Milagre o Testemunho da Verdade

domingo, 24 de abril de 2016

A Bíblia exalta a mulher recatada e “do lar”

Por A Catequista


marcela_recatada
Em fevereiro deste ano, a Revista Veja (foto abaixo) trouxe na matéria de capa o tema “gênero neutro”, sobre pessoas que se identificam nem como meninos nem como meninas – e escrevem alunx, amigue etc. As personagens principais eram duas adolescentes; uma lésbica e uma bissexual. Ambas diziam ter a “sexualidade fluída”, ou seja, admitiam a possibilidade de suas preferências sexuais mudarem ao longo da vida.
genero_neutroA chamada da capa sugeria um padrão comportamental para a nova geração de jovens, a chamada “geração Z” (será de “z” zumbis sem cérebro, incapazes até mesmo de entender que se nasceu com pênis é menino, e se nasceu com vagina é menina?). E aí, como a mulherada reagiu? Teve hashtag irônica nas redes sociais… Não?!? Textão no Facebook, das manas dizendo que uma revista de grande circulação não pode fazer apologia a um padrão de comportamento para a juventude… Não?!? Ué…
Três meses depois, a mesma revista publica uma matéria sobre a esposa do vice-presidente Michel Temer. O trecho que afirma que “Michel Temer é um homem de sorte” e o título “Marcela Temer: bela, recatada e “do lar” provocou o choro e o ranger de dentes das feministas. “Isso cria um estereótipo!”, esbravejam. Deixem de bravata!
O modelo feminino que vigora hoje não valoriza e até mesmo menospreza a mulher “do lar”. Donas-de-casa, na maioria das vezes, são vistas como mulheres “sem profissão” e encostadas no marido. A mulher ideal dos nossos tempos é aquela que bate no peito pra dizer que ganha o próprio dinheiro e não precisa de homem pra nada. Tô mentindo?
Basta ver o perfil da maioria das nossas divas pop internacionais, que são o principal modelo das jovens, pra ver que o recato passa looooonge, e muitas delas nem mesmo querem se apresentar como bonitas: vendem a imagem de bizarras (Lady Gaga e Miley Cyrus) e devassas (Nicki Minaj). Por sua vez, Madonna, Britney, Hihanna, JLo e Beyoncé disputam nos red carpets da vida quem aparece mais pelada. Resultado: pergunte a uma menina ou adolescente o que ela deseja ser no futuro, e dificilmente ela falará que sonha em ser dona-de-casa.
Considere também a cansativa modinha de culto à imagem da pintora Frida Kahlo, que mantinha monocelha, bigode e sovaco peludo não por falta de gilette, mas pelo simples orgulho de ser jaburu. Ninguém dá piti quando a mídia exalta o seu casamento com Diego Rivera, em que um competia com o outro quem era mais chifrudo. Era uma história di amô taum linda, zênti, mas taaaaaaum linda, que a Frida até tentou se matar!
Frida é festejada como musa, mulher de verdade. Diego era 21 anos mais velho do que ela, mas a esquerdalha nunca chiou por isso. Por sua vez, Marcela é alvo de zombaria – inclusive por ter um marido bem mais velho. Por que a diferença de tratamento das irmãzinhas? Qual o critério que leva a endeusar uma e fazer da outra objeto de chacota? Já sei: Marcela, minha filha, tire esse sorriso maternal da cara, poste uma foto com pouca roupa no Instagram, vire uma baranga comunista e deprimida, e as miga vão te amar!
Para quem não notou, a matéria da Veja não foi nenhuma ode a Marcela – muito pelo contrário. O texto é propositalmente cafona e afetado, fazendo questão desfiar um vasto rol de peruagens e futilidades. Com que objetivo? Para despertar simpatia é que não poderia servir… O deboche é dissimulado. Não percebeu? Leia a matéria de novo.
beyonce
Miga, sua louca, você não entendeu nada e deu chilique à toa! Serviu de inocente útil da esquerda, dando força para um movimento de mordaça , que achincalha todos aqueles que ousem exaltar o perfil de uma mulher “certinha”.
O QUE DIZ A BÍBLIA? O QUE DIZ O PAPA?
E as mulheres cristãs? Sob quais critérios podemos nos guiar para tomar posição nesse bafafá? Vamos olhar para as Escrituras e para as orientações do nosso Papa.
O texto de Provérbios 31 exalta a mulher que governa com eficiência a sua casa, que não é preguiçosa, que é caridosa com os pobres e abandonados, que fala coisas sábias e inteligentes, que tem o espírito forte.
É BELA? Talvez sim, talvez não… Isso não importa muito: “Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada” (Prov 31,30).
É RECATADA? Claro que sim! Não no sentido de ser retraída, mas no sentido de praticar a virtude da castidade. E esse recato se expressa também no cuidado com as roupas que ela veste: “Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade…” (Timóteo 2,9). A postura oposta do recato é a indecência; não teria o menor cabimento a Bíblia aprovar esse tipo de coisa, né, gente?
É “DO LAR”? Sim, certamente é uma dona-de-casa muito dedicada! Ela prioriza o cuidado dos filhos e da casa. Mas também é possível que trabalhe fora, pois comercializa seu trabalho e traz rendimentos para a família: “Tece linha e o vende, fornece cintos ao mercador” (Prov 31,24).
Grande parte das mulheres católicas trabalha fora, como Santa Gianna Beretta, que era médica. Porém, temos que zelar para que o governo da nossa casa e a criação de nossos filhos não seja terceirizada. Como bem notou o Papa Francisco na sua última exortação apostólica, há muitos órfãos de pais vivos! Especialmente pela ausência da presença materna.
“O sentimento de ser órfãos, que hoje experimentam muitas crianças e jovens, é mais profundo do que pensamos. Hoje reconhecemos como plenamente legítimo, e até desejável, que as mulheres queiram estudar, trabalhar, desenvolver as suas capacidades e ter objetivos pessoais. Mas, ao mesmo tempo, não podemos ignorar a necessidade que as crianças têm da presença materna, especialmente nos primeiros meses de vida. (…) O enfraquecimento da presença materna, com as suas qualidades femininas, é um risco grave para a nossa terra.”
– Papa Francisco. Amoris Laetitia
Crias de Marx fazem rebú quando alguém exalta a mulher “do lar”, porque é preciso que a mulher só se sinta poderosa e valorizada quando está “na rua”. E assim ele tende a ter menos filhos e a ficar menos tempo com eles. Uma família cada vez menor, com pais e mães que vivem mais na rua do que em casa, é mais fácil de ser esfacelada. No seu túmulo, o esqueleto da senhora Sartre deve estar sacolejando de júbilo!
“Não, eu não acredito que mulher alguma deva ter essa opção. Mulher alguma deveria ser autorizada a ficar em casa e cuidar dos seus filhos. A sociedade deveria ser totalmente diferente. As mulheres não deveriam ter essa opção precisamente porque se essa opção existir, demasiadas mulheres irão escolhê-la. Isto é uma forma de forçar as mulheres rumo a uma direção.”
– Simone de Beauvoir, diálogo com Betty Friedan. Revista The Satuday Review, 1975
Essa Simone não era aquela mesma que pregava “que a liberdade seja a nossa própria substância”? Sim, mas desde que “liberdade” significasse seguir o seu modelo de vida, ou seja: dar pra todo o mundo e arrumar amantes menores de idade para o marido. Liberdade pra ser recatada e “do lar”? Jamé!
Você quer postar hashtag menosprezando o recato feminino e fazer papel de marionete pro fantasma dessa “fofa” marxista? É um direito seu. Eu tô fora.
*****
Pra descontrair o clima tenso: curtam os clipes abaixo, que eu amoooooo! Beyoncé batendo o cabelão divoso, mandando as mana esfregar o contracheque gordo na cara dos homi, e Ne Yo fissurado nas executivas de salto agulha, que fazem questão de pagar a conta.
Fonte: http://ocatequista.com.br/archives/16969#sthash.XxvXmwVH.dpuf

domingo, 10 de abril de 2016

A IGREJA DIZIA QUE OS NEGROS NÃO TINHAM ALMA?

A MENTIRA:
.“ Cada um tinha seu papel e quase todo mundo se respeitava. Naquela época, a Igreja tinha autoridade, e quem não concordava com o que ela dizia morria na fogueira – mesmo que essa Igreja dissesse que índios e escravos não tinham alma e que o sol girava ao redor da Terra. “ (Ed René Kivitz , escritor conferencista e pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo).
ONDE SE ENCONTRA A MENTIRA:
A VERDADE DOCUMENTAL:
Há uma mera intenção do pastor portador da calúnia acima, em atribuir a Igreja Católica o que foi próprio do protestantismo. Deus tenha piedade deste disseminador de calúnias.
1- Quem queimava pessoas na fogueira era o poder civil, e equivalendo a este, os tribunais protestantes que queimaram Miguel Servet. Que o diga o luterano Benedict Carpzov, que sozinho mandou queimar 20 mil pessoas.
Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças freqüentes dos juízes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa, para convencer-se que na realidade as bruxas foram perseguidas e condenadas mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal católico. O tribunal católico apenas periciava católicos envolvidos em heresias. Não tinha relação com outros credos.
2 – Já na carta de Pero Vaz de Caminha se diz que a maior riqueza da terra descoberta (Brasil) “eram as almas dos índios a converter”. Ora, só podia fazer isso por afirmar que eles eram seres humanos dotados de alma imortal.
O Papa Paulo III (1534-1549) na Bula Sublimis Deus, exigiu respeito aos índios e às suas propriedades.
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=historia&artigo=20040916094749&lang=bra
3- A Igreja tem na pessoa do padre Copérnico o responsável pela descoberta do Sistema Heliocêntrico, que pela primeira vez provou matematicamente que a terra gira em torno do sol, isso décadas antes de Galileu nascer. O desprezo protestante a Copérnico e à ciência, ficou documentado nas palavras de Lutero, que dizia:
“O abade Copérnico surgiu, pretendendo que a terra girasse em torno do Sol”… “Lê-se na Bíblia que Josué deteve o Sol; não foi a Terra que ele deteve. Copérnico é um tolo.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 145).
A razão é a prostituta, sustentáculo do diabo, uma prostituta perversa, má, roída de sarna e de lepra, feia de rosto (sic), joguemos-lhe imundícies na face para torná-la mais feia ainda.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 217).
Rodney Stark, professor de Sociologia e de Religiões Comparadas de Washington, em seu livro “For the Glory of God” mostra que a Igreja Católica, além de ter sido a primeira a se opor à escravatura, foi a força motriz por trás da emergência da ciência moderna.
Agora veja o testemunho de um protestante, confirmando que os protestantes eram quem na verdade, proferiam tais insultos aos negros e os privavam da benção divina:
“Na mesma época, o Baptist Record, uma publicação do Estado do Mississippi, publicou um artigo que defendia a idéia de que Deus queria os brancos governando sobre os negros porque ‘uma raça cuja inteligência média beira a estupidez’ está obviamente ‘privada de qualquer bênção divina’. Se alguém questionasse essa doutrina claramente racista, os pastores saíam com o expediente infalível da miscigenação (mistura de raças), que alguns especulavam ser o pecado que havia levado Deus a destruir o mundo nos dias de Noé. A simples pergunta ‘você quer que sua filha traga para casa um namorado negro?’ silenciava todos os argumentos raciais.” (pp. 25,26). Retirado do site: http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2638
Por outro lado, veja em sua biografia como agia o invasor protestante Maurício de Nassau, no período em que governou Pernambuco:
<<25 de junho de 1637. Devido a falta de escravos para os engenhos de cana de açúcar, fugidos por causa da guerra entre holandeses e portugueses, Nassau envia uma expedição de nove navios para a Guiné, na África, sob comando do coronel Hans van Koin, para trazer mais negros para Pernambuco.
30 de maio de 1641. Tendo convencido os dirigentes da Cia. Das Índias de que era mais vantajoso atacar Angola, por conta dos escravos, do que a Bahia, Nassau envia uma força de invasão à África com 20 navios e mais de 4.000 homens>>. http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1290.html
A Igreja Católica desde o início, numa prova inconteste de que sempre promoveu a igualdade e a liberdade dos escravos onde chegou, tem o orgulho de já ter sido liderada por um ex-escravo, o Papa S. Calisto, do ano 217, liberto, muito antes da abolição da escravatura. Não confundir escravatura promovida por alguns maus portugueses no Brasil, com “escravatura promovida pela Igreja Católica”. A Igreja Católica sempre condenou essa prática junto aos imperadores, como veremos mais abaixo.
Como poderia a Igreja, como mentem os enganadores, menosprezar os negros, se entre tantos santos negros, que enriquecem sua hagiografia desde os primeiros séculos, estão os santos negros: S. Maurício, Sta. Mônica, Sta. Efigênia, S. Antônio de Cartageró, S. Elesbão, S. Benedito, S. Serapião, S. Fulgêncio, Sta. Pérpétua e Sta. Felicidade, S. Adriano, S. Moses, S. Menas do Egito, S. Atanásio, S. Marcelino de Cartago, S. Nicolau, Sta. Bakita, S. Frumencio, S. Pacômio, S. Eugenio de Cartago, S. Antão, S. Cipriano, S. Martinho de Lima (“mestiço”), S. Pedro Claver, Sta. Sara Kali, Sta. Maria-Clémentine Blessed Anuarite Nengapeta, S. Timóteo, Sta. Maura, S. Daudi Okelo, S. Jildo Irwa, S. Metódio Domenico Trcka?
Como poderia a Igreja menosprezar os negros se a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil foi produzida em terracota pelos escravos? Falta bom senso aos caluniadores, traficantes de escravos do passado, que hoje, depois da abolição da escravatura pelos católicos, querem “salvar” as almas dos negros porque trazem algum dinheiro no bolso.
O Concílio de Nicéia (ano 325), o primeiro que a Igreja realizou, afirma que escravos haviam sido admitidos ao sacerdócio.
Ainda hoje, resiste ao tempo as maravilhosas Igrejas Católicas dedicadas ao povo negro, quando eram escravizados e discriminados pela burguesia.
Em uma Carta do Papa João VIII, datada de setembro de 873 e dirigida aos Príncipes da Sardenha, ele diz:
“Há uma coisa a respeito da qual desejamos admoestar-vos em tom paterno; se não vos emendardes, cometereis grande pecado, e, em vez do lucro que esperais, vereis multiplicadas as vossas desgraças. Com efeito; por instituição dos gregos, muitos homens feitos cativos pelos pagãos são vendidos nas vossas terras e comprados por vossos cidadãos, que os mantêm em servidão. Ora consta ser piedoso e santo, como convém a cristãos, que, uma vez comprados, esses escravos sejam postos em liberdade por amor a Cristo; a quem assim proceda, a recompensa será dada não pelos homens, mas pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isto exortamo-vos e com paterno amor vos mandamos que compreis dos pagãos alguns cativos e os deixeis partir para o bem de vossas almas” (Denzinger-Schönmetzer, Enquirídio dos Símbolos e Definições nº 668).
O Papa Pio II, em 7 de outubro de 1462, condenou o comércio de escravos como magnum scelus (grande crime).
O Papa Pio VII (1800-1823) enviou uma Carta ao Imperador Napoleão Bonaparte da França, em protesto contra os maus tratos a homens vendidos como animais, onde dizia:
“Proibimos a todo eclesiástico ou leigo apoiar como legítimo, sob qualquer pretexto, este comércio de negros ou pregar ou ensinar em público ou em particular, de qualquer forma, algo contrário a esta Carta Apostólica” (citado por L. Conti, “A Igreja Católica e o Tráfico Negreiro”, em ‘O Tráfico dos Escravos Negros nos séculos XV-XIX”. Lisboa 1979, p. 337).
O mesmo Sumo Pontífice se dirigiu a D. João VI de Portugal nos seguintes termos:
“Dirigimos este ofício paterno à Vossa Majestade, cuja boa vontade nos é plenamente conhecida, e de coração a exortamos e solicitamos no Senhor, para que, conforme o conselho de sua prudência, não poupe esforços para que… o vergonhoso comércio de negros seja extirpado para o bem da religião e do gênero humano”.
Pio VII também muito se empenhou para que no Congresso Internacional de Viena (1814-15) a instituição da escravatura fosse condenada e abolida.
O famoso bispo de Chiapa, na América, Frei Bartolomeu de las Casas (1474-1566), levantou-se em defesa dos índios contra sua escravidão. No início do século XVI o dominicano Domingos de Minaja viajou da América Espanhola a Roma, a fim de relatar ao Papa Paulo III (1534-1549) os abusos ocorrentes com relação aos índios. Em conseqüência, o Pontífice escreveu a“Veritas Ipsa” (1537), onde condena Bula a escravidão:
“O comum inimigo do gênero humano, que sempre se opõe as boas obras para que pereçam, inventou um modo, nunca dantes ouvido, para estorvar que a Palavra de Deus não se pregasse as gentes, nem elas se salvassem. Para isso moveu alguns ministros seus que, desejosos de satisfazer as suas cobiças, presumem afirmar a cada passo que os índios das partes ocidentais e meridionais e as mais gentes que nestes nossos tempos tem chegado à nossa notícia, hão de ser tratados e reduzidos a nosso serviço como animais brutos, a título de que são inábeis para a Fé católica, e, com pretexto de que são incapazes de recebê-la, os põem em dura servidão em que têm suas bestas, apenas é tão grande como aquela com que afligem a esta gente. Pelo teor das presentes determinamos e declaramos que os ditos índios a todas as mais gentes que aqui em diante vierem a noticia dos cristãos, ainda que estejam fora da fé cristã, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e não devem ser reduzidos a servidão”.
Neste texto, merece atenção especial a menção de índios e “das mais gentes”, que são os africanos. A uns e outros Paulo III quer defender. Por isto acrescenta:
“Pelo teor das presentes determinamos e declaramos que os ditos índios e todas as mais gentes que daqui em diante vierem à notícia dos cristãos, ainda que estejam fora da fé cristã, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e não devem ser reduzidos à servidão”.
Essa Bula de Paulo III teve grande efeito, tanto assim que a 30 de julho de 1609 El-Rey promulgou lei que abolia por completo a escravidão indígena: “Declaro todos os gentios daquelas partes do Brasil por livres, conforme o direito e seu nascimento natural, assim os que já foram batizados e reduzidos a nossa Santa fé católica, como os que ainda servirem como gentios, conforme a pessoas livres como são”.
Aos 24.4.1639 o Papa Urbano VIII (1623-1644) publicou o Breve “Commissum Nobis”, incutindo a liberdade dos índios da América. No seu Breve, o Papa ordenava, sob pena de excomunhão reservada ao Pontífice, que ninguém prendesse, vendesse, trocasse, doasse ou tratasse como cativos os índios da terra. Dispunha ainda que a ninguém seria lícito ensinar ou apregoar o aprisionamento dos mesmos. Por causa disso, revoltaram-se os colonos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Santos e no Maranhão. Os Jesuítas foram perseguidos, sendo expulsos de São Paulo, Santos e do Maranhão, para onde só puderam voltar tempos depois.
Por outro lado, o segundo bispo do Brasil, D. Pedro Leitão (1559-1573), assinou aos 30.7.1566 na Bahia, com o Governador Mem de Sá e o Ouvidor Dr. Brás Fragoso, uma junta em defesa dos índios; defendia-os contra os abusos dos brancos e dava maior apoio aos aldeamentos instaurados pelos jesuítas.
O famoso Pe. Antônio Vieira (1608-1697), por vezes considerado por maus intencionados como aliado dos senhores da terra contra os escravos, na verdade assumiu posição de censura aberta aos patrões. Disse ele:
“Saibam os pretos, e não duvidem, que a mesma Mãe de Deus é Mãe sua… porque num mesmo Espírito fomos batizados todos nós para sermos um mesmo corpo, ou sejamos judeus ou gentios, ou servos ou livres” (Sermão XIV).
“Nas outras terras, do que aram os homens e do que fiam e tecem mulheres se fazem os comércios: naquela (na África) o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende e compra. Oh! trato desumano, em que a mercancia são homens! Oh! mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias e as riscos são das próprias! “ (Sermão XXVII).
“Os senhores poucos, e os escravos muitos, os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome, os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros, os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses. /…/ Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem como os nossos? Não respiram com a mesmo ar? Não os cobre o mesmo. céu? Não os aquenta o mesmo sol? Que estrela é logo aquela que as domina, tão cruel?”. (Sermão XXVII sobre o Rosário, in Sermões, vol 12, Porto, 1951, p.333-371)
Na Bula “Immensa Pastorum”, de 1741, o Papa Bento XIV (1740-1758) condenou a escravidão.
O Papa Gregório XVI (1831-1846) em 3.12.1839 disse: “Admoestamos os fiéis para que se abstenham do desumano tráfico dos negros ou de quaisquer outros homens que sejam “.
O Papa Leão XIII (1878-1903), disse na Carta “In Plurimis”, em 5.5.1888 aos bispos do Brasil:
“E profundamente deplorável a miséria da escravidão a que desde muitos séculos está sujeita uma parte tão pequena da família humana”.
O papel da lgreja frente à escravatura preparou a libertação dos escravos, assinada finalmente em 13/05/1888 pela Regente, católica fervorosa, Princesa Isabel. A fim de comemorar este evento, o Papa Leão XIII enviou à Princesa, a Rosa de Ouro, sinal de distinção e benevolência de Sua Santidade.
Na cidade de Goiana – PE, está uma imagem belíssima de Nossa Senhora do Rosário, doada pela Princesa Isabel a Igreja Católica, por promover a liberdade e a inclusão social dos negros escravos, antes mesmo da Lei Áurea. (Catálogo Turístico, Descubra as Raízes de Pernambuco pág. 40).
Já dizia Jesus: “a boca fala do que lhe transborda do coração” (Mateus 12, 34).
Para ver o próprios protestantes afirmando que eram eles que vendiam, traficavam e marcavam a ferro quente no peito, os escravos com nomes de suas “Sociedades” (igrejas) acesse:http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=65544
Para ver todo o desrespeito empregado pelos protestantes ao Povo Negro, e convocação feita pelo Sr. Hernani Francisco da Silva, Presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo à todas as Igrejas protestantes a pedirem perdão pelo desrespeito, preconceito, escárnio e tráfico deste povo, acesse:http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=20880
Se você for a Minas Gerais, poderá visitar em Ouro Preto, a Igreja de Santa Efigênia, que era dedicada aos escravos e ex-escravos, e na qual se veneravam especialmente os santos de raça africana em pleno período do Brasil império. Há dessas Igrejas em grande parte dos primeiros estados brasileiros.
Estas Igrejas Católicas dedicadas ao povo negro, foram construídas entre 1570 e 1820 englobando todo o período que os protestantes traficavam e marcavam a ferro quente os africanos.
Na minha cidade natal, Goiana-PE, fundada em 1570, a Igreja do Rosário dos Pretos, foi construída 4 anos antes do que a do Rosário dos Brancos.
O próprio prelado São Nicolau (304-345) o primeiro Papai Noel da história, foi um santo negro católico, que presenteava crianças na noite de Natal. Não faria isso se convivesse com os protestantes.
Finalizando, nada melhor do que expor as pinturas de *Debret, contemporâneo dos tempos do Brasil império. Assim podemos ver de fato, que ao contrário do protestantismo, a Igreja Católica não fazia qualquer discriminação aos negros. Vejam os escravos utilizando normalmente os serviços da Igreja e seus utensílios religiosos:
Batizado de uma criança negra em igreja catolica.
* Debret foi um pintor do cotidiano do Brasil Império.
Cai a farsa.
Bibliografia utilizada neste artigo:
Revista “Pergunte e Responderemos”, D. Estevão Bettencourt: N. 448/1999 – pg. 399-409; Nº 318 – Ano 1988 – Pág. 509; N. 267/1983, pp. 106-132; N. 274/1984, pp. 240-247.
Terra, João Evangelista Martins, “A Igreja e o Negro no Brasil”. Ed. Loyola 1983.
Benedict Carpzov, Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Três Partes -Divisão, Wittenberg, 1635.
Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3.
Bíblia, Igreja e Escravidão. Coordenador João Evangelista Martins Terra S. J. Ed. Loyola 1983.
Carvalho, José Geraldo Vidigal, « A Escravidão. Convergências e Divergências”. Ed. Folha de Viçosa, 1988.
Carvalho, José Geraldo Vidigal, “A Igreja e a Escravidão. As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos”. Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, Rio de Janeiro, 1988.
Balmes, Jaime, “A Igreja Católica em face da Escravidão”, São Paulo 1988.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br
Autor: Fernando Nascimento
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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Programa do Ratinho (24/02/16) - Celso Russomano fala sobre a aprovação ...





Eu apoio liberação da pilula contra o câncer, e vc também compartilhe isto, liberação da droga fostoetanomina, a Anvisa e outros órgãos insiste a não liberar por que será, eles alegam que não foram feitos  testes em humanos, e não sabe o seus efeitos colaterais. Isto é conversa fiada, pessoas estão tomando a mais de 20 anos e estão vivas e melhores com esta droga, estas pessoas já fizeram os testes por eles.



No mais as outras drogas já liberadas são caras e seus e efeitos colaterais como a quimeo terapia é cruel, qualquer efeito colateral que a fosfotanolamina possa ter é melhor que a do próprio câncer e das drogais convencionas. Eles tem o direito de escolher, vamos ver quais interesses estas instituições estão defendendo já que fostoetanomina é gratuita logo acabaria com o lucro que se tem do sofrimento alheio, será que eles querem realmente a cura do câncer fica a pergunta:



Agora para completar o ministro do supremo Ricardo Lewandowski  suspendeu a distribuição deste medicamentos que era gratuito para os pacientes, se foce a filha dele ele iria fazer  isto, é um absurdo eu sou  solidário com os pacientes que querem continuar com o tratamento que vem dando certo se vc é também compartilhe a sua insatisfação e vamos lutar por eles na liberação da pilula do câncer, que vem trazendo muitos bons resultados a muitos anos para alegria e esperança de muitas famílias.

Programa do Ratinho (24/02/16) - Ratinho desabafa sobre câncer e chora




Eu apoio liberação da pilula contra o câncer, e vc também compartilhe isto, liberação da droga fostoetanomina Já. A Anvisa e outros órgãos insiste a não liberar por que será, eles alegam que não foram feitos  testes em humanos e não sabe o seus efeitos colaterais. Isto é conversa fiada, pessoas estão tomando a mais de 20 anos e estão vivas e melhores com esta droga, estas pessoas já fizeram os testes por eles.


No mais as outras drogas já liberadas são caras e seus e efeitos colaterais como a quimeo terapia é cruel, qualquer efeito colateral que a fosfotanolamina possa ter é melhor que a do próprio câncer e das drogais convencionas. Os pacientes tem o direito de escolher, vamos ver quais interesses estas instituições estão defendendo já que fostoetanomina é gratuita logo acabaria com o lucro que se tem do sofrimento alheio, será que eles querem realmente a cura do câncer fica a pergunta:


Agora para completar o ministro do supremo Ricardo Lewandowski  suspendeu a distribuição deste medicamentos que o congresso a pouco tempo tinha liberado, pilula esta  gratuita, será que este ministro teria esta mesma atitude  se foce a filha dele, tenho certeza que não, que Deus abençoe a família dele e que ele não passe pelo sofrimento que estas famílias vem passando, que agora infelizmente receberam mais este baque,  impedidos de continuarem o tratamento que vem dando certo para muitos, isto  é um absurdo eu sou  solidário com os pacientes que querem continuar com o tratamento que melhorou suas vidas. Compartilhe a sua insatisfação e vamos lutar por eles na liberação da pilula do câncer, que vem trazendo muitos bons resultados a muitos anos para alegria e esperança de muitas famílias.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

BISPO VIRA RABINO

Juliano, o Apóstata, e a Reconstrução do Templo de Jerusalém


Espalhados pelos quatros cantos do mundo, no ano de 362 os judeus se reuniram, como no tempo de Zorobabel, para novamente tomar posse do solo de sua pátria. Essa movimentação não deixava de comprometer, em diversos lugares, a segurança dos cristãos. Ufanos da proteção do imperador Juliano, os filhos de Israel não resistiram à cruel satisfação da vingança.

Juliano, em sua ambição, não estava satisfeito. Queria legar à posteridade um monumento digno da grandeza de seu gênio. Com essas idéias, concebeu o projeto de restabelecer o templo de Jerusalém, outrora assediado por Vespasiano, e destruído por Tito após um cerco famoso.

Coluna de Juliano em Angora, erigida em comemoração de sua passagem pela cidade em 362


Este empreendimento devia custar uma soma imensa. Foi uma razão a mais para Juliano tentar realizá-lo. Colocou à frente desse gigantesco trabalho Alípio de Antioquia, que pôs energicamente mãos à obra. Mas turbilhões de fogo terríveis, lançando-se das entranhas da terra em jatos contínuos, devoraram os trabalhadores e tornaram impossível o acesso aos canteiros de construção.

No começo de 363, os trabalhos preliminares da reconstrução do templo estavam quase concluídos. O concurso de trabalhadores estrangeiros sob a direção de Alípio e os créditos abertos generosamente por Juliano tinham imprimido à obra nacional dos judeus uma incrível atividade. Os fundamentos do novo edifício estavam prontos; o terreno estava preparado; o material necessário estava junto à obra.

Foi fixado o dia para a colocação solene da primeira pedra do novo edifício. De manhã, uma imensa multidão invadiu o monte Sião, para assistir à grande cerimônia. Nesse momento fez-se sentir um tremor de terra. A convulsão intestina foi tal, que lançou pedaços de rochas das entranhas da terra, como se movidas por uma erupção vulcânica, matando os operários mais próximos e levando a morte longe, nas fileiras dos espectadores.



Juliano
Juliano
Os edifícios públicos vizinhos desmoronaram com imenso fragor, sepultando sob os escombros uma multidão de curiosos que se tinham juntado ali. Os gritos dos moribundos e dos feridos eram ouvidos no meio do “salve-se quem puder” geral. No meio da multidão espavorida, que fugia para todos os lados, uns tinham perdido um braço, outros um olho, outros uma perna. O tremor de terra durou o dia todo, com terríveis intermitências.

No dia seguinte, os abalos não mais se fizeram sentir. As pessoas retomaram coragem e foram revistar os escombros, para retirar as vítimas que pudessem ter sobrevivido à catástrofe. Após a primeira operação, que nada veio perturbar, a esperança e a coragem foram reanimadas no fundo dos corações. Pensaram poder retomar a obra, tão bruscamente interrompida. O exército de trabalhadores ocupou de novo aquele canteiro de desolação, para reparar o desastre. No entanto, mal os operários se instalaram, uma erupção de fogos subterrâneos, combinados com horrível tempestade, arrebentou de repente. Desta vez as vítimas foram em número muito maior.

A chama produzida pelos raios tinha tal energia, que consumia num piscar de olhos e reduzia a cinzas o ferro dos martelos, dos machados, das picaretas e das serras. Um ciclone, turbilhonado sobre a montanha, dispersou como se fosse de palha o material reunido para a construção. A tormenta durou o dia todo. Quando chegou a noite, tomou ela um caráter ainda mais prodigioso. Uma grande cruz de fogo foi desenhada no céu, e milhares de outras pequenas cruzes do mesmo tipo, circulando nos ares, vinham incrustar-se nas roupas dos judeus, traçando nelas distintamente cruzes negras, consteladas por meio de furos de uma estreiteza e regularidade que teriam desafiado a agulha mais sutil.

Nessa terrível noite, cujo espanto lembrava o dos egípcios sob a vara de Moisés, eram ouvidas vozes atônitas proclamando a divindade de Jesus Cristo e pedindo o batismo. Todavia, grande número de judeus se obstinaram em sua incredulidade. Atribuíram os fenômenos estranhos ao tremor de terra, que devastou não apenas a cidade de Jerusalém, mas também Nicópolis, Napluse, Eleuterópolis, Gaza, enfim, toda a zona do litoral asiático.



(Pe. J.E. Darras, “Histoire Generale de L’Église” – Ed. Louis Vivès, Paris, 1867, vol. 10)



Juliano sabia que, segundo a predição de Jesus Cristo, não devia ficar pedra sobre pedra do edifício do templo, e quis dar um desmentido ao “Deus dos galileus”. Posto que não gostasse dos judeus, chamou-os para a obra e prodigalizou-lhes dinheiro e promessas. Encarregou o conde Alípio, um dos seus mais fiéis oficiais, de vigiar e apressar os trabalhos.

Começaram por arrancar os antigos alicerces. O número dos operários era incalculável, e o seu ardor parecia que superaria todos os obstáculos. Contudo, S. Cirilo, Bispo de Jerusalém, zombava de todos os seus esforços e dizia publicamente que era chegado o tempo em que se cumpririam literalmente os oráculos do Senhor: “Nem sequer porão uma pedra sobre outra” — repetia o santo prelado sem se perturbar. Efetivamente, tirados os velhos fundamentos, sobreveio um horrível terremoto, que encheu as escavações, dispersou os materiais amontoados, derrubou os edifícios vizinhos, matou ou feriu uma parte dos trabalhadores.

Passados poucos dias, lançaram outra vez mão à obra. Mas imensos globos de fogo saíram das entranhas da terra, repeliram os materiais e devoraram os obreiros e as ferramentas. Este terrível fenômeno reproduziu-se várias vezes. O fogo só cessou de aparecer depois de abandonada a obra. Este fato é incontestável. Atestam-no S. Cirilo, testemunha ocular, S. Jerônimo, S. Ambrósio, S. Crisóstomo e S. Gregório Nazianzeno, contemporâneos deste prodígio. Além desses, os historiadores Rufino, Sócrates, Sozomeno, Teodoreto, Zonoras, Epifânio, o diácono Nicéforo, Calixto, o ariano Filostorgo, o judeu David Gunzi, o rabino Gédaliah e o próprio Amiano Marcelino, pagão, amigo íntimo e zeloso defensor de Juliano.

A este respeito, S. Crisóstomo exclama: “Cristo edificou a sua Igreja sobre a pedra, e nada pôde derrubá-la. Ele derrubou o templo, e nada pôde reedificá-lo. Ninguém abate o que Deus eleva, nem eleva o que Deus abate”. Segundo a maior parte dos autores eclesiásticos, juntou-se um fogo vindo do céu às chamas saídas da terra, e apareceram cruzes luminosas nos ares, e até sobre a roupa dos trabalhadores. Tão extraordinário prodígio espantou todos os espectadores. Muitos judeus, e até idólatras, confessaram a divindade de Jesus Cristo e pediram o batismo.

Deste modo, em lugar de destruir a profecia do Salvador, Juliano completou-a, tirando até a última pedra do templo de Jerusalém. Ele ficou confundido, mas nem por isso abriu os olhos à luz.

(Pe. Rivaux, “Tratado de História Eclesiástica” – Livraria Chardron, Porto, 1876, Tomo I, pp. 305-307).



Expedição de Juliano contra os persas

Depois de magra refeição, Juliano sentou-se numa cama de campanha para redigir seu diário. Durante esse trabalho, viu ele aparecer a seu lado o gênio do império, o mesmo que já o tinha visitado no palácio de Lutécia (atual Paris) na noite em que as legiões gaulesas o tinham saudado com o título de Augusto. Desta vez o espectro estava vestido com um manto negro. Fitou longamente em Juliano um olhar tristonho e saiu da tenda sem pronunciar uma única palavra.

O imperador saiu em disparada, aterrorizado, ao encalço do fantasma. Por causa de seus gritos, acorreram à sua tenda seus mágicos e sacerdotes pagãos habituais, tendo Máximo à frente. Tentaram tranqüilizá-lo. Aconselharam-no a oferecer um sacrifício aos gênios protetores. À meia-noite, a vítima, uma novilha branca, foi levada para junto do altar. Mas no momento em que a faca do sacerdote lhe abria o pescoço, uma estrela que deslizava lentamente descreveu um arco no zênite, traçando um rastro de luz que se extinguiu repentinamente no horizonte. “É o deus Marte que se vinga de mim!” — exclamou Juliano.

A última noite de Juliano, perturbada por essa série de presságios funestos, findou em consultas aos mágicos e sacerdotes. Os intérpretes oficiais da vontade dos deuses declararam unanimemente que esses fenômenos eram uma advertência do céu, e que se tornava necessário suspender todos os planos de ataque para o dia seguinte.

Sob um sol tórrido, Juliano acabava de depor sua couraça quando um clamor intenso irrompeu em torno dele. Era o exército persa que, aproveitando a situação excepcional, invadia o acampamento. Sem se dar o tempo de revestir a armadura, Juliano monta a cavalo, voa até a retaguarda onde tinha lugar o ataque, e organiza a resistência. Alguns instantes depois, um grupo de arqueiros persas faz chover sobre o imperador e sua escolta uma saraivada de flechas. Uma delas, após arranhar o braço direito do imperador, vem enterrar-se-lhe no fígado.

Diz Teodoreto que nesse momento Juliano levou a mão à ferida, recolheu o sangue que saía aos borbotões e o lançou ao céu, gritando: “Venceste, Galileu!”





(Pe. J.E. Darras, “Histoire Generale de L’Église” – Ed. Louis Vivès, Paris, 1867, vol. 10