Milagre o Testemunho da Verdade

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Jesus socialista? Conta outra piada!


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Os ideais socialistas de promoção do bem-estar dos pobres, à primeira vista, parecem concordar com alguns princípios cristãos. Um olhar mais atento, porém, deixa evidente que socialismo e cristianismo caminham para pontos completamente divergentes. Sobre isso, o Papa Leão XIII mandou na lata:
Na verdade, embora os socialistas, abusando do próprio Evangelho para enganar mais facilmente os incautos, tenham o costume de distorcê-lo para atender a seus propósitos, tão grande é a discordância entre suas perversas opiniões e a puríssima doutrina de Cristo, que não se poderia imaginar uma maior: “Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas? (2 Cor 6,14)”.
– Encíclica Quod Apostolici Muneris. 1878
O socialismo (que, de forma resumida, seria uma etapa para se chegar ao comunismo) não se reduz a uma teoria econômica, como muitos pensam. É uma FILOSOFIA que engloba toda uma cadeia de valores; uma filosofia que pretende dominar todas as instâncias da vida das pessoas, não só as relações econômicas e de trabalho. Do socialismo brota toda uma cultura anticristã!
“Jesus Cristo foi o primeiro comunista”, papagueiam muitos por aí. Mas o Filho de Deus jamais poderia ser comunista/socialista, pois…
…pregava a solidariedade, não a igualdade.
Jesus pregava o desapego dos bens e a solidariedade voluntária, enquanto o comunismo prevê o confisco da propriedade privada (no caso das ditaduras) ou a redistribuição artificial de renda baseada em altíssimos impostos, sem critérios de mérito (no caso dos países social-democratas).
Para o cristianismo, é natural que haja pessoas com mais bens materiais do que outras. A Doutrina Social da Igreja condena, isso sim, a excessiva acumulação de bens, especialmente quando essa o acumulador nada faz para produzir bens sociais que favoreçam a independência econômica e a dignidade dos mais pobres. Sobre isso, já falamos no post “A Igreja ensina a diferença entre capitalismo e capetalismo“.
A divisão igualitária de bens jamais esteve presente nas pregações de Jesus. Isso fica evidente nesta passagem:
Disse-lhe então alguém do meio do povo: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Jesus respondeu-lhe: Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? (Lc 12,13-14)
…não condenava uma pessoa pelo simples fato de ela ser rica.
Jesus olhava o coração das pessoas, não sua condição social ou material; já o comunismo demoniza os ricos e romantiza a pobreza.
Ao nascer, Jesus receber presentes caros e homenagens de três pessoas ricas: os Reis Magos. E em vários trechos dos Evangelhos vemos Jesus citando respeitosamente Davi, que era um rico e poderoso rei.
É bem verdade que pessoa com muito dinheiro (e poder) tem muito mais facilidade de dar asas a suas maldades e tentações. Também os ricos têm mais possibilidade de se iludir com a aparente segurança e “felicidade” que seus bens lhe dão, e assim muitos podem ter dificuldade para reconhecer sua necessidade de Deus. Foi nesse contexto que Jesus disse: “É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus” (Mc 10,25).
Tanto isso é verdade que muitas pessoas ricas alcançaram a santidade. É o caso da popularíssima Santa Edwiges, que, depois de ter filhos e em acordo com seu marido, fez voto de castidade, mas não fez voto de pobreza: preferiu se manter à frente da administração de seu amplo patrimônio, com o qual ajudava os endividados, construía hospitais e sustentava conventos.
…ensinava que as coisas materiais eram secundárias.
Jesus queria que as pessoas a buscassem o Reino dos Céus acima de tudo. O sustento é algo importante, mas não deve ser a prioridade da vida de uma pessoa: a quem busca a Deus, os bens materiais são dados por acréscimo (Mt 6,33). Já o comunismo leva as pessoas ao materialismo, a buscar um paraíso nesta terra.
Já em seu tempo, Jesus frustrou as expectativas materialistas de muitos de seus seguidores. Depois que Ele multiplicou os pães e peixes, a multidão empolgada queria fazê-lo rei. Mas Ele deu um fora em geral:
Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. (Jo 6, 26-27)
…ensinava a não cobiçar as coisas alheias.
Jesus pregava a paz e a conciliação, mesmo com aqueles que são injustos conosco. Já o comunismo se baseia na luta de classes, promovendo a inveja e o ódio dos pobres contra os ricos.
… era a favor da família e da castidade.
Jesus era submisso a seus pais, e condenava o adultério e o divórcio. Enquanto isso, o comunismo visa enfraquecer (até eliminar) a autoridade dos pais sobre os filhos, debocha da fidelidade conjugal e defende a abolição da família monogâmica – que seria nada mais do que uma estrutura alienante burguesa. A monogamia seria mais uma expressão do conceito de “propriedade privada”, nesse caso, de dominação do homem sobre a mulher  (sobre isso, ver o Manifesto Comunista e os escritos de Engels, Gramsci e Lukacs).
No socialismo, portanto, deve-se promover uma cultura de promiscuidade, a começar pelas crianças e jovens. Para isso, é fundamental enfraquecer a influência da religião e da família sobre o indivíduo, para que cada vez mais as pessoas dependam e confiem, acima de tudo, no Estado. É preciso enfraquecer a família para fortalecer o Estado socialista (o livro “1984”, de George Orwell, mostra bem essa realidade).
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Fonte. O Catequista | A Nova Onda Católica!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Dinheiro da Igreja Católica ajudou EUA a combater os nazistas


Para financiar uma guerra, é preciso muito dinheiro. Nesse sentido, na luta contra as tropas de Hitler, os Aliados puderam contar com milhões de dólares da Santa Sé, injetados nos grandes bancos comerciais dos Estados Unidos.
Aos poucos, cada vez mais desmorona a cortina de mentiras contra o Papa Pio XII, plantadas pelos comunistas da KGB, e espalhadas com prazer por protestantes e ateus. Ora, como a Igreja Católica poderia ser apoiadora do nazismo e ao mesmo tempo realizar extensas transferências de dinheiro para os inimigos desse regime?
A revista “The Historical Journal”, publicada pela Universidade de Cambridge, publicou em dezembro de 2012 um artigo com um longo e detalhado estudo sobre as atividades financeiras do Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial. Com base em um conjunto de documentos do Arquivo Nacional Britânico, a historiadora Patricia M. McGoldrick simplesmente provou que a Santa Sé apoiou os Aliados contra os nazistas.
“Nós concluímos a partir dessas contas que, no início da Segunda Guerra Mundial, o Vaticano rapidamente moveu seus valores mobiliários e as reservas de ouro de áreas sob ameaça de ocupação nazista para os Estados Unidos. Isso fez com que os Estados Unidos se tornasse o centro a partir do qual a Igreja administrava as suas finanças no mundo todo.”
– Patricia M. McGoldrick
Além de proteger os bens do Vaticano – afinal,  a Santa Sé era AMEAÇADA por Hitler, e não aliada de Hitler – esses investimentos denotam uma clara estratégia de apoio aos Aliados. Afinal, os documentos também revelam que o dinheiro foi enviado para financiar atividades humanitárias de ajuda às tropas aliadas, além do investimento em empresas envolvidas diretamente na indústria de guerra, como Rolls Royce, Dow Chemical, Westinghouse Electric, Union Carbide e General Electric.
O vídeo abaixo mostra a reação de Hitler diante dessa notícia…


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Libertação do mau

É bom estarmos neste momento em silencio e num lugar que nos favoreça este clima de Oração.  Oração de Libertação Pai celestial eu te louvo. Agradeço por teres enviado Teu filho Jesus que venceu o pecado e a morte para minha salvação. Agradeço por teres enviado o Espírito Santo que me fortalece, guia e leva para a plenitude da vida. Senhor Jesus Cristo, coloco-me aos pés da Tua cruz e peço que me laves com Teu precioso sangue que flui do teu Sacratíssimo Coração e das tuas chagas. Lava-me Jesus, na água viva que flui do Teu coração transpassado pela lança. Peço que me envolvas Senhor Jesus com a Tua Sagrada Luz. Pai celestial, deixe que água purificadora jorrada na Cruz para a redenção do mundo flua através das gerações maternas e paternas, para que minha linhagem familiar seja purificada de satanás e do pecado. Venho diante de Ti, Pai, pedir perdão à mim mesmo, para os meus parentes e para os meus ancestrais por qualquer invocação maligna que tenham feito a poderes que se opõem a Ti e que não honram a Jesus Cristo. No sagrado nome de Jesus, eu agora reivindico todo e qualquer território que tenha sido entregue a satanás e o coloco sob o Senhorio de Jesus Cristo. Pelo poder do Teu Espírito Santo, revela-me Pai, todas as pessoas a quem preciso perdoar e todas as áreas de pecados não confessados. Revela – me os aspectos de minha vida que não Te agradam, as atitudes que permitiram ou poderiam permitir a entrada de satanás na minha vida. Entrego – Te toda a falta de perdão; entrego- Te meus pecados; e também Te entrego todos os meios que satanás usou para entrar na vida. Senhor Jesus, amarro aos Teus pés, todo espírito do ar, da terra, da água e dos infernos e das regiões dos mortos, e também todos e quaisquer enviados do mundo satânico. Clamo o Precioso Sangue de Jesus Cristo sobre todas estas situações e quaisquer espíritos que queiram se vingar de mim. Selo no Teu Santo Nome e em Teu Precioso Sangue, a mim, meus parente, familiares, esta casa, este lugar, a igreja, carros, e todos os meus bens como propriedade vossa, sendo eu apenas um administrador, quebro agora e desmancho toda e qualquer maldição, feitiçaria, encantamentos, embustes, armadilhas, mentira, obstáculos, decepção, desvio, influência espiritual maligna, praga, avidez, jugo hereditário, conhecido e desconhecido, e todo desequilíbrio mental, psicológico, depressão e doença de qualquer tipo que vem pelo sangue ou genética, incluindo os meus pecados e erros. Em nome de Jesus rompo a transmissão de todo e qualquer voto satânico, pacto, ligação do espírito e da alma e trabalhos satânicos. Em nome e pelo poder Jesus quebro e desmancho toda e qualquer ligação com astrólogo; feiticeiros, encantadores, videntes, mapas astrais, ervas espirita, leitura de mão, cristais, curandeiros, benzedores, búzios, taro, cartomantes, médiuns; movimentos da Nova Era; ocultismo, guias espiritas, pai de santo; mães de santo, bruxas, vodu, kardecismo, candomblé e umbanda. Em nome de Jesus, desmancho todos os efeitos de participações em sessões de espiritismo, adivinhações, evocações dos mortos para receber mensagens mediúnicas, tudo que foi feito e ingerido nestes lugares por comidas, bebidas, banhos de descarrego, oferendas, tudo que ficou de nomes, fotografias, objetos pessoais, tudo que foi feito nas encruzilhadas, matas, pedreira, nas águas, cemitérios. Espírito Santo, por favor, revela-me através de palavra de ciência quaisquer espíritos negativos que, de algum modo, tenham se prendido em mim; tais como: raiva, arrogância, amargura, brutalidade, confusão, crueldade, decepção, inveja, medo, ódio, insegurança, ciúme, orgulho, ressentimento ou pânico. Em nome de Jesus, eu repreendo, cada um destes espíritos, ordeno-lhe que vá diretamente a Jesus, sem quaisquer manifestação e prejuízo a mim ou a outra pessoa, de modo que Jesus mesmo se livre de vocês de acordo com a sua Santa vontade. Agradeço-te Pai celestial, por teu amor, agradeço o Espírito Santo , por me fazeres destemido contra satanás e contra os espíritos maus e por me libertares de todos este sofrimentos que me perseguiam. Agora Senhor Jesus, depois de ter me libertado , preencha estes vazios com a tua caridade, compaixão, fé, gentileza, esperança, humildade, alegria, bondade, amor, misericórdia, modéstia, paciência, paz, pureza, segurança, serenidade, tranquilidade, confiança, verdade, compreensão, e sabedoria. Ajuda-me a caminhar na tua luz e verdade, iluminado pelo Espírito Santo, de modo que , juntos, possamos louvar, honrar e glorificar ao Pai agora e para sempre, porque Tu, Jesus, és o Caminho a Verdade e a Vida e viste para que cada pessoa tenha vida e para que tenham em abundância. Te agradeço Senhor por estas graças, por ter me curado , restaurado a minha vida e me libertares do maligno. Graças a ti Senhor, eu sou uma nova pessoa. Louvado seja o Teu nome Jesus! Amém!

terça-feira, 21 de julho de 2015

A Invocação do Nome de Jesus ou Oração de Jesus



ESTA INVOCAÇÃO de fé, simples e ao mesmo tempo piedosa, – e muitíssimo poderosa em seus efeitos, – desenvolveu-se como tradição da oração cristã em várias fórmulas parecidas, tanto no Oriente quanto no Ocidente, embora tenha sido sempre mais praticada na Igreja Oriental. Trata-se de um tipo de oração pessoal que, por muitos séculos, vêm exercendo um papel extraordinariamente importante na espiritualidade cristã, e que pode ser bem compreendida com a leitura do livro "A Invocação do Nome de Jesus", que tem por autor anônimo "um monge Igreja Oriental".

A invocação mais comum, transmitida pelos monges do Sinai, da Síria e do monte Athos, tem a seguinte forma:“Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador”, usando às vezes o complemento "Vivo", em alusão à confissão de São Pedro, resultando em: “Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador”. Através da simples repetição desta fórmula, feita com entrega e devoção sincera, o coração do devoto fiel se põe em consonância com a infinita Misericórdia de seu amado Criador e Salvador.

Existe uma profunda relação entre a devoção à Sagrada Face de Jesus, ao seu Santo Nome, ao seu Sagrado Coração e à Santíssima Eucaristia (a devoção por excelência). Essas quatro devoções se referem aos aspectos mais significativos do Cristo encarnado (a Face/Rosto, o Nome, o Coração e o Corpo íntegro), e é por meio deles que buscamos o Deus Todo-Poderoso que se fez humano: todas essas devoções são eficazes instrumentos para conduzir a pessoa humana à Pessoa Jesus Cristo/Deus.

Quando se ama profundamente uma pessoa, como quando a noiva está apaixonada por seu noivo, diz o seu nome de um modo diferente; e o diz muitas vezes. Não é como quando chama outra pessoa qualquer: ao pronunciar o nome do bem amado, é como se o estivesse chamando, louvando suas qualidades, aquelas que a tornam cativa do seu amor, e mais e mais apaixonada fica quanto mais clama por ele; de fato, parece declarar o seu amor a cada vez que pronuncia o nome do amado. O tom de voz muda, o coração se entrega.

Assim também todo membro da Igreja, – a Noiva do Cristo, Cordeiro de Deus e Salvador do mundo, – ao pronunciar o santo Nome de Jesus, deve fazê-lo com o mais ardente e agudo amor de que sua alma é capaz, com o mais profundo desejo por sua Presença e Graça. O Amor é a Força que define a Divindade. Assim o Apóstolo João resumiu Deus (cf. IJo 4,8-16). Desse Ser, que é Amor, enquanto cristãos, nós participamos. Pronunciar o Nome do Senhor é clamar sua Pessoa, sua Graça, sua Luz, sua Força restauradora: quando o invocamos, suplicamos pelo Nome à Pessoa, implorando sua Ajuda e Misericórdia.





A origem


A Oração da Invocação do Nome de Jesus remonta aos primeiros tempos da Igreja e às práticas dos primeiros monges, sendo anterior até mesmo à prática do santo Rosário. Diadoco de Fotice1, já no século IV, escreveu: “O que não cessa de meditar, nas profundezas de seu coração, no Nome santo e glorioso de Jesus, poderá ver um dia a Luz em seu espírito”.

A origem da prática, porém, é muito mais antiga. Sua fonte primária está nos Evangelhos, em pelo menos três passagens:

A primeira, a súplica do cego de Jericó, que gritava com insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” (10, 46-52). Pela sua fé foi curado e então "seguiu Jesus pelo caminho".

A segunda, o clamor dos dez leprosos nas terras de Samaria: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!” (Lc 17,11-14), e todos eles foram curados, graças à sua fé no clamor pelo Nome do Senhor.

A terceira, o exemplo do humilde publicano, que no Templo batia no peito e repetia: “Ó Deus, tem piedade de mim, pecador!”... E Jesus declara que este voltou para casa justificado, pois “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mc 10,47 / Lc 17,11-14;18-13).


A invocação contínua do Nome de Jesus é, então, biblicamente, das mais perfeitas práticas de oração para se buscar a Comunhão com nosso Senhor e a sua Misericórdia, quando feita com um espírito cheio de amor, fé, devoção, doçura e esperança. A persistência nesta prática piedosa faz com que o coração do devoto transborde de bem-aventurança, até chegar à completa serenidade. Nos momentos de angústia ou necessidade, o pensamento do devoto deve invocar várias e várias vezes o Nome de Jesus, seu Deus amado, que se torna Luz e Calor do conhecimento de Deus que dissipa as trevas da alma. Também em nossas realizações devemos nos lembrar de invocar o Santo Nome do Senhor com espírito de gratidão e alegria, compartilhando com o Doador de todos os dons e todas as graças a nossa felicidade.


Como fica claro, a oração do Nome de Jesus é semelhante à oração do Rosário à Santíssima Virgem Maria, em sua origem e nos seu objetivos: ambas as práticas têm raízes nos meios monásticos; em ambas imploramos aquilo de que realmente necessitamos, mesmo que não saibamos, pois podemos desconhecer aquilo de que precisamos; em ambas utilizamos palavras da Escritura; ambas são orações para todos, que produzem tranquilidade e, com o tempo e a perseverança, a paz duradoura e a restauração da vida.


Como rezar:



"Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador!" Simplesmente repita algumas vezes esta simplérrima fórmula, tantas vezes quantas o seu coração pedir, enquanto não cansar, com amor, serenidade e devoção. Se você realmente necessitar de alguma graça, mentalize-a entre as invocações, ou, se preferir, vocalize o seu pedido, crendo firmemente que será atendido. Mantenha a consciência, porém, de que se não for atendido, será sempre o melhor, pois tudo nos é dado segundo a Vontade do Pai para o nosso bem, e de todo mal Deus tira um bem maior. Muitas vezes fazemos pedidos que, se fossem atendidos, mais nos prejudicariam do que ajudariam.

A Oração de Jesus é de uma maravilhosa versatilidade: apesar de ser ideal para iniciantes, ao mesmo tempo conduz aos mais profundos mistérios da vida contemplativa. Pode ser usada por qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar: nas salas de espera, nas filas, andando, viajando, no trabalho, quando não se consegue dormir à noite ou em momentos de especial ansiedade, quando é impossível concentrar-se em outros tipos de oração. Ajusta-se perfeitamente ao conselho evangélico de orar incessantemente. É o caminho mais simples da oração contínua. Repetida várias vezes por um coração humildemente atento, ela não se dispersa numa torrente de palavras (Mt 6,7), mas conserva a Palavra e produz fruto pela perseverança.




(Clique para ampliar)
Porém, enquanto todo cristão pode, naturalmente, recitar a Oração de Jesus de forma ocasional, outra situação é recitá-la continuamente. Para alguns, chega uma hora em que a Oração de Jesus "entra no coração", de uma certa maneira que deixa de ser recitada por um esforço deliberado, mas espontaneamente, continuando mesmo quando a pessoa fala ou escreve, ficando presente nos seus sonhos, acordando-a de manhã. Nas palavras de Santo Isaac, o Sírio: "Quando o Espírito de Deus faz morada num homem, ele não cessa de rezar, porque o Espírito (Santo) vai rezar constantemente nele. Então, nem quando ele dorme nem quando está acordado, a oração será tirada de sua alma; mas, quando ele come e quando bebe, quando se deita ou quando faz qualquer trabalho, mesmo quando está em profundo sono, os perfumes da oração exalarão do seu coração espontaneamente" ('Tratados Místicos', ed. Wensinek, p.174).

Os ortodoxos acreditam que o Poder de Deus está presente no Nome de Jesus, de forma que a invocação ao divino Nome atua "como um sinal efetivo da Ação de Deus, como uma espécie de Sacramento" ('Un Moine de l'Église d'Orient, La Priére de Jésus', Chevetogne, 1952, p. 87).

Tanto aqueles que a recitam continuamente quanto os que a recitam ocasionalmente têm, na Oração de Jesus, uma grande fonte de segurança e júbilo. Citando o Peregrino russo:


“E é assim que eu ando agora e, incessantemente, repito a Oração de Jesus, que é para mim mais doce e preciosa do que qualquer outra coisa no mundo. Às vezes, eu ando até 43 ou 44 milhas num dia e nem sinto que estou caminhando. Tenho consciência apenas de estar recitando minha oração. Quando o frio intenso me penetra, começo a recitar minha oração com mais intensidade e, rapidamente, me aqueço todo. Quando a fome começa a me perturbar, chamo mais frequentemente o Nome de Jesus e esqueço minha vontade de comer. Quando fico doente e o reumatismo ataca minhas costas e pernas, eu fixo meus pensamentos na oração e não sinto a dor. Se alguém me faz mal, tenho apenas que pensar: 'como é doce a Oração de Jesus', e tanto o ferimento quanto a raiva passam e esqueço tudo... Agradeço a Deus porque agora compreendo o significado destas palavras ouvidas na Epístola: 'Rezai sem cessar' (1Ts 5, 17).” ('O Caminho do Peregrino', p.17-18)
Jesus ensinou: “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Na história da espiritualidade, encontramos santos que não se cansavam de repetir o Nome de Jesus, para manter no coração, continuamente, a Presença do Bem-Amado Salvador. Podemos e devemos rezar em todos os lugares e situações, pois ninguém poderá nos impedir de pensar em Jesus. E quem ama o Filho de Deus, torna-se mensageiro desse Amor em todos os lugares, sempre.
___________
1. RIGGI C. Diadoco de Fótice en Di Berardino, Angelo, Diccionario Patrístico y la Antigüedad Cristiana, Tomo I, 2ª Ed. Verdad e Imagen, Salamanca, 1991.

Fontes e ref. bibliográfica:
• A Invocação do Nome de Jesus [um Monge da Igreja Oriental], 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2008.
• SCIADINI, Patrício, OCD. Catecismo da Oração, 2ª ed. São Paulo:Loyola, 2002.
• O «'Rosário' Ortodoxo, a Oração de Jesus», artigo do Bispo Kallistos Ware, em [ecclesia.com.br/biblioteca/espiritualidade/o_rosario_ortodoxo_kalistos_ware.html], acesso 7/7/015

sábado, 18 de julho de 2015

As serpentes, o báculo e o Papa Francisco. Ocultismo? Não, cristianismo puro!

Fonte. O Catequista


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Certas criaturas que não perdem uma única oportunidade de difamar a Igreja Católica (nem preciso nomear, vocês já sabem quem são) estão espalhando nas redes sociais a imagem acima, que associa o catolicismo – e também o nosso Papa – ao satanismo. Nossos leitores, então, nos pediram para esclarecermos essa confusão. Vocês é quem mandam!
O bastão prateado em questão é um báculo, símbolo da autoridade dos bispos. Os bispos das igrejas católicas do Ocidente, em geral, usam o báculo na forma de um cajado de pastor; já os bispos de tradição oriental (católicos ou ortodoxos) usam um modelo diferente, com duas serpentes enroscadas no bastão, com uma pequena cruz sobre elas.
Para contextualizar melhor, mostramos abaixo a ocasião em que a tal foto do Papa Francisco foi tirada: um encontro com Bartolomeu I, o Patriarca de Constantinopla. Ambos estavam se saudando na sacada da sede do Patriarcado Ecumênico de Istambul. Dá pra ver claramente que o Papa não estava segurando o báculo com as serpentes, e sim o patriarca ortodoxo, que nem católico é! Então, a mentira e a manipulação da imagem acima já começam por aí…
francisco_bartolomeu
Entretanto, ainda que o Papa estivesse empunhando o báculo com as serpentes, não haveria problema algum! Tal simbolismo é perfeitamente cristão e também faz parte do catolicismo, em especial, das igrejas católicas orientais de tradição siríaca (para saber mais sobre igrejas católicas de Rito Oriental, clique aqui).
É compreensível o estranhamento que esse báculo nos causa. Afinal, estamos acostumados a ver a cobra como uma referência ao Maligno – e isso não é incorreto. Porém, nos esquecemos de que, no Evangelho, o próprio Cristo se comparou à serpente de Moisés:
“Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem,  para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.” (João 3,14-15).
moises_serpenteNas Escrituras, a mesma dualidade simbólica ocorre com o leão, por exemplo: muitas vezes, esse animal é associado a coisas positivas (como a coragem, e o próprio Cristo, Leão da Tribo de Judá), e outras tantas vezes aponta para coisas más (como traição, tirania, violência e o próprio demônio).
O báculo oriental, portanto, remete à serpente de bronze erguida por Moisés no deserto, a mando do Deus de Israel; por meio dela, os hebreus encontraram a cura, e se livraram da morte certa (Num 21,8). Também remete a Cristo crucificado, que assumindo sobre si os pecados dos homens, nos abriu as portas da redenção e da vida eterna.
DESVENDANDO O DESENHO DO DEMO
Ok… E como um símbolo autêntico da tradição cristã foi parar em uma das imagens mais difundidas do capeta? Conto pra vocês agora! No século XIX, o francês Eliphas Lévi, um dos mais célebres ocultistas da modernidade, publicou um livro chamado “Dogma e Ritual da Alta Magia” (1854). A obra continha a ilustração “Baphomet de Mendes”, concebida e traçada pelo próprio Eliphas.
Ao descrever a figura, Eliphas diz: “Sim, nós encontramos aqui o fantasma de todos os terrores, o dragão de todos os teogônicos, o Ahriman dos persas, o Typhon dos Egípcios, a Píton dos Gregos, e a velha serpente dos Hebreus…”
Ou seja, o próprio idealizador e autor da imagem confessa que se apossou de um símbolo santo e bíblico – a serpente de Moisés sobre a haste – para imprimir nele um significado pagão.
Assim, está provado que não foi o catolicismo que adotou um símbolo satanista, e sim o satanismo que tentou se apossar de um símbolo católico. Vimos esse “filme” se repetir recentemente, com o pavoroso crucifixo marxista do padre Espinal, com o qual Evo Morales presenteou o Papa Francisco; é o comunismo buscando se apropriar de um símbolo católico.
Quanto às cobras peçonhentas, que vivem a espalhar confusão e calúnias contra a fé católica, resta-nos rezar para que se convertam, antes que mordam a língua e se engasguem com o próprio veneno!
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Fontes:
The Serpents of Orthodoxy. 18/04/2013. Artigo de Jonathan Pageau, publicado no site do Orthodox Arts Journal. Pageau é artista sacro (escultor), e estudou Teologia Ortodoxa e Iconologia na Universidade de Sherbrooke.
ELIPHAS, Lévi. Dogma e Ritual da Alta Magia

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Quem foi Chico Xavier? Santo? Insano? Farsante? Amplie seus conhecimentos sobre o assunto




EM 2010 os espíritas de todo o país comemoraram, com amplo apoio da mídia televisiva e impressa, os 100 anos do nascimento deste que consideram o maior "médium" brasileiro. Em 2012, um programa de TV o elegeu, por meio da votação popular, "o maior brasileiro de todos os tempos". Podemos sem dúvida considerar o Sr. Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como "Chico Xavier", uma das personalidades mais populares e também mais polêmicas da história recente do Brasil. E como a nossa mídia (incluindo grandes emissoras de TV, redações dos grandes jornais e revistas e o meio artístico em geral) está repleta de militantes do espiritismo, presenciamos frequentemente um verdadeiro festival apologético à figura de Chico Xavier. Filmes nos cinemas, peças de teatro, lançamentos de uma infinidade de livros, especiais de TV, matérias de capa nas revistas...

Mas o fato é que é muito raro a grande mídia abordar as diversas facetas desse controverso personagem: existe uma outra realidade bem diferente dessa que estamos acostumados a ver nos meios de comunicação, e que pode ser comprovada muito facilmente. A revista "O Fiel Católico" é uma publicação comprometida com a verdade. Longe de querer provocar polêmicas, e com todo o respeito a todos os espíritas, não poderíamos deixar de abordar esses fatos. Para falar de uma personalidade tão conhecida, o bom senso e a boa consciência nos obrigam a abordar o assunto de maneira responsável e imparcial. - Algo bem diferente da tremenda propaganda que temos presenciado nos meios de comunicação.

Apresentamos uma série de fatos a respeito de Chico Xavier que é desconhecida da maioria. Advertimos que todas as questões aqui colocadas são fundamentadas na pesquisa histórica e documentada, e em depoimentos que foram publicados em veículos sérios e respeitados.


1. Foi comprovado que Chico Xavier usou truques de mágica e pirotecnia em "shows de mediunidade" no começo de sua carreira.
As fotos ao final deste texto retratam algumas dessas exibições. Existem muitas outras, que se encontram facilmente na internet: em salões alugados, ele se sentava em frente a uma cortina, diante da plateia. Luzes piscavam por detrás do pano, e um cheiro de éter enchia a sala. Aos poucos, vultos surgiam atrás das cortinas e Xavier, junto com outros "médiuns", diziam que eram espíritos se materializando... Fotos da revista “O Cruzeiro” (1964) mostram claramente que eram pessoas vestindo lençóis brancos e véus cobrindo a cabeça. Mesmo assim, alguns ingênuos pareciam acreditar na farsa. O pesquisador Eurípedes Tahan disse que as pessoas da plateia podiam até tocar as tais "entidades" e tirar fotos! Nessa época, "médiuns" e mágicos costumavam viajar pelo país com seus shows. Chico dizia que usava seus "poderes" para materializar os espíritos. Ele ficava sentado e dizia se concentrar, enquanto as “entidades” saíam de trás do pano. Curioso é que as figuras nunca “apareciam” na frente da plateia, como deveriam, se fossem entidades etéreas se materializando. Convenientemente, elas saiam de trás da cortina, como se vê nos shows de mágica mais rudimentares. Anos mais tarde, a farsa foi definitivamente desmascarada, e Otília Diogo, uma das pessoas que se passava por “espírito” chegou a ser presa. Foi com esses shows que Chico começou a se tornar conhecido.


2. O sobrinho de Chico Xavier, numa entrevista ao jornal "O Diário de Minas", confessou que as psicografias do tio não passavam de farsa.

Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico, também se dizia "médium" e afirmava psicografar textos e cartas de pessoas falecidas. Aos 25 anos de idade, sondado por jornalista do referido jornal, ele declarou, textualmente: "Aquilo que tenho escrito foi criado pela minha própria imaginação". Na ocasião, ele também desmascarou o tio famoso, Chico Xavier, dizendo que as cartas "psicografadas" por ele não passavam de fraude: "Assim como tio Chico, tenho enorme facilidade para fazer versos, imitando qualquer estilo de grandes autores. Com ou sem auxílio de outro mundo, ele vai continuar escrevendo seus versos e seus livros". - O mais incrível é que, depois dessa, tanta gente tenha continuado a acreditar nas psicografias de Chico Xavier. Foi nessa época que ele, acuado pelas investigações, saiu de Pedro Leopoldo e foi para Uberaba, local onde o espiritismo se encontrava em expansão, onde recebeu apoio.


3. Em 1971, o repórter José Hamilton Ribeiro, da revista Realidade, visitou as sessões de psicografia de Chico, e denunciou que ali aconteciam truques para impressionar os mais crédulos.

Declarou o repórter: "Meu fotógrafo viu um dos assessores de Chico levantar o paletó discretamente e borrifar perfume no ar". Chico era famoso pelo perfume que parecia surgir "do nada" em meio às sessões de “psicografia”. - "As pessoas pensavam que o perfume vinha dos espíritos", completou Ribeiro.


4. Em muitos livros de Chico Xavier, especialistas encontraram casos claros de plágio de obras literárias publicadas por diversos autores.

O pesquisador especializado Vitor Moura, criador do website "Obras Psicografadas", comparou trechos dos livros ditos psicografados por Chico com livros de outros autores e descobriu evidências inquestionáveis. Um dos casos mais impressionantes é o da cópia quase literal de trechos da obra "Vida de Jesus", do filósofo Ernest Renan, no livro "Há dois mil anos", que Chico afirmou ter sido psicografado pelo "espírito Emmanuel".


5. Já foi definitivamente comprovado pela pesquisa histórica que o tal “Públio Lentulus”, que Chico descreveu como "procurador da Judéia do tempo de Jesus" em seus livros, e afirmou tratar-se de um dos seus orientadores espirituais, nunca existiu.

Hoje se sabe que, historicamente, não existiu nenhum senador de Jerusalém ou procurador da Judéia cujo nome tenha sido “Públio Lentulus”. Além disso, os nomes, datas e detalhes que constam na obra de Chico são incompatíveis com os fatos históricos. Para saber detalhes, acesse: obraspsicografadas.haaan.com

Além disso, um detalhe curioso a respeito do "guia" de Chico Xavier: o polêmico Pe. Oscar Gonzalez Quevedo, numa palestra pública, tentou conversar em latim com o “espírito Públio Lentulus”, supostamente incorporado em Chico Xavier, mas este simplesmente fugiu das perguntas do padre, demonstrando que não compreendia o que estava sendo dito e, visivelmente perturbado, retirou-se do ambiente.


6. Apesar de muitos pensarem que Chico Xavier dizia detalhes sobre os entes queridos falecidos das pessoas que o procuravam, que não teria como saber, a verdade é que ele dava um jeito de conseguir esses dados, e sem nenhuma ajuda de espíritos.

O próprio Waldo Vieira, médico que foi uma espécie de sócio de Chico por quase duas décadas (desde o tempo dos ‘shows de mediunidade’), declarou o seguinte:"Funcionários do centro espírita iam às filas pegar detalhes dos mortos. Ou aproveitavam as histórias relatadas por parentes nas cartas em que pediam uma audiência. O que as mensagens de Chico continham eram essas informações". Chico ou seus assessores faziam uma entrevista com as famílias que participariam das sessões de "psicografia". O engenheiro Maurício Lopes conta que quando seu irmão de 9 anos foi morto num atropelamento, sua família procurou Chico atrás de ajuda. Ele diz: "Chico perguntou à minha mãe detalhes da morte e nomes de parentes, e tudo isso foi citado na carta, depois".


7. A teoria de que Chico Xavier, nendo semi-analfabeto, não teria como escrever seus livros, é completamente falsa.

Chico não foi longe na escola, mas era autodidata. Ele sempre estudou muito por conta própria, e lia muitíssimo. Colecionava recortes de textos e poesias, comprava livros e mais livros e montou uma biblioteca particular (preservada até hoje em Uberaba), com obras em inglês, francês e hebraico! Nessa coleção estão os livros dos autores que ele dizia "receber do além” para escrever seus próprios livros, como Castro Alves, Humberto Campos e outros...


8. Apesar de o espiritismo se declarar uma “ciência”, Chico Xavier se recusava a permitir que cientistas estudassem seus alegados poderes. Ele dizia que seu "guia" não permitia. Mas o que ele temia?

Se as suas habilidades fossem verdadeiras, as pesquisas só poderiam demonstrar a veracidade dos fenômenos e ajudar na propagação do espiritismo...


9. Otília Diogo era uma charlatã que se cobria com lençóis para se passar pelo espírito "Irmã Josefa" nos "shows de mediunidade" de Chico Xavier e Waldo Vieira. Ela foi enquadrada e presa anos depois.


10. O repórter Hamilton Ribeiro foi até Uberaba e desmascarou as mensagens ditas psicografadas de Chico, de maneira muito simples:

Ele inventou nome e endereço falsos e os entregou a Chico, se passando por crédulo e pedindo uma psicografia. Na edição de novembro de 1971 da revista Realidade, ele publicou a conclusão do seu experimento: "Receita psicografada: do pedido que fiz hoje, em nome de ‘Pedro Alcântara Rodrigues, da Alameda Barão de Limeira, 1327, apto 82 - São Paulo’ (dados falsos), me veio a orientação espiritual: "Junto aos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente em seu favor. Jesus nos abençoe...’”(!) Mas como?? Não existia ninguém com aquele nome, nem naquele endereço, era tudo inventado! Sim, mas os “espíritos de luz” que assistiam ao Chico Xavier se comprometeram a auxiliar essa pessoa de mentira nos planos espirituais.

* * *

Aí estão alguns dados concretos. Não se tratam de opiniões ou considerações, mas de fatos. Que cada um tire as suas próprias conclusões. Encerramos o assunto com a exortação de nosso Mestre maior: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”. (Mt 11, 15) - E quem tem olhos para ver...








Acima, fotografias publicadas na revista "O Cruzeiro" e outras, mostram o jovem Chico Xavier ao lado de “espíritos materializados” em shows de mediunidade que ele promovia no início de sua carreira. Entre estes, o "espírito" de “Irmã Josefa”, que era, na verdade, a charlatã Otília Diogo vestindo panos brancos: ela foi desmascarada e presa em 1970 (publ. ‘O Cruzeiro’). Estes fatos raramente constam nas biografias oficiais, e nunca são retratados nos filmes.


* * *


** Aviso aos nossos leitores espíritas e/ou admiradores do mito Chico Xavier:

A direção deste blog pede encarecidamente aos admiradores da figura de Chico Xavier que tomem os seguintes mínimos cuidados antes comentar este artigo:
1º Leia o texto antes de comentá-lo. Muitos leem apenas as primeiras linhas (quando não apenas o título) e já se apressam em postar mensagens indignadas. Na maioria dos casos, os argumentos usados por esses comentaristas já estão bem esclarecidos no próprio artigo que estão comentando.

2º Observe os comentários já publicados e as nossas respostas. Praticamente todos os argumentos usados em favor de Chico Xavier já foram respondidos por nós, no espaço para comentários, diversas vezes. Exemplos abaixo:

a) Muitas pessoas já disseram que estamos "julgando" Chico Xavier. - Já explicamos, exaustivamente, que apresentar FATOS BIOGRÁFICOS sobre a vida de um indivíduo não é "julgamento", e sim esclarecimento: nesta postagem, não fizemos absolutamente nada além disso e citando as devidas fontes e referências bibliográficas, além de fotografias documentais.

 b) 
Muitas pessoas já disseram que Chico Xavier foi exemplo de humildade e que vivia o que pregava. - Respondemos, simplesmente, que isso não é atestado de autenticidade da doutrina que ele pregava. O fato de alguém ser humilde e praticar o que prega não é garantia de que aquilo que ele prega seja verdadeiro. Nossa preocupação e nossa fidelidade, neste site, é para com a verdade. Ainda que Chico Xavier tenha sido uma pessoa humilde e desapegada, tudo indica também que ele gostava de ser admirado, cercado de atenção e idolatrado, - o que ele conseguiu, e como! O que ele deixou de receber em dinheiro, sem dúvida nenhuma,recebeu em atenção, carinho, admiração, devoção e uma verdadeira idolatria, que perdura até hoje. Nem sempre a motivação de um charlatão é o dinheiro. - Não estamos, com isso, afirmando que Chico tenha sido um charlatão, mas sim demonstrando as abundantes evidências que existem neste sentido.

c) Muitas pessoas já alegaram que  estamos "falando do que não conhecemos" ou que o artigo não tem valor porque foi escrito por alguém que não conheceu Chico Xavier pessoalmente. - De fato, os autores do artigo não conheceram Chico Xavier pessoalmente, o que não tem a menor importância neste caso: ninguém, por exemplo, precisa ter conhecido Adolf Hitler pessoalmente para saber que foi um déspota cruel e sanguinário. Não estamos comparando Xavier a Hitler, mas o exemplo serve para fazer entender o óbvio: o absurdo de supor que seria preciso conhecer uma pessoa pública pessoalmente para formar juízo de valor. Além disso, o autor principal do texto, Henrique Sebastião, é pesquisador da ciência das religiões há mais de duas décadas e estudou todas as obras espíritas basilares, frequentou centros espíritas, participou de cursos na Federação Espírita Brasileira e até se submeteu a supostos "tratamentos espirituais". O argumento do desconhecimento de causa fica, portanto, completamente descartado.

d) Noventa e nove por cento dos comentaristas indignados com os fatos apresentados nesta postagem limitam-se a atacar a Igreja Católica, mas não comentam nenhuma das verdades aqui apresentadas. POR FAVOR, NOTE QUE O ASSUNTO EM DISCUSSÃO AQUI É CHICO XAVIER. Se você não é capaz de refutar o que estamos demonstrando e comprovando neste artigo, não tente desviar o assunto apontando problemas da Igreja ou fazendo acusações contra os católicos, porque são questões diferentes, e nós já abrimos espaço para essas outras discussões neste website (já tratamos dos assuntos inquisição, cruzadas, pedofilia na Igreja, entre outros). COMPREENDA QUE APONTAR ERROS OU PROBLEMAS NA MINHA RELIGIÃO NÃO É ARGUMENTAR: É FUGIR DO ASSUNTO, É TENTAR MUDAR O FOCO DA DISCUSSÃO.

** Esclarecemos, por fim, que não voltaremos a publicar comentários que se enquadrem na categorias descritas acima, pela simples razão de que não há sentido em nos colocarmos aqui a repetir, indefinidamente, os mesmos argumentos e contra-argumentos, ad nauseam.

Se você chegou até este ponto da leitura, somos gratos pela atenção. A Paz e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo sejam sobre a sua vida.

_________________
Fontes e bibliografia:

• FRIDERICHS, Edvino Augusto. Os Méritos da Parapsicologia no Campo Religioso. São Paulo: Loyola, 1993.

• QUEVEDO, Oscar González. Os Mortos Interferem no Mundo? - tratado 5º vol. São Paulo: Loyola, 1992, pp. 32-35.

• KOLPPENBURG, Boaventura. Espiritismo, orientação para os católicos, 8ª ed. São Paulo: Loyola, 2005.

• REVISTA SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Editora Abril, ed. 277, pp. 50-60, abril 2010.

• OBRAS PSICOGRAFADAS. Disponível em:
http://obraspsicografadas.haaan.com/2011/materializaes-de-uberaba-otlia-a-mulher-barbada-fotos-inditas/
acesso em 04 abril 2010

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Circo de Nero: de matadouro de cristãos a Sede da fé católica

nero_cesar
Era, então, o século I. O Imperador de Roma queria se divertir. Não havia vídeo-game, nem Netflix, nem livros de colorir para adultos… Restavam a Nero César Augusto as surubas e o sadismo. Sem moral e sem limites, ele costumava se deleitar com a humilhação, tortura e morte de cristãos em seu circo macabro, localizado na colina vaticana.
Quando caía a noite, o Circo de Nero era muitas vezes iluminado por tochas humanas: cristãos amarrados em postes, sendo consumidos lentamente pelo fogo. De dia, as atrações eram as mais variadas. Alguns de nossos irmãos eram fantasiados como animais selvagens (com trajes de urso, tigre, leopardo etc.) e, jogados à arena, eram perseguidos e abatidos a flechadas, por “caçadores” habilidosos.
Os anos se passaram. Quem sabe, em algum lugar no mundo dos mortos (talvez um lugar bem quente), Nero tenha ficado abismado ao saber que, pouco mais de 200 anos após a sua morte, no lugar do seu amado circo de terror fora construído o templo principal da fé cristã. #ChupaNero
No ano 324, o Imperador Constantino inaugurou a primeira Basílica de São Pedro, cujo altar principal ficava sobre o túmulo do mesmo Apóstolo. O desenho abaixo mostra o local dessa antiga Basílica (que foi demolida anos mais tarde para a construção da atual Basílica, como já contamos aqui).
basilica_vaticano
Quis o Senhor que o trono de Pedro Apóstolo fosse construído sobre um terreno regado com o sangue precioso dos mártires – homens, mulheres e crianças que deram seu testemunho de amor e fé até o fim. Portanto, se um dia você tiver a graça de visitar o Vaticano (eu ainda não tive), não tenha pudor de, já na entrada da praça de São Pedro, se abaixar e beijar devotamente aquele solo santo!
A construção da Basílica de São Pedro apenas veio confirmar, visivelmente, algo que já era uma realidade havia muitos anos: a sede da fé cristã fora transferida de Jerusalém, o coração do judaísmo, para Roma, o centro do paganismo. E assim foi cumprida a profecia de Cristo sobre Israel:
“Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele.” (Mateus 21,43)
Tal profecia é reafirmada por São Paulo. Ele chama os cristãos romanos de origem pagã de “oliveira selvagem”, que foi enxertada no lugar dos “ramos cortados” (judeus que rejeitaram Jesus como Messias):
“Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira selvagem, foste enxertada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da oliveira não te envaideças nem menosprezes os ramos.” (Romanos 11,17)
E também em uma carta de São Pedro podemos aprender esta verdade (notem que “Babilônia” era como os cristãos dos primeiros séculos chamavam Roma):
“A igreja escolhida da Babilônia saúda-vos…” (1 Pedro 5,13)
Salve, salve Roma, é eterna a tua história!
O OBELISCO VATICANO
No centro da Praça de São Pedro, os cristãos podem ver e tocar em uma testemunha dos horrores do Circo de Nero: o Obelisco Vaticano, de 25 metros de altura.
A história desse monumento é fantástica. Trazido do Egito a mando de Calígula, ele fora colocado bem no meio do chamado de Circo de Nero (ilustração abaixo). Em seu topo foi fixada uma esfera de metal, que, dizem alguns, continha os restos mortais de Júlio César.
circo_nero
No século XVI, o Papa Sisto V decidiu exorcizar o Obelisco – afinal, tratava-se de um objeto de culto pagão – e transferi-lo para a frente da Basílica de São Pedro. Foi loucura total, uma verdadeira proeza da engenharia! Ao longo de um ano, reuniu-se a força de cerca de 900 homens e 150 cavalos para transportar e erguer o gigante de pedra, puxado por cordas de linho.
No topo, uma cruz contendo alguns fragmentos da cruz de Cristo foi colocada no lugar da esfera de metal. E assim, o monumento pagão tornou-se símbolo do reinado da cruz no Ocidente, da vitória da verdadeira fé sobre os falsos deuses e ideologias.
Hoje, em muitos lugares da Europa, o cristianismo perdeu o vigor, é como uma religião de museu. Em todo o Ocidente, os valores cristãos retrocedem, dando lugar a um mundo sem Deus. Nesse momento, os cristãos são chamados a viver e a pregar o Evangelho com radicalidade. Não temos o direito de sermos mornos! Peçamos ao Senhor a graça de honrarmos o sangue dos mártires da Igreja primitiva, que pavimentaram com amor e dor o caminho da fé pelo qual seguimos, cheios de esperança.
Fontes:
ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e Mártires. Editora Quadrante, 1988.
FONTANA, Domenico. Della trasportatione dell’obelisco Vaticano et delle fabriche di Nostro Signore Papa Sisto V, fatte dal caualier Domenico Fontana architetto di Sua Santita : libro primo. In Roma : appresso Domenico Basa, 1590 (Esta obra sensacional, cujo autor é o arquiteto responsável pela transferência do Obelisco, é de domínio público e pode ser acessada em arquivo digital neste link).
http://ocatequista.com.br/archives/15722

OBS. Comentarios dos visitantes no O Catecista
William Gomes
Catequista, você esqueceu-se de acrescentar que a profecia de Cristo também é reafirmada por São Pedro em sua epístola:
“A igreja escolhida da Babilônia saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho.” (1Pedro 5,13)
*Babilônia: codinome para a antiga Roma pagã.
Belíssimo post, mas #ficaadica.
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Augusto Paiva
Acrescente isto também, querida Catequista:
”A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos: a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo! Primeiramente, dou graças a meu Deus, por meio de Jesus Cristo, por todos vós, PORQUE EM TODO O MUNDO É PRECONIZADA A VOSSA FÉ.” (Romanos 1,7-8)
Ou que tal esta:
”Saudai a todos os que vos guiam e a todos os santos. Os irmãos da ITÁLIA vos saúdam.” (Hebreus 13,24)
VIVA CRISTO REI! :)
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sexta-feira, 10 de julho de 2015

"milagres" e curas em comunidades protestantes

Nome do leitor: Bruno César



Cidade/UF: Parnamirim/RN



Religião: Católica



Mensagem
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A paz.


Queria saber qual a opinião da Igreja sobre curas e outras coisas que acontecem em igrejas protestantes. Seria realmente a ação do Espírito Santo ou seria prodigios realizados por demonios? O motivo dessa pergunta surgiu numa conversa com minha mãe que pegou carona com uma amiga que é adventista e no carro essa amiga comentava que "um pastor tinha ungido as pessoas" e uma mulher teria sido curada de um câncer, então minha mãe veio perguntar-me se numa seita isso poderia acontecer. E já que toquei no assunto seita: numa igreja que é considerada como religião e não como seita existe a ação do Espirito mesmo que a mesma não obedeça ao Magistério?



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RESPOSTA:



Caríssimo Bruno César,

Pax et Bonum!



Agradecemos a confiança depositada em nosso Apostolado e pedimos perdão pela demora em responder-te.



1. O ensino da Igreja sobre os milagres



Os milagres são sempre e invariavelmente a intervenção sobrenatural de Deus na vida de uma pessoa ou na história da humanidade e esta intervenção sempre está vinculada à confirmação da Revelação Divina, à ratificação do Evangelho, que nos liberta do pecado. O milagre é uma “assinatura de Deus” à Verdade que Ele revelou, a qual se encontra na Igreja que Ele fundou, Una, Santa, Católica e Apostólica. Deus só assina o que é seu, motivo pelo qual os milagres – falamos aqui de milagres verdadeiros – invariavelmente estão vinculados à Igreja Católica, única e verdadeira Igreja de Cristo.



O Catecismo da Igreja Católica é claro a respeito, conforme citamos a seguir:



“O motivo de crer não é o fato de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos ‘por causa da autoridade do próprio Deus revelador, que não pode enganar-se nem enganar-nos’. ‘Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados de provas exteriores da sua Revelação’. Assim, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade ‘são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos’, ‘motivos de credibilidade’, mostrando que o assentimento da fé não é, ‘de modo algum, um movimento cego do espírito’” (n.156).

Neste trecho o Catecismo afirma, portanto, que os milagres são “sinais certos da Revelação”, “motivos de credibilidade”. Ora, sinal é o que indica o caminho certo; sinalizar é mostrar por onde se deve ir. Se o milagre é “sinal certo de Revelação” só poderá, portanto, ser sinal da Revelação Verdadeira, tal como Cristo nos ensinou e como está depositada na Fé da Sua Igreja. Um milagre, portanto, é um sinal da Verdade, um “motivo de credibilidade”, i.e., uma razão para crer na Verdade de Cristo. Ele está ligado, pois, necessariamente à Verdade de Cristo, da qual a Igreja Católica é depositária fiel.

Em outro momento, o Catecismo afirma o mesmo:

“Jesus acompanha as suas palavras com numerosos ‘milagres, prodígios e sinais’ (Atos 2,22), os quais manifestam que o Reino está presente Nele. Comprovam que Ele é o Messias anunciado. Os sinais realizados por Jesus testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer Nele. Aos que se Lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem. Assim, os milagres fortificam a fé Naquele que faz as obras do seu Pai: testemunham que Ele é o Filho de Deus. Mas também podem ser ‘ocasião de queda’. Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos. Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demônios” (nn. 547-548).

Novamente ressalta-se aí a função do milagre: eles “manifestam o Reino de Deus”, “comprovam que Jesus é o Messias anunciado”, “fortificam a fé Naquele que faz as obras de seu Pai: testemunham que ele é o Filho de Deus”. São testemunhos do Reino, ratificação do Evangelho, comprovação da Verdade de Cristo. Assinatura de Deus, portanto: e Deus só assina o que é Seu.

2. O milagre não teria antes a função de aliviar os sofrimentos dos homens?

Os milagres, conforme nos mostram os Evangelhos, têm em primeiro lugar a função de testemunhar onde está a Verdade, de sinalizar onde Deus fala. Jesus Cristo realiza milagres em vários doentes, cura-os de suas enfermidades; mas sempre pela sua Fé Nele.

A principal doença do homem é o pecado. Por meio do pecado entrou no mundo a enfermidade, o sofrimento e a morte. É a libertação do pecado que Deus visa para o homem em primeiríssimo lugar, e esta libertação só pode ser consumada por meio da adesão plena ao Evangelho de Jesus Cristo, da Fé em Nosso Senhor, o único que nos salva da tirania do Demônio e do domínio do pecado.

O milagre ratifica, pois, em primeiro lugar, o Evangelho, porque é o Evangelho que nos cura da principal enfermidade: a enfermidade da alma, o pecado. Curando os sofrimentos do corpo, livrando-nos das doenças do organismo, Cristo visa, antes de tudo, voltar-nos a Ele, conduzir-nos a Ele, e levar-nos à nossa adesão ao Seu Evangelho.

O milagre não teria razão de ser se deixasse o homem à toa no mesmo estado de pecado e ignorância em que se encontrasse: que motivo teria Deus para realizar um milagre se Ele não levasse o homem a Ele? Que motivo teria Deus para curar o corpo se por meio disso não visasse antes curar a alma, pela libertação do pecado a partir do Evangelho? Assim Deus salvaria o corpo da enfermidade, mas deixaria o homem no mesmo estado de pecado e ignorância em que se encontra a sua alma! Salvaria o corpo, e deixaria a alma à revelia da condenação! Isto não é Misericórdia Divina, e não condiz com o projeto de Deus, que o Evangelho nos apresenta.

O milagre, portanto, só tem razão de ser porque Deus aí, pela sua ação poderosa e sobrenatural – seja curando o homem, seja realizando fenômenos inexplicáveis na história –, ratifica por meio dele o seu Evangelho, confirma sua Revelação, Revelação que salva o homem. E assim o milagre volta o homem a Deus; e, se o homem aceita este convite de Deus, poderá ser salvo. Deus assim harmoniza seus atos: salva o corpo para salvar a alma, age na matéria para agir mais ainda no espírito.

3. Os milagres na Igreja Católica

Sendo o milagre, necessariamente, uma ratificação do Evangelho, uma confirmação da Verdade de Cristo, intervenção divina na natureza e na história que visa a sinalizar a verdade de Sua Revelação, está o milagre necessariamente vinculado à Igreja Católica, fundada por Cristo e única detentora da Verdade.



E vários são os milagres ocorridos em meios católicos, sejam curas, sejam milagres permanentes – aqueles que estão aí para qualquer um ver.



As curas ocorridas em meios católicos, como Lourdes, por exemplo, passaram pelo crivo de especialistas e médicos, tendo sido consideradas inexplicáveis do ponto de vista científico ou natural, além de serem irreversíveis e associadas a um contexto religioso católico. Inserem-se, neste contexto, também as curas operadas por grandes Santos ainda em vida, como São Pio de Pietrelcina e São Pio X, por exemplo, que tinham o dom da cura.



Mas existem também curas alcançadas pela intercessão dos Santos após sua morte, milagres estes que atestam a santidade do indivíduo em um processo de canonização, quando são pela ciência confirmados como realmente inexplicáveis, sobrenaturais. As pílulas de Santo Antonio de Santana Galvão são um exemplo bastante recente e próximo, dado a canonização do Frei em 2007 pelo Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil, onde estas pílulas foram bastante exploradas pela Mídia. Mas muitos milagres são também relatados por pessoas que recorreram à intercessão de outros santos; citamos apenas alguns: Santa Rita de Cássia, Santa dos Casos Impossíveis e Desesperados; São Peregrino Laziosi, Padroeiro dos doentes de câncer; São Camilo de Léllis, que dedicou toda a vida aos doentes, entre muitos outros.



Existem ainda os grandes milagres permanentes ocorridos na Igreja Católica, e que são completamente inexplicáveis para a ciência. É interessante notar que, no caso destes milagres, é ainda mais patente o caráter de ratificação da Verdade pelo milagre, pois estes estão sempre ligados à confirmação de algum ponto da doutrina católica que estava sob ataque ou sob o perigo da descrença na época em que ocorreu o milagre.



O milagre eucarístico de Lanciano é um ótimo exemplo. A hóstia consagrada se transmutou em carne em espécie e o vinho consagrado em sangue em espécie. Este milagre, acontecido há 12 séculos, ocorreu num momento em que os dogmas eucarísticos corriam perigo. O monge que consagrou a hóstia e o vinho que se transformaram em espécie – pois já o eram sacramentalmente – na Carne e no Sangue de Cristo era um dos que estavam em dúvidas sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia. E, embora se tenha passado há 12 séculos, ainda hoje permanece em perfeito estado de conservação a Carne e o Sangue, e os médicos que analisaram o milagre concluíram que são como se tivessem sido retirados hoje de uma pessoa viva! Todos os outros milagres eucarísticos – e são vários – possuem, com algumas poucas variações, as mesmas características.



O milagre do manto do índio Juan Diego em que apareceu Nossa Senhora de Guadalupe é igualmente impressionante. Institutos como a própria NASA fizeram descobertas estarrecedoras no milagre de Guadalupe, como o fato de a imagem não estar pintada no pano, mas suspensa sobre ele – como que levitando –; ou ainda o fato de que o material da imagem não existe neste mundo; ou os batimentos cardíacos que se pode escutar no ventre da Virgem Maria nesta imagem, na qual a Virgem está gestante. Este milagre ocorreu para que o Bispo da Diocese de Juan Diego atestasse a veracidade da aparição da Virgem Maria a Juan Diego, e a veracidade do pedido da Virgem, que queria fosse construída uma capela para os índios de uma aldeia. É ainda mais espantoso o fato de que, com o auxílio de potentes microscópicos, foi descoberta no olho da Virgem Maria, nesta imagem, a “fotografia” da reação do Bispo no exato momento em que a imagem apareceu, como refletida nas pupilas da imagem; e refletida nas pupilas do Bispo estava o próprio índio Juan Diego no momento em que abaixou seu manto e surgiu a imagem. 



Mas talvez o mais impressionante milagre permanente seja o Santo Sudário de Cristo, objeto de inumeráveis estudos, os quais comprovaram, entre outras coisas, que ele é mesmo da época de Cristo e mais: que aquela imagem não foi só marcada com o sangue no pano, mas que foi provocada por uma grande explosão de energia, semelhante à explosão de uma bomba atômica – seria o momento da Ressurreição? –, e que tal fluxo de radiação foi tão forte que no Sudário se pode perceber até os ossos do Cristo, como se ali tivesse sido aplicado um Raio-X. Inútil é falar sobre os incríveis fenômenos ligados ao Santo Sudário, pois são muitos. Muitos, e a cada dia são descobertos mais, e cada vez mais incríveis. Tanto que foi criada uma ciência especificamente para o estudo do Santo Sudário: a Sindonologia.



Existem ainda os inúmeros corpos incorruptos de santos, que estão há séculos sem se decomporem, e isso sem nenhum auxílio de mumificação!



Enfim, são milagres como estes que podem ser considerados milagres realmente verdadeiros, e diante dos quais a Ciência se cala e contempla a Deus.



Além disso, é importante salientar que tais milagres – realmente milagres, sobrenaturais – estão ligados à Igreja Católica. E necessariamente confirmam a Verdade de Cristo, da qual a Igreja é depositária fiel. Isto fica bastante patente nos milagres permanentes – que não existem em nenhuma outra Igreja ou religião a não ser a Católica – e que estão diretamente ligados à confirmação de alguma ponto da Revelação Divina.



Os milagres são sinais de Deus para atestar a sua autoria. E Deus só assina o que é seu. Estudiosos como Olavo de Carvalho e o Padre Quevedo já comprovaram, sob ótica puramente científica, que milagres verdadeiros só ocorreram antes de Cristo no judaísmo antigo, na época de Cristo com Ele próprio e depois de Cristo na Igreja Católica, a Nova Israel, destinatária da Nova Aliança. Isto é cientificamente comprovado.



São milagres que confirmam que a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de Cristo. Estão aí, pra quem quiser ver, para os que crêem e para os que não crêem, provando a veracidade de nossa Igreja.



4. Milagres “fora” da Igreja Católica



Não existem milagres fora da Igreja Católica. Deus só assina o que é seu, e não poderia operar milagres fora da Sua Igreja, da religião por Ele revelada, e assim confirmar o homem no erro.



O que existem são milagres que ocorrem fora dos limites visíveis da Igreja, mas dentro de seus limites invisíveis. São milagres que ocorrem em católicos que visivelmente não pertencem à Igreja, mas pertencem invisivelmente à sua alma; são pessoas que, embora não professem a Fé Católica explicitamente, vivem em ignorância invencível, mas segundo os ditames da reta razão, e assim podem também salvar-se - por meio de Jesus Cristo, através da Igreja Católica, segundo a qual vivem mesmo sem conhecê-la. Estas pessoas são aqueles adeptos de outras religiões ou denominações cristãs que possuem uma ignorância invencível, que lhes impede de ver que a religião católica é a única verdadeira; e desta sua cegueira não possuem culpa própria. Os portadores desta ignorância invencível, mesmo sendo pertencentes a outra religião, se seguirem os ditames da Lei de Deus gravados no seu coração, podem ser chamados católicos pertencentes de maneira invisível à Alma da Igreja, ainda que não pertençam de maneira visível ao seu Corpo. O milagre fora dos limites visíveis da Igreja ocorre a estes (que pertencem aos limites invisíveis da Igreja), ou para convertê-los ou para atestar o que há de católico nestas pessoas, ainda que não pertençam plenamente à religião católica. Deus não realiza o milagre aí para confirmar a pessoa no erro, mas para facilitar-lhe a conversão e para mostrar-lhe onde está a verdade.



Não existe milagre desvinculado da Igreja Católica.



Por isso se diz que fora da Igreja Católica (e aí abrangemos os limites visíveis e invisíveis da Igreja) não existe milagre verdadeiro. O milagre verdadeiro só ocorre vinculado à religião católica, seja visivelmente, aos pertencentes ao Corpo da Igreja, seja invisivelmente, àqueles que, pela ignorância invencível, pertencem à Alma da Igreja.



Por isso podemos, sim, negar que o milagre verdadeiro ocorra em contextos não-católicos, pois mesmo se ocorrer fora dos limites visíveis da Igreja, estará, contudo, nos limites invisíveis da Igreja, isto é, num contexto católico igualmente. É impossível um milagre completamente desvinculado do contexto católico, caso contrário Deus estaria assinando algo que não é seu.

Os milagres verdadeiros – i.e., confirmadamente sobrenaturais – que ocorrem fora dos limites visíveis da Igreja, mas dentro dos seus limites invisíveis, ocorrem sempre relacionados direta ou indiretamente a algum elemento católico: seja um sacramental católico (uma bênção, por exemplo), seja uma oração católica – feita pela pessoa que recebeu o milagre, ou por uma segunda em prol desta primeira –, seja a estampa ou outra imagem de um santo, ou algum objeto de devoção católica (um Terço, p.ex.), etc. Para terceiros pode ser imperceptível este elemento, mas para a pessoa agraciada com o milagre este elemento será perceptível e lhe indicará o caminho certo: a Igreja Católica.



Uma prova patente da inexistência de milagres fora da Igreja Católica (e “fora” aí significa tanto fora dos limites visíveis quanto invisíveis da Igreja, e desvinculados de qualquer contexto ou elemento católico) são os santos incorruptos. Existem cadáveres incorruptos em ambientes anglicanos (como a Catedral de Canterbury) e em ambientes russo-ortodoxos. Mas estes cadáveres são sempre de épocas anteriores aos cismas das Igrejas Ortodoxas Orientais e Anglicanas! Após os cismas, pararam de ocorrer corpos incorruptos nestas comunidades, embora tenham continuado a ocorrer (e continuam) na Igreja Católica! Um dado como esse não pode ser ignorado.



Outro exemplo: Alphonse Ratisbonne e Theodore Ratisbonne foram agraciados com o grande milagre de uma visão da Virgem Maria Santíssima, mesmo sendo judeus; mas esta visão esteve ligada a um elemento católico (uma oração mariana) e logo depois estes se converteram ao Catolicismo, se tornaram padres e ainda fundaram uma Congregação de sacerdotes: a Congregação de Nossa Senhora do Sion, que visa à conversão dos judeus. O milagre, nestes judeus, ocorreu para que se convertessem e para atestar o que já possuíam de católicos. Enfim, tudo está, novamente, direcionado à Igreja Católica. Pois Deus só assina o que é seu.



Vale salientar que milagre é uma ação sobrenatural de Deus, sempre extraordinária. Não é toda coisa que é milagre. Quando Deus facilita, por exemplo, o acesso de uma pessoa a um tratamento para sua doença ou a um médico, sendo esta pessoa católica ou não, isto não é milagre, não é extraordinário nem sobrenatural. É simplesmente uma ação ordinária da Misericórdia de Deus.



Ações extraordinárias e sobrenaturais mesmo, que caracterizam um verdadeiro milagre, só ocorrem é ambientes católicos ou vinculados a algum elemento católico.



Aqueles shows de curas que se vê nos programas dos protestantes pentecostais não passa muitas vezes de um grande teatro de auto-sugestionamento, hipnologia e indução psicológica.



5. Curas e “Milagres” em comunidades protestantes

Com sua pergunta, creio que te refiras aos espetáculos de curas que presenciamos nos meios neo-pentecostais.



Historicamente falando, até hoje não existe sequer um “milagre” ocorrido em comunidades protestantes que tenha sido cientificamente comprovado como milagre verdadeiro, isto é, ação sobrenatural e inexplicável, de tal maneira que só se poderia conceber como intervenção divina.



Nenhum milagre ou cura ocorrido em meios protestantes é realmente sobrenatural. Na maioria das vezes, são curas obtidas por auto-sugestão do doente, efeitos placebos obtidos por indução psicológica; algo semelhante ao que pode obter um hipnologista. As técnicas dos pastores protestantes para isso são semelhantes à da PNL (Programação Neuro-Linguística), são recheadas de retórica, apelo sentimental e psicológico, que induzem a mente a enganar a dor ou cessar os sintomas da doença. Por estes meios, são curas perfeitamente explicáveis do ponto de vista científico e natural. Aliás, muitos psicólogos já usam terapias semelhantes para a obtenção das mesmas curas. Ademais, muitas vezes estas curas não são irreversíveis, mas apenas uma cessação momentânea dos sintomas, como um analgésico, obtida por auto-sugestionamento. Não podem ser consideradas, pois, milagres verdadeiros.



Aqueles shows de curas que se vê nos programas dos protestantes pentecostais não passa muitas vezes de um grande teatro de auto-sugestionamento, hipnologia e indução psicológica.



Um milagre verdadeiro, em alguma comunidade protestante ou cismática, só poderia ocorrer vinculado a algum elemento católico, que mostrasse à pessoa agraciada com o milagre onde está a verdade. Pois, conforme muito dissemos, Deus só assina o que é seu. E a divisão, a falta de unidade, a desunião, os erros doutrinários verificados em meios protestantes não são de Deus. Deus não poderia, pois, ratificar com sua assinatura coisas deste tipo.



Não há, pois, milagre verdadeiro fora da Igreja Católica.



Esperamos ter te ajudado.



Atenciosamente,