Milagre o Testemunho da Verdade

sábado, 17 de dezembro de 2016

CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA

(Jo 9, 1-41)

"1 Ao passar, ele viu um homem, cego de nascença. 2 Seus discípulos lhe perguntaram: 'Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?' 3 Jesus respondeu: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas é para que nele sejam manifestadas as obras de Deus. 4 Enquanto é dia, temos de realizar as obras daquele que me enviou; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo'. 6 Tendo dito isso, cuspiu na terra, fez lama com a saliva, aplicou-a sobre os olhos do cego 7 e lhe disse: 'Vai lavar-te na piscina de Siloé - que quer dizer 'Enviado'. O cego foi, lavou-se e voltou vendo. 8 Os vizinhos, então, e os que estavam acostumados a vê-lo antes, porque era mendigo, diziam: 'Não é esse que ficava sentado a mendigar?' 9 Alguns diziam: 'É ele'. Diziam outros: 'Não, mas alguém parecido com ele'. Ele, porém, dizia: 'Sou eu mesmo'. 10 Perguntaram-lhe, então: 'Como se abriram os teus olhos?' 11 Respondeu: 'o homem chamado Jesus fez lama, aplicou-a nos meus olhos e me disse: 'Vai a Siloé e lava-te'. Fui, lavei-me e recobrei a vista'. 12 Disseram-lhe: 'Onde está ele?' Disse: 'Não sei'. 13 Conduziram o que fora cego aos fariseus. 14 Ora, era sábado o dia em que Jesus fizera lama e lhe abrira os olhos. 15 Os fariseus perguntaram-lhe novamente como tinha recobrado a vista. Respondeu-lhes: 'Ele aplicou-me lama nos olhos, lavei-me e vejo'. 16 Diziam, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado'. Outros diziam: 'Como pode um homem pecador realizar tais sinais?' E havia cisão entre eles. 17 De novo disseram ao cego: 'Que dizes de quem te abriu os olhos?' Respondeu: 'É um profeta'. 18 Os judeus não creram que ele fora cego enquanto não chamaram os pais do que recuperara a vista 19 e perguntaram-lhes: 'Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que agora ele vê?' 20 Seus pais então responderam: 'sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. 21 Mas como agora ele vê não o sabemos; ou quem lhe abriu os olhos não o sabemos. Interrogai-o. Ele tem idade. Ele mesmo se explicará'. 22 Seus pais assim disseram por medo dos judeus, pois os judeus já tinham combinado que, se alguém reconhecesse Jesus como Cristo, seria expulso da sinagoga. 23 Por isso, seus pais disseram. 'Ele já tem idade; interrogai-o'. 24 Chamaram, então, uma segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: ' Dá glória a Deus! Sabemos que esse homem é pecador'. 25 Respondeu ele: 'Se é pecador, não sei. Uma coisa eu sei: é que eu era cego e agora vejo'. 26Disseram-lhe, então: 'Que te fez ele? Como te abriu os olhos?' 27 Respondeu-lhes: 'Já vos disse e não ouvistes. Por que quereis ouvir novamente? Por acaso quereis também tornar-vos seus discípulos?' 28 Injuriaram-no e disseram: 'Tu, sim, és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. 29 Sabemos que Deus falou a Moisés; mas esse, não sabemos de onde é'. 30 Respondeu-lhes o homem: 'Isso é espantoso: vós não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu-me os olhos! 31 Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas se alguém é religioso e faz a sua vontade, a este ele escuta. 32 Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. 33 Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer'. 34 Responderam-lhe: 'Tu nasceste todo no pecado e nos ensinas?' E o expulsaram. 35 Jesus ouvir dizer que o haviam expulsado. Encontrando-o, disse-lhe: 'Crês no filho do Homem?' 36 Respondeu ele: 'Quem é, Senhor, para que eu nele creia?' 37 Jesus lhe disse: 'Tu o estás vendo, é quem fala contigo'. 38 Exclamou ele: 'Creio, Senhor!' E prostrou-se diante dele. 39Então disse Jesus: 'Para um discernimento é que vim a este mundo: para que os que não vêem, vejam, e os que vêem, tornem-se cegos'. 40 Alguns fariseus, que se achavam com ele, ouviram isso e lhe disseram: 'Acaso também nós somos cegos?' 41Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: 'Nós vemos!' Vosso pecado permanece".


 

Em Jo 9, 1-3 diz: "Ao passar, ele viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: 'Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas é para que nele sejam manifestadas as obras de Deus".
Nosso Senhor Jesus Cristo passava por uma rua de Jerusalém e viu um homem cego de nascença: "Este homem devia ser ainda jovem, segundo parece pelo tom do relato, e devia de se encontrar num lugar frequentado da cidade, talvez numa das portas exteriores do Templo, e pedia esmola aos transeuntes" (Pe. Francisco Fernández-Carvajal).
Cristo Jesus não passa com indiferente diante daqueles que necessitam de seu apoio: "... ele viu um homem, cego de nascença".
São João Crisóstomo escreve: "Jesus curou o cego ao sair do Templo, porque os judeus não haviam compreendido a sublimidade de suas palavras, querendo... aplacar o furor e abrandar a dureza deles por meio de um milagre. Dava desta maneira testemunho do que se havia dito d'Ele: 'E ao passar Jesus, viu um homem cego de nascimento', etc. Devemos notar aqui, que a primeira ação que faz ao sair do Templo é a obra que devia manifestá-lo ante os homens, porque foi Ele quem viu o cego, não se aproximou d'Ele o cego. E com cuidado o olhou, que ao notar, seus discípulos lhe perguntaram: 'Mestre, quem pecou?', etc" (In Joan. Hom 55).    
 O olhar bondoso do Senhor, que talvez se deteve também, motivou a pergunta dos discípulos: "Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?"
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal escreve: "Dão como suposto, seguindo o preconceito popular, que a doença tinha a sua origem no pecado. Por curiosidade, queriam saber se o mal foi cometido pelos pais ou pelo filho".
Esta crença estava muito arraigada no povo. E era favorecida por algumas passagens do Antigo Testamento que falam de prêmios para o justo e de castigos para os pecadores, e que geralmente eram entendidas num plano humano e terreno. Alguns rabinos falavam inclusive de uma responsabilidade pré-natal. No livro de Jó, porém, ensina-se que os males temporais não são sempre castigo. Isso é o que dirá o Senhor; inclusive podem ser motivo para que se glorifique a Deus. Assim acontecerá também com a morte de Lázaro, cuja doença não é de morte, mas para glória de Deus (Jo 11, 4); muitos dos judeus que tinham vindo à casa de Maria e viram o que tinha feito, acreditaram nele (Jo 11, 45). Os males entram a fazer parte do plano salvador de Deus. Jesus venceu a dor, a doença, a privação: não os suprimindo do mundo, mas transformando-os em instrumento de salvação.
São Josemaría Escrivá comenta sobre a pergunta que os discípulos fizeram a Nosso Senhor: "Jesus passa e apercebe-se imediatamente da dor. Considerai, em contrapartida, que diferente eram os pensamentos dos discípulos. Perguntam-lhe: Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego? Não deve causar-nos estranheza que muitos, mesmo pessoas que se têm por cristãs, se comportem de forma parecida. Antes de mais nada, pensam o mal. Sem prova alguma, pressupõem-no. E não só o pensam, como até se atrevem a exprimi-lo num juízo arriscado diante de toda a gente. A conduta dos discípulos poderia, com um pouco de benevolência, ser considerada superficial. Naquela sociedade - como hoje: nisto pouco se mudou - havia outros, os fariseus, que faziam dessa atitude uma norma" (Cristo que passa, n° 67), e: "A pergunta dos discípulos faz-se eco das opiniões dos judeus sobre a causa da doença e das desgraças em geral: consideravam-se castigo dos pecados pessoais (cfr Jo 4, 7-8; 2 Mc 7, 18), ou das faltas dos pais, que recaiam  sobre os filhos (cfr Tb 3, 3)" (Edições Theologica).
Jesus Cristo disse aos discípulos: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas é para que nele sejam manifestadas as obras de Deus".
Santo Agostinho escreve: "A palavra Rabí quer dizer Mestre. Eles lhe chamam Mestre, porque o que queriam era aprender, e por isto haviam proposto uma questão ao Senhor, como a seu mestre" ( In Joanem Tract. 44), e: "Eles chegaram a fazer essa pergunta porque em outra ocasião, depois de haver curado o paralítico, lhe havia dito (Jo 5, 14): 'Veja que estás curado, não peques mais'. Eles, pois, pensando que aquele paralítico havia perdido as forças de seus membros, causa de seus pecados, lhe perguntam, agora, se este havia pecado, o qual não era de crer, posto que era cego de nascimento. Ou se haviam pecado seus pais, mas nem ainda este, porque o filho não sofre o castigo que só é devido ao pai. 'Respondeu Jesus: Nem este pecou, nem seus pais" (São João Crisóstomo, Ut supra), e também:  "Acaso havia ele nascido isento da culpa original, ou durante a vida não havia cometido nenhuma? Haviam pecado ele e seus pais, mas não havia nascido cego por castigo de seus pecados. O mesmo Salvador diz a causa pelo qual havia nascido cego: 'A fim de que as obras de Deus se manifestam nele" (Santo Agostinho, Ut supra), e ainda: "Não quer dizer com isso que outros nasceram cegos por causa dos pecados de seus pais, pois não sucede que um homem seja castigado pelo pecado que outro cometera. As palavras 'para que as obras de Deus se manifestem' não se referem à glória de seu Pai, senão à sua própria; pois a glória do Pai se havia manifestado. Mas, acaso este padecia injustamente sua cegueira? Eu entendo que para ele foi um benefício, porque ele viu com os olhos da alma. É evidente que Aquele que lhe havia dado o ser, tirando-o do nada, tinha também poder para deixá-lo assim sem nenhum gênero de injustiça. Segundo alguns expositores, a partícula UT não significa aqui a causa, senão o efeito, o mesmo que naquela outra passagem: Lex subintravit ut abundaret delictum, no sentido de que o Senhor, abrindo os olhos fechados e curando outras enfermidades do corpo, fez brilhar sua glória pela manifestação de seu poder" (São João Crisóstomo, Ut supra), e:  "Há um castigo que fere o pecador de tal sorte, que não há possibilidade de retratação; há outro que o fere para corrigi-lo. Outro há que se aplica, não para castigo das culpas passadas, senão para prevenir as vindouras; outro, que nem castiga as culpas passadas nem previnem as vindouras, senão que se aplica para fazer amar mais ardentemente o poder formoso do Salvador" (São Gregório, Moralium praef. c. 5).
Edições Theologica comenta: "Sabemos pela Revelação (cfr Gn 3, 16-19; Rm 5, 12; etc.) que a origem de todas as desgraças que afligem a humanidade é o pecado: o pecado original e os sucessivos pecados pessoais. Não obstante, isto não quer dizer que cada desgraça ou doença tenha a sua causa imediata num pecado pessoal, como se Deus enviasse ou permitisse os males em relação direta com cada pecado cometido. A dor, que acompanha tantas vezes a vida do justo, pode ser um meio que Deus lhe envia para se purificar das suas imperfeições, para exercitar e robustecer as suas virtudes e para se unir aos padecimentos de Cristo Redentor que, sendo inocente, levou sobre Si o castigo que mereciam os nossos pecados (cfr Is 53, 4; 1 Pd 2, 24; 1 Jo 3, 5). Neste sentido, a Santíssima Virgem, São José e todos os santos experimentaram intensamente a dor como participação no sofrimento redentor de Cristo", e: "Nem sempre os males e enfermidades da vida são castigos do pecado. Muitas vezes são para nós um motivo de merecimento e de maior glória para Deus. Tal foi o caso da Santíssima Virgem, de Jó, Tobias e muitos outros" (Dom Duarte Leopoldo).
Em Jo 9, 4-5 diz: "Enquanto é dia, temos de realizar as obras daquele que me enviou; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo".
Jesus fez então uma referência ao pouco tempo que estaria na terra. A morte avizinha-se: "Enquanto é dia, temos de realizar as obras daquele que me enviou; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar". O dia refere-se à vida terrena de Jesus. Daqui a urgência que a Si mesmo se impõe de realizar acabadamente a vontade do Pai antes que chegue a morte, que compara com a noite. "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". É também a luz para aquele pobre cego que, sem petição alguma, vai curar.
Dom Duarte Leopoldo escreve: "Enquanto é dia... isto é, enquanto estou no mundo, de modo visível", e: "O 'dia' refere-se à vida terrena de Jesus. Daqui a urgência que a Si mesmo se impõe de realizar a Vontade do Pai antes que chegue a Sua morte, que compara com a noite. Também se pode entender que a noite se refere ao fim deste mundo; neste sentido o passo significa que a Redenção dos homens realizada por Cristo deve ser continuada pela Igreja ao longo dos tempos, e que também os cristãos devem esforçar-se por estender o Reino de Deus... Jesus proclama-Se a Luz do mundo porque a Sua vida entre os homens nos deu o sentido último do mundo, da vida de cada homem e da humanidade inteira. Sem Jesus toda a criatura está às escuras, não encontra o sentido do seu ser, nem sabe aonde vai" (Edições Theologica), e também: "Sois luz eterna, luz de sabedoria que, falando através da nuvem da carne, dizeis aos homens: 'Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda em trevas, mas terá a luz da vida" (Santo Agostinho, Em Jo 34), e ainda:  "E como Ele havia dito, falando de si mesmo: 'Para que as obras de Deus se manifestem', e: 'É necessário que eu realize as obras d'Aquele que me enviou'; é dizer, é necessário que eu me manifeste a mim mesmo... fazendo as mesmas obras que meu Pai" (São João Crisóstomo, Ut supra), e: "O Filho, afirmando que faz as obras de seu Pai, manifesta assim que suas obras são as mesmas que as de seu Pai, e como curar aos enfermos, fortalecer aos débeis e iluminar aos homens"(São Beda), e também: "Pelas palavras: 'Aquele que me enviou', dá toda a glória Àquele de quem procede, porque o Pai tem um Filho que é seu, enquanto que Ele mesmo não procede de alguém" (Santo Agostinho, Ut supra), e ainda:             "Prossegue o texto sagrado: 'enquanto é de dia', é dizer, enquanto é permitido aos homens crer em mim, ou enquanto dure esta vida, ' convém que eu realize'. E isto mesmo dá a entender nas seguintes palavras: 'Virá a noite quando ninguém poderá realizar'. Disse noite, segunda as palavras de São Mateus 22, 13: 'Lançai-o nas trevas exteriores'. Ali será noite em que ninguém poderá realizar, senão receber a recompensa de suas obras. Se há de fazer alguma coisa, faça enquanto dura a vida, pois concluída esta, não haverá já nem fé, nem trabalhos, nem arrependimento" (São João Crisóstomo, Ut supra), e: "Se nós trabalhamos durante esta vida, este é o dia, este é Cristo. Por isso diz: 'Enquanto estou no mundo'. Eis que Ele é o dia mesmo. Este dia, que acaba com uma volta do sol, tem poucas horas. O dia da presença de Cristo dura até a consumação dos séculos; porque Ele mesmo o disse (Mt 28, 20): 'Eis que estarei com vocês até a consumação dos séculos" (Santo Agostinho, Ut supra).
Em Jo 9, 6-7 diz: "Tendo dito isso, cuspiu na terra, fez lama com a saliva, aplicou-a sobre os olhos do cego e lhe disse: 'Vai lavar-te na piscina de Siloé - que quer dizer 'Enviado'. O cego foi, lavou-se e voltou vendo".
A piscina de Siloé era um tanque construído pelo rei Ezequias no século VII a. C. para o abastecimento de água de Jerusalém (cfr. 2 Rs 20, 20; 2 Cr 32, 30). Uma tradição constante assinala de maneira certa o lugar da sua colocação.
O tanque é um recipiente quadrangular; mede uns vinte e quatro metros de cumprimento por cinco de largura e cinco de profundidade. A água chega por um canal subterrâneo, talhado na rocha, de uns 530 metros de longitude. Este túnel foi descoberto em 1886. As águas da piscina tinham noutro tempo fama de ser doces e curativas.
O nome de Siloé, Shiloah, propriamente é ativo, o que envia, e chamou-se assim primeiramente ao canal subterrâneo que construiu Ezequias (721-693 a. C.). Através dele ia a água desde a fonte Gihon, hoje fonte da Virgem. Mais tarde deu-se o nome também à piscina.
Depois do cativeiro de Babilônia, talvez nos dias de Herodes, foi construído sobre a piscina um templete, cujo teto era formado por largas lousas. No século V da nossa era, erigiu-se no mesmo sitio uma basílica dedicada a Cristo Luz do mundo, em memória deste milagre. Foi descoberto nas escavações realizadas em 1886. Achou-se uma igreja de três naves, que foi restaurada pelo imperador Justiniano. Foi destruída pelos persas e não voltou a ser reconstruída.
Dom Duarte Leopoldo comenta: "A piscina de Siloé é um símbolo do Sacramento da Penitência, onde os pecadores se lavam das suas culpas nas lágrimas do arrependimento. Fonte de luz e de vida, Jesus, o Enviado, é a verdadeira fonte de Siloé. - Evidentemente nem este pouco de barro, nem as águas de Siloé podiam curar um cego de nascimento. Era, pois, criminosa cegueira a obstinação dos que não queriam reconhecer o milagre e, portanto, a divindade de Jesus. É, de fato, extraordinário, este novo remédio contra a cegueira. Simples e fácil, nós o recomendamos aos médicos materialistas".
Edições Theologica comenta: "A cura realiza-se em duas etapas: a ação de Jesus sobre os olhos do cego e o mandato de se lavar na piscina de Siloé. Nosso Senhor tinha utilizado também a saliva para curar o surdo-mudo (cfr. Mc 7, 33) e um cego (cfr. Mc 8, 33).O mandato que o Senhor dá ao cego evoca o milagre de Naaman, general  sírio que foi curado da sua lepra quando, por indicação do próprio Eliseu, se lavou sete vezes nas águas do Jordão (cfr. 2 Rs 5, 1ss.). Aquele tinha titubeado antes de obedecer; o cego, pelo contrário, obedece com prontidão e sem replicar", e: "Que belo exemplo de firmeza na fé nos dá este cego! Uma fé viva, operativa. É assim que te comportas com os mandatos de Deus, quando muitas vezes estás cego, quando nas preocupações da tua alma se oculta a luz? Que poder continha a água, para que os olhos ficassem curados ao serem umedecidos? Teria sido mais adequado um colírio desconhecido, um medicamento precioso preparado no laboratório dum sábio alquimista. Mas aquele homem crê, põe em prática o que Deus lhe ordena e volta com os olhos cheiros de claridade" (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n° 193), e também:"Alguns opinam que esta lama não caiu, senão que se converteu em olhos" (Teofilacto), e ainda: "O gênero humano está representado neste cego, e esta vem pelo pecado do primeiro homem, de quem todos descendemos. É, pois, um cego de nascimento. O Senhor cuspiu na terra e com a saliva fez lama, 'porque o Verbo se fez carne' (Jo 1, 14). Colocou a lama nos olhos do cego de nascimento. Teria posto a lama e ainda não enxergava, porque quando a colocou, possivelmente o fez catecúmeno. O enviou à piscina que se chama Siloé, porque foi batizado em Cristo, e foi então quando o iluminou. Tocava ao Evangelista o dar-nos a conhecer o nome  desta piscina, e por isso disse: 'Que quer dizer Enviado', porque se Aquele não houvesse sido enviado, ninguém de nós haveria sido absolvido do pecado" (Santo Agostinho, Ut supra), e: "A saliva significa o sabor da contemplação íntima, a qual baixa desde a cabeça à boca, porque desde a altura da glória é de onde vem Deus a nós pelas doçuras da revelação, enquanto estamos nesta vida. O Senhor misturou sua saliva com a terra e devolveu assim a vista ao cego de nascença; porque misturando a contemplação de sua verdade com nosso pensamento, é como a graça sobrenatural que irradia em nós. E curando o homem de sua natural cegueira, ilumina sua inteligência" (São Gergório, Moralium 8, 21).
Em Jo 9, 8-34 diz: "Os vizinhos, então, e os que estavam acostumados a vê-lo antes, porque era mendigo, diziam: 'Não é esse que ficava sentado a mendigar?' Alguns diziam: 'É ele'. Diziam outros: 'Não, mas alguém parecido com ele'. Ele, porém, dizia: 'Sou eu mesmo'. Perguntaram-lhe, então: 'Como se abriram os teus olhos?' Respondeu: 'o homem chamado Jesus fez lama, aplicou-a nos meus olhos e me disse: 'Vai a Siloé e lava-te'. Fui, lavei-me e recobrei a vista'. Disseram-lhe: 'Onde está ele?' Disse: 'Não sei'. Conduziram o que fora cego aos fariseus.  Ora, era sábado o dia em que Jesus fizera lama e lhe abrira os olhos.  Os fariseus perguntaram-lhe novamente como tinha recobrado a vista. Respondeu-lhes: 'Ele aplicou-me lama nos olhos, lavei-me e vejo'. Diziam, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado'. Outros diziam: 'Como pode um homem pecador realizar tais sinais?' E havia cisão entre eles. De novo disseram ao cego: 'Que dizes de quem te abriu os olhos?' Respondeu: 'É um profeta'. Os judeus não creram que ele fora cego enquanto não chamaram os pais do que recuperara a vista e perguntaram-lhes: 'Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que agora ele vê?' Seus pais então responderam: 'sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. Mas como agora ele vê não o sabemos; ou quem lhe abriu os olhos não o sabemos. Interrogai-o. Ele tem idade. Ele mesmo se explicará'. Seus pais assim disseram por medo dos judeus, pois os judeus já tinham combinado que, se alguém reconhecesse Jesus como Cristo, seria expulso da sinagoga. Por isso, seus pais disseram. 'Ele já tem idade; interrogai-o'. Chamaram, então, uma segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: ' Dá glória a Deus! Sabemos que esse homem é pecador'. Respondeu ele: 'Se é pecador, não sei. Uma coisa eu sei: é que eu era cego e agora vejo'. Disseram-lhe, então: 'Que te fez ele? Como te abriu os olhos?' Respondeu-lhes: 'Já vos disse e não ouvistes. Por que quereis ouvir novamente? Por acaso quereis também tornar-vos seus discípulos?' Injuriaram-no e disseram: 'Tu, sim, és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas esse, não sabemos de onde é'. Respondeu-lhes o homem: 'Isso é espantoso: vós não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas se alguém é religioso e faz a sua vontade, a este ele escuta. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer'. Responderam-lhe: 'Tu nasceste todo no pecado e nos ensinas?' E o expulsaram".
Depois de narrar o milagre, o Evangelho refere às dúvidas dos vizinhos e conhecidos do cego (vv. 8-12) e a investigação que fazem os fariseus: interrogatório ao cego curado (vv. 13-17), aos seus pais (vv. 18-23) e de novo ao cego, a quem terminam condenando e expulsando-o da sua presença (vv. 24-34). O passo contém tal precisão de pormenores que manifesta claramente a espontaneidade de uma testemunha que presenciou e viveu o acontecimento.
Os Santos Padres e Doutores da Igreja viram simbolizado neste milagre o sacramento do batismo, no qual, por meio da água, a alma fica limpa e recebe a luz da fé: "Envia-o à piscina, que se chama de Siloé, para que se lave e para que seja iluminado, isto é, para que seja batizado e receba no batismo a iluminação plena" (Santo Tomás de Aquino, Comentário sobre São João, ad loc.).
Edições Theologica comenta: "O episódio reflete, por outro lado, as diversas posições diante do Senhor e dos Seus milagres. O cego, de coração simples, crê em Jesus como enviado, profeta (vv. 17. 33) e Filho de Deus (vv. 17. 33. 38). Os fariseus, pelo contrário, obstinam-se em não querer ver nem crer, inclusivamente perante a evidência dos fatos (vv. 24-34). Neste milagre, Jesus revela-Se de novo como luz do mundo. Comprova-se a afirmação do Prólogo: 'Era a luz verdadeira que ilumina todo o homem, que vem a este mundo' (1, 9). Não só dá a luz aos olhos do cego, mas ilumina-o interiormente levando-o a um ato de fé na Sua divindade (v. 38). Ao mesmo tempo fica patente o drama profundo daqueles que se obcecam na sua cegueira, tal como o tinha anunciado no diálogo com Nicodemos: 'Veio a luz ao mundo e os homens amaram mais as trevas que a luz, já que as suas obras eram más' (Jo 3, 19)".
Era sábado o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo abrira os olhos do cego:"Ora, era sábado o dia em que Jesus fizera lama e lhe abrira os olhos. Os fariseus perguntaram-lhe novamente como tinha recobrado a vista. Respondeu-lhes: 'Ele aplicou-me lama nos olhos, lavei-me e vejo'. Diziam, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado'. Outros diziam: 'Como pode um homem pecador realizar tais sinais?' E havia cisão entre eles".
Dom Duarte Leopoldo escreve: "Os fariseus reconhecem o milagre, não podem contestar o fato. Mas, desviando a questão, insultam a quem o tinha praticado - processo, aliás, muito do gosto de certos inimigos da Igreja", e: "Os fariseus aduzem a mesma acusação que na cura do paralítico da piscina (Jo 5, 10) e que noutras ocasiões: Jesus é um transgressor da Lei porque não guarda o sábado ao curar os doentes (cfr. Lc 13, 16; 14, 5). Cristo tinha ensinado muitas vezes que a observância do descanso sabático (cfr Ex 20, 8. 11; 21, 13; Dt 5, 14) não se opõe à obrigação de fazer o bem (cfr. Mt 12, 3-8; Mc 2, 28; Lc 6, 5). Por cima de todos os preceitos está a caridade, o bem dos homens. Pelo contrário, quando a norma se antepõe de maneira cega às obrigações evidentes de justiça e de caridade, cai-se no fanatismo, que sempre se opõe ao Evangelho, e mesmo à reta razão. É o que acontece com os fariseus neste caso: fecham-se nas suas idéias até ao ponto de não quererem ver a mão de Deus num fato que mostra de modo razoável que só pode ser realizado pelo poder divino. O dilema que se lhes põe sobre Jesus - se é um homem de Deus pelos milagres que faz, ou um pecador por não observar o sábado (cfr Mc 3, 23-30) - só é possível dentro de uma mentalidade completamente dominada pelo fanatismo religioso. A interpretação errada do cumprimento de alguns preceitos tinha-os levado a não compreender o essencial da Lei: o amor a Deus e o amor ao próximo. Os fariseus, para não aceitarem a divindade de Jesus, rejeitam a única interpretação correta do milagre. O cego, pelo contrário - como as almas abertas sem preconceito à verdade -, encontra no milagre um apoio firme para confessar que Cristo opera com poder divino (Jo 9, 33)"(Edições Theologica).
Os fariseus chamam o homem que fora curado por Cristo Jesus: "Chamaram, então, uma segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: 'Dá glória a Deus! Sabemos que esse homem é pecador".
Dom Duarte Leopoldo escreve: "Dá glória a Deus... É uma locução hebraica que significa - confessa a verdade, para glória de Deus", e: "Dá glória a Deus': Solene declaração, a modo de juramento, com que se exortava a dizer a verdade. Não obstante, os fariseus não buscavam a verdade, mas intimidar o cego para que se desdissesse do confessado. Agora forçam a sua consciência advertindo-o: 'Nós sabemos que esse homem é pecador"(Edições Theologica), e também: "Que pretendem ao dizer: Dá glória a Deus? Que negue o benefício recebido. Isto não é certamente dar glória a Deus, mas antes blasfemar contra Deus" (Santo Agostinho, In Ioann. Evang. 44, 11).
Todo o interrogatório mostra que o milagre foi tão patente que nem sequer os adversários puderam negá-lo: "Respondeu ele: 'Se é pecador, não sei. Uma coisa eu sei: é que eu era cego e agora vejo'. Disseram-lhe, então: 'Que te fez ele? Como te abriu os olhos?' Respondeu-lhes: 'Já vos disse e não ouvistes. Por que quereis ouvir novamente? Por acaso quereis também tornar-vos seus discípulos?' Injuriaram-no e disseram: 'Tu, sim, és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas esse, não sabemos de onde é'. Respondeu-lhes o homem: 'Isso é espantoso: vós não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas. Se alguém é religioso e faz a sua vontade, a este ele escuta. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer'.  Responderam-lhe: 'Tu nasceste todo no pecado e nos ensinas?' E o expulsaram".
"Sabemos que Deus não ouve os pecadores..."
Dom Duarte Leopoldo comenta: "Pouco instruído, ainda que inteligente, não dizia este homem uma verdade, porque o pecador arrependido é sempre ouvido, quando pede o perdão das suas culpas. Entretanto, as suas palavras são verdadeiras no sentido de que Deus não pode confirmar com um milagre a mentira e a hipocrisia. Se Jesus fosse um pecador, um homem mau, não lhe teria aberto os olhos de modo tão prodigioso. Que esta era a sua intenção, ao proferir aquelas palavras, prova-o a continuação do texto".
Nosso Senhor durante o Seu ministério público fez muitos milagres, manifestando assim a Sua onipotência sobre todas as coisas ou, o que é o mesmo, a Sua divindade. Perante a atitude racionalista que não aceita, por um falso princípio filosófico, a intervenção sobrenatural de Deus neste mundo e, portanto, a possibilidade do milagre, o Magistério da Igreja ensinou sempre a existência e o valor dos milagres: "Quis Deus que aos auxílios internos do Espírito Santo se juntassem argumentos externos da Sua Revelação, a saber, fatos divinos e, antes de mais, os milagres e as profecias que, mostrando luminosamente a onipotência e a ciência infinita de Deus, são sinais certíssimos da Revelação divina e acomodados à inteligência de todos... Se alguém disser que não se pode dar nenhum milagre e que portanto todas as narrações sobre eles, mesmo as contidas na Sagrada Escritura, há que relegá-las entre as fábulas ou os mitos, ou que os milagres não podem nunca ser conhecidos com certeza e que com eles não se prova legitimamente a origem divina da religião cristã, seja anátema" (Dei Filius, cap. 3 e can. 4).
"Sabemos que Deus falou a Moisés; mas esse, não sabemos de onde é".
São Josemaría Escrivá escreve: "O pecado dos fariseus não consistia em não verem Deus em Cristo, mas em encerrarem-se voluntariamente em si mesmos, em não tolerarem que Jesus, que é luz, lhes abrisse os olhos" (Cristo que passa, n° 71), e: "O fato miraculoso é igualmente válido para todos, mas a contumácia daqueles fariseus não se rende diante da significação do fato, nem sequer depois das averiguações realizadas com os pais e o próprio cego... Em todo este episódio, assim como há um processo de aprofundamento na fé por parte do cego, que começa a reconhecer Jesus como Profeta (v. 17) e culmina na confissão da Sua divindade (v. 35), há também um processo contrário de obstinação naqueles judeus: desde a dúvida (v. 16), passando pela afirmação blasfema de que Jesus é um pecador (v. 24), até terminar por expulsarem o mendigo (v. 34). É preciso que os homens estejam atentos a esse grande inimigo, a soberba, que cega os olhos e impede de ver até o mais evidente" (Edições Theologica).
"Responderam-lhe: 'Tu nasceste todo no pecado e nos ensinas?' E o expulsaram".
Depois do exílio de Babilônia (século VI a. C.) existia entre os judeus o costume de expulsar da sinagoga aqueles que cometiam certos delitos: "Fazia-se de duas formas: a exclusão temporária durante 30 dias como medida disciplinar, e a exclusão definitiva, que se poria em prática com frequência contra os judeus que se convertessem ao cristianismo. Aqui parece que se refere a esta expulsão definitiva, tal como o tinham combinado (v. 22), e pode comprovar-se por outros dados do Evangelho (cfr. 12, 42; 16, 2; Lc 6, 22)" (Edições Theologica), e: "Na verdade, expulsá-lo era mais fácil do que responder aos seus argumentos. - Diz a Tradição que este cego foi mais tarde o bispo Sidônio, coadjutor de São Maximino, na Provença, para onde veio em companhia de Lázaro, Marta e Maria" (Dom Duarte Leopoldo).
 Nosso Senhor Jesus Cristo encontra o homem que Ele havia curado: "Jesus ouviu dizer que o haviam expulsado. Encontrando-o, disse-lhe: 'Crês no filho do Homem?' Respondeu ele: 'Quem é, Senhor, para que eu nele creia?' Jesus lhe disse: 'Tu o estás vendo, é quem fala contigo'. Exclamou ele: 'Creio, Senhor!' E prostrou-se diante dele".
Edições Theologica comenta: "Não parece casual este encontro com Jesus. Os fariseus expulsaram da sinagoga o cego curado; mas o Senhor, além de o acolher, ajuda-o a fazer um ato de fé na Sua divindade", e: "Lavada finalmente a face do coração e purificada a consciência, reconhece-o não só filho de homem, mas Filho de Deus" (Santo Agostinho, In Ioann. Evang., 44, 15).
"Então disse Jesus: 'Para um discernimento é que vim a este mundo: para que os que não vêem, vejam, e os que vêem, tornem-se cegos".
Dom Duarte Leopoldo escreve: "Justo juiz de Deus, pelo qual os humildes e ignorantes recebem a luz da fé, ao passo que os orgulhosos, os que julgam possuir a luz, inchados da sua ciência, caem na mais completa cegueira", e: "Perante o contraste entre a fé do cego e a obstinação dos fariseus, o Senhor pronuncia esta sentença. Ele não foi enviado para condenar o mundo, mas para o salvar (cfr. Jo 3, 17); mas a Sua presença entre nós comporta já um juízo, porque cada homem há de tomar diante d'Ele uma destas duas atitudes: de aceitação ou de rejeição. Cristo foi posto para ruína de uns e salvação de outros (cfr. Lc 2, 34). Deste modo, estabelece-se uma diferenciação entre os homens (cfr. Jo 3, 18-21; 12, 47-48). Por um lado, os humildes de coração (cfr. Mt 11, 25) que, reconhecendo as suas misérias, acorrem a Jesus em busca do perdão: estes gozarão daquela luz. Por outro lado, os que, satisfeitos de si mesmos, pensam que não necessitam de Cristo nem da Sua palavra; estes que dizem ver são na realidade cegos. Desta maneira somos nós os homens que com a fé ou a rejeição de Jesus preparamos a nossa sorte última" (Edições Theologica).
 "Alguns fariseus, que se achavam com ele, ouviram isso e lhe disseram: 'Acaso também nós somos cegos:' Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: 'Nós vemos!' Vosso pecado permanece".
Edições Theologica comenta: "As palavras de Jesus produziram uma forte impressão entre os fariseus, desejosos de encontrar nos Seus ensinamentos algum motivo de condenação. Dando-se conta de que Se referia a eles, voltam a interrogá-Lo. A resposta do Senhor é clara: eles podem ver mas não querem; daí a sua culpabilidade", e: "Se conhecêsseis a vossa cegueira e vos considerásseis cegos e recorrêsseis ao médico, não teríeis pecado, porque Eu vim tirar o pecado; mas porque dizeis enxergamos, por isso permanece o vosso pecado. Por quê? Porque dizendo enxergamos não recorreis ao médico e assim ficareis na vossa cegueira" (Santo Agostinho, In Ioann. Evang., 45, 17).
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal escreve: "Os piores cegos são os que não querem ver. E isto acontecia com aqueles homens que dispunham de toda a ciência da escritura e do testemunho dos milagres para ter visto o Messias, que estava às suas portas. Em vez de olhar para Cristo que passava tão perto, ficaram a discutir sobre o barro que tinha feito em dia de sábado. Realmente estavam cegos".


Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 18 de outubro de 2007

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