Milagre o Testemunho da Verdade

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Sobre a terceira parte do Segredo de Fátima

Papa São João Paulo II
(1978-2005)






Sobre a terceira parte do Segredo de Fátima,
a comunhão na mão,
e a grande prova da Igreja.



Reproduzimos de seguida, integralmente, o artigo da revista
alemã Stimme des Glaubens, nº 10/81, 20 de Maio de 1981:


Papa João Paulo II:
“A grande prova não pode mais ser evitada”

Quando o Papa João Paulo II esteve em Fulda, foram-lhe colocadas várias perguntas por um pequeno grupo: sobre o terceiro segredo de Fátima, sobre comungar na mão, sobre o futuro imediato, etc. Um dos participantes registou o sucedido com base na sua memória. Nome e autenticação estão disponíveis na redacção. Segue-se um excerto desse registo.

Pergunta: «E o que se passa com o terceiro segredo de Fátima? Não deveria ter já sido publicado em 1960?»
Resposta do Santo Padre: «Por causa da gravidade do seu conteúdo, os meus antecessores na cadeira de Pedro optaram por uma redacção diplomática, de forma a não encorajar o poder mundial do comunismo a tomar certas atitudes. Para além disso, deveria ser suficiente para todos os cristãos saberem isto: se estiver escrito que os oceanos inundarão totalmente várias áreas da terra e que, de um momento para o outro, pessoas morrerão, milhões delas, então de certeza que não se ansiará mais pela publicação deste segredo. Muitos só querem saber por curiosidade e por um gosto pelo sensacionalismo, mas esquecem-se que o conhecimento também significa responsabilidade. Assim apenas se esforçam por satisfazer a sua curiosidade. Isso é perigoso, ainda para mais se, simultaneamente, não estiverem dispostos a fazer nada, porque dizem que não se pode fazer nada contra o mal». Nesse momento, o Papa pegou num Terço e disse: «É este o remédio contra o mal.Rezai, rezai e não perguntem mais nada. Confiai tudo o resto à Mãe de Deus».

Pergunta: «Santo Padre, Vossa Santidade dá a comunhão na mão?»
Resposta do Santo Padre: «Existe uma carta apostólica que legitima a existência desta autorização especial. Eu pessoalmente digo que não sou a favor e que também não a posso recomendar. Mas como essa autorização especial existe aqui e corresponde ao desejo de cada bispo diocesano, submeti-me à realidade destas dioceses».

Pergunta: «O que acontecerá à Igreja?»
Resposta do Santo Padre: «Temos de nos preparar, muito em breve, para grandes provas, provas essas que podem exigir de nós o sacrifício da nossa própria vida e a entrega total a Cristo e por Cristo! Este momento pode ser atenuado através das vossas e das nossas orações, mas não pode mais ser evitado, porque só desta forma é que se concretizará a renovação efectiva da Igreja. Quantas vezes é que a renovação da Igreja proveio do sangue. Também desta vez não sucederá de forma diferente. Sejamos fortes, preparemo-nos e confiemos em Cristo e na Sua Mãe. Rezemos muito e com muita assiduidade o Terço».




Notas importantes:

A respeito das palavras de São João Paulo II sobre a terceira parte do Segredo de Fátima, parecem-nos relevantes as seguintes entradas.

1)    Entrevista feita à Irmã Lúcia em 1957 na qual a última vidente de Fátima fala do “castigo tremendo com o que Deus vai castigar o mundo” e da Rússia como instrumento desse castigo:

2)    As revelações à Beata Elena Aiello (1954-1961), alma vítima e estigmatizada, beatificada pelo Papa Bento XVI em 2011, cujo conteúdo vai na linha dos avisos feitos em Fátima sobre o castigo divino sobre a humanidade impenitente:

3)    As três mensagens que Nossa Senhora deu à humanidade em 1973, em Akita, no Japão, e que Joseph Ratzinger disse serem a continuação da Fátima:

4)    A mensagem que Nossa Senhora deu ao mundo por meio do P. Stefano Gobbi, na qual explica o significado do “Dragão Vermelho” do capítulo 12 do Livro do Apocalipse, que é o Comunismo marxista, em tanto que representa a suma de ensinamentos sobre o mundo, o homem e Deus (que não existe) que são diametralmente opostos aos de nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador:


A respeito das palavras de São João Paulo II sobre a grande prova da Igreja, parecem-nos relevantes as seguintes entradas.

1)    Catecismo da Igreja Católica, nos 675-677, sobre a “última prova da Igreja”:

2)    As revelações à Beata Ana Catarina Emmerich (1774-1824), alma víctima e estigmatizada, beatificada pelo Pp. São João Paulo II em 2004, sobre a última prova da Igreja:

3)    A Aparição de Nossa Senhora em La Salette, França, 1846, onde Nossa Senhora disse literalmente que “Roma perderá a fé e se converterá na sede do Anticristo”:

4)    Encíclica Humanum genus, do Pp. Leão XIII, 1884, sobre a Maçonaria:
2. «Eles estão a planear a destruição da santa Igreja publicamente e abertamente, e isso com o propósito estabelecido de despojar completamente as nações da Cristandade, se isso fosse possível, das bênçãos obtidas para nós através de Jesus Cristo nosso Salvador».
10. «Pois, daquilo que Nós acima mostramos da maneira mais clara, aquele que é o seu propósito último força-a a se tornar visível - especificamente, a completa derrubada de toda a ordem religiosa e política do mundo que o ensinamento Cristão produziu, e a substituição por um novo estado de coisas de acordo com as suas ideias, das quais as fundações e leis devem ser obtidas do mero naturalismo».
12. «E desde que é o dever especial e exclusivo da Igreja Católica estabelecer completamente em palavras as verdades divinamente recebidas, ensinar, além de outros auxílios divinos à salvação, a autoridade de seu ofício, e defender a mesma com perfeita pureza, é contra a Igreja que o ódio e o ataque dos inimigos é principalmente dirigido».

5)    As palavras do Venerável Arcebispo de Nova York, Fulton J. Sheen, sobre o nascimento da “contra-igreja” (1948):

6)    A mensagem de Nossa Senhora deu ao mundo por meio do P. Stefano Gobbi, na qual explica o significado da “Besta semelhante a um cordeiro” do capítulo 13 do Livro do Apocalipse, que é a obra da maçonaria infiltrada na Santa Igreja para destruí-la.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O Natal: festa cristã ou pagã?

Fonte: Borboletas ao Luar
Por Marian T. Horvat
Traduzido por Andrea Patricia


Um governador colonial puritano interrompe os folguedos das festividades natalinas (1883)
Nesta época do ano nós somos bombardeados com propaganda anticatólica questionando o abençoado dia do nascimento de Cristo como 25 de dezembro. Dizem-nos com arrogância que essa data era originalmente uma festa pagã. A Igreja Primitiva teria “escolhido” esta data para “Cristianizar” uma festa romana do sol. De acordo com essa teoria, a data do Natal foi estabelecida somente no século IV, quando nós temos a primeira evidência da Natividade sendo celebrada em Roma em 336. A conclusão: as origens do Natal são pagãs, e nós não sabemos realmente a data do nascimento do Salvador da humanidade.
Não nos deixemos ficar impressionados tão rapidamente com essas mentiras cujos objetivos são somente diminuir a homenagem que prestamos a Nosso Senhor Jesus Cristo e denegrir a Igreja Católica. De fato, o oposto é verdadeiro. A tese da origem pagã do Natal é que é um mito sem substância histórica.
Sem festival na Roma antiga em 25 de dezembro
A noção de que o Natal teve origem pagã começou a se espalhar no século XVII com os puritanos ingleses e os presbiterianos escoceses, que odiavam tudo o que era católico. Os puritanos odiavam tanto o Catolicismo que eles se revoltaram contra a chamada Igreja Anglicana porque, mesmo com suas heresias, eles a consideravam muito similar a Igreja Católica.
Eles tinham aversão a dias de festa e em particular, eles detestavam a festa do Natal com suas cerimônias, celebrações e costumes alegres. Como a Bíblia não deu data específica para o nascimento de Cristo, os puritanos argumentavam que isso era um artifício pecaminoso da Igreja Católica Romana que deveria ser abolido.
Mais tarde, pregadores protestantes, como o alemão Paul Ernst Jablonski tentaram demonstrar em obras pesudo-acadêmicas que 25 de dezembro era na realidade uma festa pagã romana, e que o Natal foi mais um exemplo de como a Igreja Católica medieval “paganizou" e corrompeu o "puro" cristianismo primitivo.(1)
Por volta da mesma época, o jesuíta Jean Hardouin com sua excêntrica teoria da falsificação universal que colocou em dúvida cada fonte histórica conhecida, de volta aos puritanos em sua teoria no Natal ter origens pagãs. Mas essa pesquisa foi largamente desacreditada dada suas afirmações absurdas. Por exemplo, ele afirmava que todos os Concílios da Igreja que aconteceram antes de Trento eram fictícios e quase todos os textos clássicos da Grécia e Roma Antigas eram falsos, feitos por monges no século XIII. Tais declarações são descaradamente absurdas, dados os incontáveis documentos originais demonstrando o oposto.
As duas principais reivindicações para o Natal ter origens pagãs asseveram que a Igreja primitiva escolheu 25 de Dezembro a fim de desviar os fiéis dos dias de festividade pagã romana. A primeira reivindicaçãoassevera que isso substituiu o antigo feriado da Saturnália, uma época de festas e estridentes danças e cantos acontecidos em dezembro em honra do deus pagão Saturno.
Agora, o festival da Saturnália sempre terminava o mais tardar em 23 de dezembro. Por que a Igreja Católica iria querer tirar a atenção dos seus fieis de uma celebração pagã, escolheriam uma data dois dias após a festa já ter terminado e quem quis já havia exagerado? Não faz sentido. Nenhum acadêmico sério acredita nessa alegação.
Natal estabelecido antes do festival pagão do sol

Aureliano instituiu o festival do sol para fortalecer um Império Romano moribundo
A segunda reivindicação é a de que a Igreja Católica estabeleceu o Natal em 25 de dezembro para substituir uma festa solar inventada pelo Imperador Aureliano em 274 d.C., o Dies Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto).
O fato de que o Natal entrou no calendário mundial (o calendário romano aceito) em 354 – que foi depois do estabelecimento do festival pagão – não significa necessariamente que a Igreja escolheu este dia para substituir o feriado pagão. Duas razões principais concordam com esta conclusão:
Primeira: deve-se simplesmente admitir que os cristãos primitivos começaram a celebrar o Natal apenas no século IV. Até o Édito de Milão ter sido publicado em 313, os católicos eram perseguidos e se encontravam nas catacumbas. Portanto, não havia festividade pública. Mas eles celebravam o Natal entre eles mesmos antes do Édito, como confirmam os hinos e preces dos primeiros cristãos (2).

Segunda: essa reivindicação é baseada em pressupostos falaciosos. Como o erudito Thomas Talley aponta em seu livro The Origins of the Liturgical Year [As Origens do Ano Litúrgico], o Imperador Aureliano inaugurou o festival do Nascimento do Sol Invicto tentando dar vida nova – renascer - um Império Romano moribundo. É muito mais provável, ele argumenta, que a ação do Imperador tenha sido uma resposta a crescente popularidade e força da religião Católica, que estava celebrando o Nascimento de Cristo em 25 de dezembro, e não o contrário. (3)
Não há evidência de que a celebração de Aureliano precedia a festa de Natal, e há mais razão para acreditar que estabelecer esse dia de festa – que nunca teve apoio popular e logo morreu – foi um esforço para dar um significado pagão a uma data que já era importante para os católicos romanos.
Datas baseadas nas Escrituras

A data da concepção de Isabel estabelece a base para saber o nascimento de Cristo
Mas vamos deixar o território de conjecturas e retornar os registros históricos. Há ampla evidência para demonstrar que, mesmo que a data do Natal não tenha se tornado oficial até 354, claramente ela foi estabelecida muito tempo antes de Aureliano ter instituído seu dia de festa pagã.
A concepção de São João Batista é a âncora histórica para saber a data do Natal, baseada em cálculos detalhados e cuidadosos de datas feitos pelos primeiros Pais da Igreja.
O antigo tractatus De solstitiia registra a tradição do Arcanjo Gabriel aparecendo a Zacarias no Templo quando ele estava servindo como sumo sacerdote no Dia da Expiação (Lc 1,8). Isso situa a concepção de São João Baptista durante a Festa dos Tabernáculos no fim de setembro, como disse o Arcanjo Gabriel (Lc 1,28) e seu nascimento nove meses mais tarde no momento do solstício de verão. (4)

Como o Evangelho de Lucas afirma que o Arcanjo Gabriel apareceu a Virgem Maria no sexto mês após a concepção de João (Lc 1,26), isso situa a concepção de Cristo no equinócio de primavera, ou seja, no momento da Páscoa Judaica, no fim de março. Seu nascimento seria assim no fim de dezembro no momento do solstício de inverno.

Que estas datas, baseadas na Tradição e na Escritura, são confiáveis é confirmado por recente evidência tirada dos Manuscritos do Mar Morto, cujos autores estavam bastante preocupados com datas de calendários, essenciais para estabelecer quando deveriam celebradas as festas da Torah. A data encontrada nos Manuscritos torna possível saber os serviços rotativos dos sacerdotes no Templo nos tempos do Antigo Testamento e mostram definitivamente que Zacarias serviu como sacerdote do Templo em setembro, confirmando assim a tradição da Igreja Primitiva. (5)

A Igreja Católica determinou 25 de março como a data da concepção de Nosso Senhor muito antes de Aureliano decidir fazer sua festa solar. Por exemplo, por volta de 221 d.C, Sexto Julio Africano escreveu aChronographiai na qual ele afirma que a Anunciação foi em 25 de março. (6) Uma vez que a data da Encarnação estava estabelecida, era uma simples questão de adicionar nove meses para chegar a data do nascimento de Nosso Senhor: 25 de dezembro. Essa data não seria oficial até o fim do quarto século, mas ela foi estabelecida muito tempo antes de Aureliano ou Constantino. Ela não tinha nada que ver com festivais pagãos.

Nós podemos estar certos de que os primeiros apologistas católicos e Pais da Igreja, que viveram próximos do tempo dos Apóstolos, estavam totalmente cientes das datas associadas com o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Todos eles tinham fontes de calendários em mãos e eles não permitiriam que qualquer inverdade fosse introduzida na liturgia católica. A data do nascimento de Cristo foi transmitida por eles como sendo 25 de dezembro, um domingo.

Discursando sobre o verso de Lucas 2,7, Pe. Cornélio a Lápide comenta sobre a arquitetura dessa escolha: “Cristo nasceu no domingo, porque esse foi o primeiro dia do mundo.… Cristo nasceu numa noite de domingo, em ordem com Suas maravilhas, então no dia em que Ele disse Haja luz, e houve luz, foi o mesmo dia em que, à noite, a luz brilhou na escuridão para os de coração justo, isto é, o sol da justiça, Cristo o Senhor.” 
(7)

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Notas:

1.       1. Thomas Talley, The Origins of the Liturgical Year, Collegeville, MN: Liturgical Press, 1991), p. 88.
2.       2. Daniel-Rops, Prières des Premiers Chrétiens, Paris: Fayard, 1952, pp. 125-127, 228-229
3.       3. Talley, The Origins of the Liturgical Year, pp. 88-91.
4.      4. O folheto é intitulado 'De solstitiia et aequinoctia conceptionis et nativitatis domini nostri iesu Christi et iohannis baptista,' in Ibid., p. 93-94. Talley também fornece outros documentos históricos de escritores da Igreja primitiva mostrando que as datas da Concepção e Morte de Nosso Senhor foram estabelecidas bastante cedo.
5.    5. Shemaryahu Talmon, Professor Emérito da Universidade Hebraica de Jerusalém e máximo estudioso dos Manuscritos, publicou um estudo aprofundado sobre os serviços rotativos dos sacerdotes no Templo em 1958 e os manuscritos de Qumran para ver as atribuições durante os tempos do Novo Testamento. Martin K Barrack, “It Comes from Pagans,” Second Exodus online.
6.      6. Ibid.
7.     7. Cornelius a Lapide, Commentaria in Scripturam Sanctam, Paris: Vives 1877, Lucas 2,7, vol 16, p. 57.