, ele deverá se transformar em sua aparência externa. Então, na nova terra transformada irão desaparecer todas as angústias físicas, e entre os cidadãos deste Reinado irá imperar a glória, a imortalidade e a plenitude das bençãos de Deus. Eis aqui, em poucas palavras, a essência destas profecias. Agora iremos nos deter em algumas particularidades.
Falando a respeito dos tempos messiânicos, os profetas indicavam que eles seriam o tempo do Novo Testamento (aliança) de Deus com as pessoas. Conforme sabemos, o Antigo Testamento de Deus com Israel foi concluído na presença de Moisés diante do Monte Sinai. Então os judeus se comprometeram a cumprir os mandamentos inscritos em placas de pedra, recebendo de Deus como recompensa a terra prometida a Abraão (a Terra Prometida). Eis o que escreve o profeta Jeremias a respeito da Nova Aliança:


"Dias hão de vir - oráculo do Senhor - em que firmarei Nova Aliança
com as casas de Israel e de Judá.
Será diferente da que concluí com seus pais no dia
em que pela mão os tomei para
tirá-los do Egito, aliança que violaram embora Eu fôsse o esposo deles. Eis a aliança
que, então, farei com a casa de Israel - oráculo
do Senhor: Incutir-lhe-ei a Minha lei; gravá-la-ei em seu coração.
Serei o seu Deus e Israel será o Meu povo. Então ninguém terá encargo de
instruir seu próximo ou irmão, dizendo:
"Aprende a conhecer o Senhor," porque todos Me conhecerão, grandes e pequenos -
oráculo do Senhor -, pois a todos perdoarei as faltas,
sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados" (Jer. 31:31-34).

O profeta Isaías chama a Nova Aliança de eterna"Prestai-Me atenção, e vinde a Mim, escutai, e vossa alma viverá: quero concluir convosco uma eterna aliança, outorgando-vos os favores prometidos a Daví" (Isa. 55:3; veja Atos 13:34).
Como particularidade no Novo Testamento, se diferenciando do Antigo, seria que além dos judeus, deveriam ser atraídos também outros povos, os quais todos juntos formariam uma nova Israel, Reino abençoado do Messias. O profeta Isaías em nome de Deus Pai escreveu a respeito desta citação dos povos pagãos: "Não basta que sejas Meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os fugitivos de Israel; vou fazer de Tí a luz das nações, para propagar Minha salvação até os confins do mundo" (Isa. 49:6).
E um pouco mais tarde o profeta Isaías expressa alegria nesta ocasião:


"Dá gritos de alegria, estéril, tu que não tens
filhos, entoa cânticos de júbilo, tu que não dás à luz
porque os filhos da desamparada serão mais numerosos do que os da
mulher casada... pois deverás estender-te à direita e
à esquerda; teus descendentes vão invadir as nações,
povoar as cidades desertas" (Isa. 54:1-5; veja Gal. 4:27).

Aqui o profeta retrara a Igreja hebraica do Antigo Testamento como uma mulher casada, e os povos pagãos - na forma de uma mulher estéril, a qual depois dará à luz a mais filhos do que a primeira mulher. Sobre o chamado dos pagãos para o lugar dos judeus desprendidos do Reino, também foi predito por Oséias (Osé. 1:9-10, 2:23). No período do Antigo Testamento a afiliação à Igreja é determinada pela nacionalidade. Nos tempos do Novo Testamento, a condição indispensável para pertencer ao Reino do Messias será a fé; sobre isto escrevia Habacuc: "O justo viverá em sua fé" (Hab. 2:4; Isa. 28:16).
Em contraste com a lei do Antigo Testamento inscrita sobre placas de pedra, a nova lei de Deus será escrita nos próprios corações dos membros da Nova Israel, ou seja, a vontade de Deus será como parte inseparável de sua existência. Esta inscrição da lei nos corações de Israel renovada será feita pelo Espírito Santo; a este respeito escrevem os profetas Isaías, Zacarias e Joel. Conforme nós veremos, os profetas referindo-se à Graça do Espírito Santo, com freqüência a denominavam de água. A Graça, tal qual a água, refresca, purifica e dá vida às almas das pessoas.
O profeta Isaías foi o primeiro a predizer sobre a renovação espiritual: "Porque derramarei água sobre o solo sequioso, fá-la-ei correr sobre a terra árida, derramarei Meu Espírito sobre tua posteridade e Minha benção sobre teus rebentos" (Isa.44:3). E em Zacarias podemos ler: "Suscitarei sobre a casa de Daví e sobre os habitantes de Jerusalém um ESPÍRITO DE BOA VONTADE e de prece, e eles voltarão os seus olhos para Mim. Farão lamentações sobre Aquele Que traspassaram, como se fosse um filho único; chorá-Lo-ão amargamente como se chora um primogênito... Naquele dia jorrará uma fonte para a casa de Deus e para os habitantes de Jerusalém, que apagará os seus pecados e suas impurezas" (Zac. 12:10, 13:1; Isa. 12:3).
Aqui está predita a tristeza penitente, a qual os habitantes de Jerusalém vivenciaram após a morte de Cristo em Golgatá (veja Joã. 19:37; Atos 2:37). O profeta Ezequiel também escreveu a respeito da renovação espiritual:


"Eu vos retirarei do meio das nações, Eu vos reunirei de todos os lugares,
e vos conduzirei ao vosso solo. Derramarei
sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas
as vossas abominações.
Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um Espírito Novo; tirar-vos-ei do
peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro
de vós meterei Meu Espírito, fazendo que obedeçais as Minhas leis e sigais e observeis
os Meus preceitos" (Ezeq. 36:24-27).

A próxima profecia, de Joel, complementa as três predições prévias:


"Depois disto, acontecerá que derramarei
o Meu Espírito sobre todo ser vivo; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões;
naqueles dias, derramarei também o Meu Espirito sobre os escravos
e as escravas. Farei aparecer prodígios no céu e na terra; sangue, fogo e
turbilhões de fumaça.
O sol converter-se-a em trevas e a lua, em sangue, ao se aproximar
o grandioso e temível dia do Senhor.
Mas todo o que invocar o nome do Senhor será poupado" (Joel 3:1-5).


Estas predições começaram a ser cumpridas no 50o dia após a ressurreição de Cristo (veja Atos 2). Compare também em Isaías 44:3-5, Ezeq. 36:25-27 e Romanos 10:13. O final da profecia de Joel a respeito do escurecimento do sol refere-se aos acontecimentos antes do final do mundo.
O Reino Messiânico às vezes é descrito pelos profetas na forma de uma montanha alta. Este símbolo, retirado do monte Sião, é comparável ao Reino Messiânico porque ele, como um morro apoiando-se na terra, leva as pessoas para o alto, ao Céu. Eis o que escreve o profeta Isaías a respeito do Reino do Messias:


"No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor
estará colocado à frente das montanhas, e dominará
as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes,
e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha
do Senhor, à casa do Deus de Jacó":
Ele nos ensinará Seus caminhos e nós trilharemos as
Suas veredas; porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor."
(Isa. 2:2-3).

Os profetas chamavam de Jerusalém não apenas a capital da cidade da nação judáica, mas também o Reino do Messias. Assim, por exemplo Isaías exclamava:


"Levanta-te, sê radiosa Jerusalém, eis a tua luz, a Glória do Senhor se levanta
sobre tí. Vê, a noite cobre a terra e a escuridão os povos, mas sobre tí levanta-Se o
Senhor, e Sua Glória te ilumina. As nações se
encaminharão à tua luz, e os reis ao brilho de tua aurora.
Levanta os olhos e olha à tua volta:
todos se reúnem para vir a tí; teus filhos chegam de longe, e tuas
filhas são transportadas à garupa.
Esta visão tornar-te-á radiante teu coração palpitará e se dilatará,
porque para tí afluirão as riquezas do mar, e a tí virão os
tesouros das nações" (Isa. 60:1-5).

Esta imagem alegórica do Reino Messiânico é repetida com novos detalhes na visão de Daniel. Em sua profecia, além da montanha, ele menciona uma pedra, que se desprendeu da montanha e destruiu a imagem (estátua) parada no vale. Pedra, conforme já explicamos, simboliza o Messias. Eis a descrição desta visão:


"Uma pedra se deslocou da montanha sem intervenção de mão alguma,
veio bater nos pés da estátua que era de ferro e barro,
e os triturou. Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro,
foram com a mesma pancada reduzidos a migalhas, e,
como a palha que voa de eira durante o verão,
foram levados pelo vento sem deixar traço algum,
enquanto que a pedra que havia batido na estátua, tornou-se
uma alta montanha ocupando toda a região."

Mais adiante, o profeta Daniel explica essa visão:


"No tempo desses reis (da Babilônia e depois - da Pérsia, Grécia e
finalmente de Roma) o Deus dos Céus suscitará
um reino, que jamais será destruído e cuja
soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros,
enquanto que ele subsistirá para sempre" (Dan. 2:34-35; 44).

Aqui a estátua representa os reinos terrestres. Não importa o quanto os inimigos do Messias batalhassem contra o Reino Dele, seus esforços não terão êxito. Todos os reinos terrestres cedo ou tarde irão desaparecer, apenas o Reino Messiânico será eterno.
Às vezes, conforme veremos, as profecias sobre o Reino Messiânico falam a respeito das condições ideais de vida na terra, da felicidade e bençãos. Aqui o leitor poderá ter as seguintes dúvidas: essas descrições do Reino serão sonhos irrealizáveis? Ou talvez, a própria Igreja do Novo Testamento não tem o direito de pretender ser chamada de Reino de Deus, pois, em seu caminho histórico surgem tantos desvios daquele ideal, o qual é descrito nas profecias?
Para poder entender corretamente as profecias sobre o Reino Messiânico, é preciso se lembrar de que nelas unem-se diferentes épocas, separadas umas das outras por muitas centenas de anos, e por vezes - por milhares de anos. Pois no Reino Messiânico o exterior é determinado pelo interior: felicidade, imortalidade, benção, completa harmonia, paz e outras bençãos não são implantadas por Deus à força ou mecanicamente. Elas são resultado daquela renovação interior voluntária, através da qual os membros deste reino devem passar. O processo da renovação espiritual deveria começar logo após o momento da chegada do Messias, e será concluído no final da existência do mundo.
Por esta razão as visões proféticas do abençoado Reino do Messias envolvem em um quadro grandioso muitos séculos de sua existência - os tempos, próximos aos profetas e à vinda do Messias, e simultâneamente tempos distantes, diferentes à época do fim do mundo e início de nova vida. Esta comparação do futuro próximo e distante em um só quadro é muito característica das visões proféticas, e se nos lembrarmos disto, o leitor poderá compreender corretamente o sentido das profecias sobre o Reino Messiânico.
Na próxima profecia Isaías escreve sobre as condições felizes no Reino Triunfante do Messias:


"Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará
os fracos com equidade, fará justiça com os pobres da terra - ferirá
o homem impetuoso (pecador) com uma
sentença de Sua boca, e com o sôpro dos Seus lábios fará
morrer o ímpio... Então (no final dos tempos).
o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito...
Não se fará mal nem dano em todo o Meu santo monte, porque a
terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como
as águas recobrem o fundo do mar. Naquele tempo o rebento de Jessé
(Messias), pôsto como estandarte para os povos, será
procurado pelas nações
e gloriosa será a Sua morada" (Isa. 11:3-10, veja Rom. 15:12).

Aqui o "ímpio" que será derrotado pelo Messias deve ser entendido como o último e maior ímpio - o Anticristo. Eis mais duas predições dos grandes profetas, referentes àquela mesma época.
Profeta Jeremias:


"Dias virão - oráculo do Senhor -
em que farei brotar de Daví um Rebento justo que será Rei
e governará com sabedoria e exercerá
na terra o direito e a equidade. Sob Seu Reinado será
salvo Judá, e viverá Israel em segurança. E eis
o nome Dele, com que será chamado:
Senhor, nossa Justiça!" (Jer. 23:5,6 e 33:16).

Profeta Ezequiel:


"Para os pastorear suscitarei um só Pastor, Meu servo Daví.
É Ele que as conduzirá à
pastagem e lhes servirá de Pastor. Eu, o Senhor,
serei seu Deus, enquanto o Meu servo Daví
será um príncipe no meio delas... (Ezeq. 34:23-24).
Meu servo Daví será o seu Rei;
não terão todos senão um só Pastor;
obedecerão a Meus mandamentos, observarão as Minhas leis
e as porão em prática" (Ezeq. 37:24).

Entre os profetas do Antigo Testamento, a chegada do Reino do Messias se conclui na esperança de um resultado final de vencer o mal da humanidade - a morte. A ressurreição dos mortos e a vida eterna são a vitória final do Messias sobre o mal. Os capítulos 25 e 27 do livro do profeta Isaías contém cânticos de louvor a Deus da Igreja, festejando o triunfo sobre a morte:


"Por isso um povo forte vos glorifica e a sociedade das nações valentes
vos venera. Porque vós sois refúgio para o fraco,
refúgio para o pobre na sua tribulação, abrigo contra a
tempestade e sombra contra o calor... O Senhor Deus tirará neste
monte o véu que todos os povos, a cortina que
recobre todas as nações, e fará desaparecer a morte para
sempre. O Senhor Deus enxugará
as lágrimas de todas as faces e tirará
de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o Seu povo... Eis
nosso Deus do Qual esperamos nossa libertação.
Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por Seu socorro, porque a mão do Senhor
repousa neste monte... Abrí as portas,
deixai entrar um povo justo, que respeita a fidelidade, que tem
caráter firme e conserva a paz, porque tem confiança no Senhor... Porém,
se se perdoar o ímpio, ele não aprenderá a justiça" (Isa. 25:3-10 e 26:2-3,4,10).

O profeta Oséias também escreveu a respeito da vitória sobre a morte: "E Eu o libertaria do poder da região dos mortos. Isentá-lo-ia da morte? Onde estão tuas calamidades, ó morte? Região dos mortos, onde está o teu flagelo destruidor?" (Osé. 13:14). A esperança da ressurreição também foi expressada pelo sofrido e justo profeta da antigüidade, Jó, nas seguintes palavras:


"Eu o sei: meu Vingador está vivo, e aparecerá finalmente
sobre a terra, por detrás de minha pele, que envolverá isto,
eu mesmo O contemplarei, meus olhos O verão,
e não os olhos de outro." (Jó 19:25-27).

Concluindo traremos a seguinte profecia que se refere à segunda vinda do Messias:


"Olhando sempre a visão noturna, ví um Ser semelhante ao Filho do Homem,
vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-Se para o lado
do ancião, diante de quem foi conduzido. A Ele foram dados
império, glória e realeza. Seu domínio
será eterno; nunca cessará e Seu reino jamais será destruído" (Dan. 13-14; veja Mat. 24:30).

Resumindo aqui as profecias apresentadas a respeito do Reino Messiânico, nós observamos que todas elas falam sobre processos espirituais: sobre a necessidade da fé, o perdão dos pecados, purificação do coração, renovação espiritual, sobre a emanação de dádivas abençoadas sobre os crentes, sobre o conhecimento de Deus e Sua lei, a eterna ligação com Deus, a vitória sobre o demônio e forças do mal. As bençãos eternas - vitória sobre a morte, ressurreição dos mortos, renovação do mundo, restauração da justiça, e, finalmente, a eterna Glória - virão na qualidade de recompensas pelas virtuosidades.
Se os profetas, retratando as glórias eternas, usavam expressões semelhantes a termos terrenos, era porque na linguagem humana não existem palavras, necessárias para descrever o estado abençoado do mundo espiritual. Foram estas palavras dos profetas sobre as bençãos externas, compreendidas por muitos num sentido grosseiramente materialista, que serviram como pretexto para a representação distorcida sobre o reino messiânico terrestre.
É preciso dizer que, não apenas os judeus dos tempos de Cristo visualizavam errôneamente os tempos messiânicos na forma do bem-estar terreno. Idéia similares continuam surgindo até hoje entre os fanáticos na forma de, por exemplo, ensinamentos sobre os 1.000 anos do reinado de Cristo na terra (chiliasmo). Os profetas, Jesus Cristo e os Apóstolos prediziam sobre a transfiguração do mundo físico, após o que, se realizará a completa justiça, a imortalidade e bençãos celestiais. Estas bençãos desejadas por todos virão somente depois que este mundo material envenenado pelos pecados se transfigurará, pelo poder de Deus, em "novo céu e terra nova, onde habitará a verdade." Terá início então a nova e eterna vida.
Aqueles que desejam herdar o Reino transfigurado do Messias, devem caminhar para esta nova vida por uma estrada estreita de sua própria reformação, como Cristo ensinou. Não existe outro caminho.

Duas Páscoas
Sem dúvida o acontecimento mais importante na vida do povo hebreu foi sua saída do Egito e o recebimento da Terra Prometida. O Senhor salvou o povo hebreu da escravidão forçada, fez dele o povo escolhido, deu-lhe Seus mandamentos Divinos no monte Sião, concluiu aliança com ele o conduziu à terra prometida aos seus antepassados. Todos estes grandes acontecimentos na vida do povo escolhido se concentraram, na festividade da Páscoa. Neste dia os judeus anualmente comemoravam as inúmeras bençãos de Deus, prestados ao povo hebreu.
Agora iremos confrontar a Páscoa dos hebreus do Antigo Testamento com o maior acontecimento do Novo Testamento. O Senhor Jesus Cristo suportou martírios, morreu na cruz e ressuscitou dos mortos justamente nos dias da Páscoa dos hebreus. Esta coincidência de dois grandes acontecimentos - a formação de Israel do Antigo Testamento e o estabelecimento da Igreja do Novo Testamento - não pode ser por um acaso! Isto indica que entre os acontecimentos Pascais do Antigo e Novo Testamentos existe uma profunda conexão interna, ou seja: os eventos mais importantes na vida do povo hebreu eram o protótipo dos acontecimentos do Novo Testamento. Para podermos ver esta conexão espiritual, iremos comparar os paralelos das duas Páscoas.
Páscoa Do Antigo Testamento

Páscoa Do Novo Testamento
O empenho do cordeiro sem defeito e a salvação dos primogênitos israelitas com o sangue Dele.
A passagem milagrosa dos israelitas no Mar Vermelho e a salvação da escravidão.
A legislação no Monte Sinai no 50o dia após a saída do Egito e a conclusão da aliança com Deus.
A peregrinação de 40 anos pelo deserto e as diversas provações.
O saborear milagroso do maná enviado por Deus.
A colocação da serpente de bronze. O hebreu que a olhasse era salvo de ser mordido por serpentes venenosas.
A entrada dos hebreus na terra prometida.
A crucificação do Cordeiro de Deus por Cujo sangue os primogênitos do Novo Testamento (os cristãos) serão salvos.
O batismo na água e a salvação do domínio do demônio.
A descida do Céu do Espírito Santo sobre os Apóstolos no 50o dia após a Páscoa e a instituição do Novo Testamento.
Provações e dificuldades na vida de casa cristão.
O saborear do Pão Celestial - Corpo e Sangue de Cristo na Liturgia pelos fiéis.
Livramento e salvação do remordimento da serpente espiritual através da Cruz de Cristo.
A obtenção pelos fiéis do Reino Celestial.


Realmente a semelhança é notável! Tanto o Próprio Senhor Jesus Cristo, como Seus Apóstolos apontavam para a existência destes paralelos entre os acontecimentos do Antigo e Novo Testamentos relacionados com a Páscoa. Deste modo, nós vemos que não apenas os profetas escreviam sobre o Messias e sobre os tempos do Novo Testamento, como também toda a vida religiosa do povo hebreu da era do Antigo Testamento tinha uma relação bem estreita com as obras do Messias. Este fato nos mostra a unidade espiritual completa da Igreja do Novo Testamento com Israel do Antigo Testamento. Por esta razão, todas as profecias nas quais são mencionados os nomes Israel, Jerusalém, Sião e etc, têem sua realização completa e plena na Igreja abençoada de Cristo.

A Conversão Próxima
Do Povo Judeu Para Cristo
Conforme já escrevemos, a maioria dos judeus dos tempos de Cristo não reconheceu Nele o Messias prometido por Deus e O rejeitaram. Eles queriam ter, na pessoa do Messias um poderoso rei-conquistador, o qual traria glória e riqueza ao povo hebreu. Mas Cristo pregava a pobreza voluntária, a humildade, o amor pelos inimigos, o que para muitos era inaceitável. Com o passar dos séculos as atitudes religiosas do povo hebreu pouco mudaram, e os judeus continuam não reconhecendo a Cristo. Entretanto o santo Apóstolo Paulo predisse claramente que nos últimos tempos ocorrerá uma conversão em massa de judeus para Cristo. Este reconhecimento do Cristo e a fé Nele como o Salvador do mundo por muitos judeus irá coincidir com a redução drástica da fé e o afastamento dela dos povos cristãos em massa. A predição do Apóstolo Paulo sobre a conversão do povo hebreu encontra-se nos capítulos 10 e 11 de suas cartas aos Romanos. Estes dois capítulos estão repletos de imensa tristeza por causa da severidade religiosa dos judeus contemporâneos a ele.
Apresentaremos aqui as principais idéias que nos interessam da profecia do Apóstolo Paulo: "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não vos gabeis de vossa sabedoria: esta cegueira de uma parte de Israel, só durará até que haja entrado (na Igreja) a totalidade dos pagãos. Então Israel (dos últimos tempos) em peso será salva, como está escrito: "Virá de Sião o Libertador e apartará de Jacó a impiedade." Quem será este "Libertador" - o Apóstolo não defini: será o Próprio Cristo, ou o profeta Elias, ao qual está previsto vir antes do fim do mundo, para denunciar a falsidade do Anticristo, ou alguém do povo hebreu?
Nos últimos 30-40 anos surgiram entre os judeus sinais do início do renascimento da fé em Cristo. Em uma série inteira de grandes cidades dos E.E.U.U. surgiram centros missionários de judeus-cristãos, pregando, entre seus irmãos de sangue, a fé no Senhor Jesus Cristo. É muito interessante e instrutivo se familiarizar com as brochuras e livros deles sobre temas religiosos. Pode-se observar que os redatores dessas brochuras entendem nitidamente as Sagradas Escrituras e a religião judáica do Antigo Testamento. Eles explicam as predições dos profetas sobre o Messias e sobre Seu Reino abençoado, com muita clareza e convicção. Os interessados poderão receber tais brochuras missionárias em inglês, através do seguinte endereço: Beth Sar Shalom Publication 250 W. 57 St. N.Y., N.Y., 10023. Existem repartições desta organização missionária também em outras grandes cidades do Estados Unidos.
Rogamos a Deus para ajudar os judeus a verem o Salvador deles e a começarem a serví-Lo com o mesmo fervor que seus antepassados serviam a Deus!

O Indicador
Das Profecias Messiânicas
Pelo conteúdo
Os profetas escreviam que o Messias teria duas naturezas: humana (Gen. 3:15; Isa. 7:14; Gen. 22:18; Sal. 39:7; Dan. 7:13) e Divina (Sal. 2; Sal. 45; Sal. 109; Isa. 9:6; Jer. 23:5; Bar. 3:36-38; Mic. 5:2; Mal. 3:1); que Ele será o profeta maior (Deut. 18:18); rei (Gen. 49:10; 2 Sam. 7:13); 1 Cron. 17:12-13; Sal. 131:11; Ez. 37:24; Dan. 7:13 e Sumo-Sacerdote (Sal. 109; Zac. 6:12), ungido de Deus (Pai) para estes serviços (Sal. 2; Sal. 44; Isa. 42; Isa 61:1-4; Dan. 9:24-27), e será um bom Pastor (Ezeq. 34:23-24; 37:24; Mic. 5:3).
As profecias testemunhavam também que a ação importante do Messias será a derrota do demônio e do seu poder (Gen. 3:15); Núm, 24:17), a redenção dos pecados das pessoas e a cura de seus males físicos e espirituais (Sal. 40; Isa. 35:5-7; 42:1-12; 50:4; 53 e 61:1-4; Zac. 3:8-9) e a reconciliação deles com Deus (Gen. 49:10; Jer. 23:5 e 31:34; Ezeq. 36:24-27; Dan. 9:24-27; Zac. 13:1); de que Ele abençoará os fiéis (Zac. 6:12); estabelecerá o Novo Testamento no lugar do Antigo (Isa. 42:2; 55:3 e 59:20-21; Dan. 9:24-27) e este testamento será eterno (Jer. 31:31; Isa. 55:3). Os profetas predisseram sobre o chamado dos pagãos ao Reino do Messias (Sal. 71:12; Isa. 11:1-11; 43:16-28; 49:6 e 65:1-3), sobre a propagação da fé, começando por Jerusalém (Isa. 2:2), sobre que Suas bençãos espirituais irão se estender sobre toda a humanidade (Gen. 22:18; Sal. 131:11-12; Isa. 11:1; 42:1-12 e 54:1-5; Ezeq. 34:23 e 37:24; Amós 9:11-12; Ag. 2:6-7; Sof. 3:9; Zac. 9:9-11), e sobre a alegria espiritual dos fiéis (Isa. 12:3).
Os profetas revelaram também muitas particularidades na relação com a vinda do Messias, ou seja: que Ele descenderá de Abraão (Gen. 22:8), da tribo de Judá (Gen. 49:9; 2 Sam. 7:12-14), irá nascer de uma virgem (Isa. 7:14) na cidade de Bethlem (Mic. 5:2), irá propagar a luz espiritual (Isa. 9:1-2), irá curar os enfêrmos (Isa. 35:5-6), irá sofrer, será transpassado, morrerá, será sepultado em uma sepultura nova, depois irá ressuscitar (Gen. 49:9-11); Sal. 41:7-10; Isa. 50:5-7 e 53o capítulo; Zac. 12:10; Sal. 16:9-11), irá retirar as almas do inferno (Zac. 9:11); eles também profetizaram que nem todos O reconhecem como Messias (Isa. 6:9), porém alguns até irão batalhar contra Ele, embora sem sucesso (Num. 24:17; Deut. 18:18; Sal. 2; Sal. 93:6-8; 109:1-4; Isa.50:8-9 e 65:1-3). Isaías escreveu sobre a humildade do Messias no cap. 42:1-12.
O fruto de Sua redenção será a renovação espiritual da fé e o derramamento da graça do Espírito Santo sobre eles (Isa. 44:3 e 59:20-21; Zac. 12:10; Joel 2:28; Ezeq. 36:25). Falou-se também sobre a necessidade indispensável da fé (Isa. 28:16; Hab. 3:11).
Os profetas determinaram que o tempo da Sua vinda irá coincidir com a perda da independência política da tribo de Judá (Gen. 49:10), que irá ocorrer não mais tarde do que 70 "semanas" (490 anos) após o decreto da restauração da cidade de Jerusalém (Dan. 9:24-27) e não mais tarde da destruição do segundo Templo de Jerusalém (Ag. 2:6; Mal. 3:1). Os profetas predisseram que Ele irá aniquilar o Anticristo (Isa. 11:4), virá nòvamente em Glória (Mal. 3:1-2). O resultado final de suas ações será a obtenção da justiça, paz e alegria (Isa. 11:1-10; Jer. 23-5).
É digno de nota mencionar os múltiplos detalhes da vida do Messias, os quais foram preditos pelos profetas, como por exemplo: o massacre de crianças nos arredores de Bethlem (Jer. 31:15); sobre os sermões de Cristo na Galiléia (Isa. 9:1); a entrada em Jerusalém montado numa jumenta (Zac. 9:9; Gen. 49:11); sobre a traição de Judas (Sal. 40:10; Sal. 54:14, 108:5); sobre as 30 moedas de prata e a compra da terra do oleiro (Zac. 11:12) sobre os ultrajes e escarros (Isa. 50:4-11), detalhes sobre a crucificação (Sal. 21); sobre a colocação do Messias entre os criminosos e sepultamento no túmulo de um ricaço (Isa. 53); sobre a escuridão na hora da crucificação do Messias (Amós 8:9; Zac. 14:5-9); sobre o arrependimento do povo (Zac. 12:10-13).
A respeito da natureza do Messias e a grandeza de Seus feitos, também são testemunhos aqueles nomes com os quais os profetas O denominavam, chamando-O de: Leão, Daví, Anjo do Testamento, Rebento, Deus Poderoso, Emanuel, Conselheiro, Líder do mundo, Pai do próximo século, Conciliador, Estrela, Família da Mulher, Profeta, Filho de Deus, Rei, Ungido (Messias), Redentor, Libertador, Deus, Senhor, Servo (de Deus), Justiceiro, Filho do Homem, Santo dos Santos.
As profecias sobre o Reino Messiânico são: purificação dos pecados (Isa. 59:20-21; Jer. 31:31-34; Ezeq. 36:24-27; Dan. 9:24-27; Zac. 6:12 e 13:1), a revelação às pessoas sobre a honestidade e pureza do coração (Jer. 31:31; Ezeq. 36:27, a conclusão do Novo Testamento (Isa. 55:3; 59:20-21; Jer. 31:31; Ezeq. 9:24) abundância de bençãos (Isa. 35:5, 44:3, 55:3 e 59:20-21; Joel 2:28-32; Zac. 12:10-13), o chamado aos pagãos (Sal. 21:28, 71:10-17; Isa. 2:2, 11:1-10, 42:1-12, 43:16-28, 49:6, 54:12-14, 65:1-3; Dan. 7:13-14; Ageu 2:6-7), a propagação da Igreja por todo o mundo (Isa. 42:1-12, 43:16-28, 54:12-14), a estabilidade e invencibilidade (Isa. 2:2-3; Dan. 2:44; Dan. 7:13; Zac. 9:9-11), a exterminação do mal, do sofrimento (Num. 24:17; Isa. 11:1-10), a confirmação da alegria (Isa. 42:1-12, 54:12-14, 60:1-5, 61:1-4), ressurreição da carne (Jó 19:25), a exterminação da morte (Isa. 26, 42:1-12, 61:1-4; Zac. 9:9-11; Osé. 13:14), conhecimento de Deus (Isa. 2:2-3, 11:1-10; Jer. 31:31-34), o triunfo da verdade e da justiça (Sal. 71:10-17, 110:1-4; Isa. 9:6-7, 11:1-10, 26; Jer. 23:5), a Glória da Igreja Triunfante (Isa. 26, 27). A semelhança do Reino do Messias à montanha: (Sal. 2; Isa. 2:2-3, 11:1-10, 26; Dan. 2:34).

Profecias em Ordem Cronológica
Lugar na Escritura


Livro Gênesis
3:15 A família da Mulher ferirá a cabeça da serpente.
22:18 Benção dos Descendentes de Abraão.
49:10 Conciliador da descendência de Judá.

Números
24:17 Estrela de Jacó.
Deuteronômio
18:18-19 Um profeta similar ao Messias.
Jó 19:25-27 Sobre o Redentor, Que ressuscitará.
2 Sam. 7:13 A Eternidade do Reino Messiânico.

Salmos (os números entre parênteses pertencem à Bíblia Judáica).
2o (2) Messias - Filho de Deus.
8 (8) O louvor dos pequeninos ao entrar em Jerusalém.
15 (16) Sua carne não verá decadência.
21 (22) Sofrimentos do Messias na Cruz.
29 (30) A alma saiu do inferno.
30 (31) "Em Tuas mãos entrego Meu espírito."
39 (40) O Messias veio cumprir a vontade de Deus.
40 (41) Sobre o traidor.
44 (45) O Messias - Deus.
54 (55) Sobre o traidor.
67 (68) Subiu às alturas, levou os cativos.
68 (69) "O zêlo de Vossa Casa Me consumiu."
71 (72) Descrição da Glória do Messias.
94 (95) Sobre a descrença.
109 (110) Eterno Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
117 (118) "Não hei de morrer, viverei..." Messias - a pedra rejeitada pelos arquitetos.
131 (132) O descendente de Daví reinará pela eternidade.

Profeta Isaías
2:2-3 O Reino do Messias similar à montanha.
6:9-10 A descrença dos judeus.
7:14 Nascimento de uma Virgem.
9:1-2 Sermão do Messias na Galiléia.
9:6-7 Messias - Deus forte, Pai eterno.
11:1-10 Sobre Ele - o Espírito de Deus, a respeito da Igreja.
12:3 Sobre a alegria e glória.
25:27 Capítulo de cântico de louvor ao Messias.
28:16 Ele - pedra angular.
35:5-7 Ele curará todo tipo de doença.
42:1-4 Sobre a humildade do Rebento do Senhor.
43-16-28 Sobre o chamado dos pagãos,
44:3 O Espírito Santo derrama bençãos.
49:6 Messias - luz para a humanidade.
50:4-11 Sobre os insultos ao Messias.
Cap. 53 Sobre os padecimentos e ressurreição do Messias.
54:1-5 Sobre a chamada dos pagãos ao Reino.
55:3 Sobre o eterno testamento.
60:1-5 Seu Reino - Nova Jerusalém.
61:1-2 Ações de misericórdia do Messias.
Profeta Joel
2:28-32 Sobre as dádivas do Espírito Santo.
Profeta Oséias
1:9 e 2:23 Chamando os pagãos.
6:1-2 Ressurreição no terceiro dia.
13:14 A exterminação da morte.
Profeta Amós
8:9 Escurecimento do sol.
Profeta Miquéias
5:2 Sobre o nascimento do Messias em Bethlem.
Profeta Jeremias
23:5 Messias - o Rei justiceiro.
31:15 O massacre das crianças em Bethlem.
31:31-34 Estabelecimento do Novo Testamento.

Profeta Baruc
3:36-38 Sobre a vinda de Deus à terra.
Profeta Ezequiel
34:23-24 Messias - o Pastor.
36:24-27 A Lei de Deus inscrita nos corações.
37:23 Messias - Rei e Pastor bondoso.
Profeta Daniel
2:34-44 Reino Messiânico comparado à montanha.
7:13-14 Visão do Filho do Homem.
9:24-27 Profecia sobre as 70 "semanas."

Profeta Ageu
2:6-7 Sobre a visita do Messias ao Templo.
Profeta Habacuc
3:11 Sobre a fé.
Profeta Zacarias


3:89 Os pecados da humanidade serão apagados em um dia.
6:12 Messias - Sacerdote.
9:9-11 Entrada do Messias em Jerusalém.

11:12 Sobre as trinta moedas de prata.
12:10 e 13:1 Sobre a crucificação do Messias, e o Espírito Santo.
14:5-9 Escuridão durante a crucificação e sobre as bençãos.

Profeta Malaquias

3:1 O Anjo do Testamento virá em breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.