Milagre o Testemunho da Verdade

quinta-feira, 30 de abril de 2015

História de São Francisco de Assis



São Francisco de Assis

São Francisco de Assis nasceu em Assis, Itália, em 1182. Era filho de Pedro Bernardone, um rico comerciante, e Pia, de família nobre da Provença.  Na juventude, Francisco era muito rico e esbanjava dinheiro com ostentações. Porém, os negócios de seu pai não lhe despertaram interesse, muito menos os estudos. O que ele queria mesmo era se divertir. Porém, São Boaventura, seu contemporâneo, escreveu sobre ele: “Mas, com o auxílio divino, jamais se deixou levar pelo ardor das paixões que dominavam os jovens de sua companhia”.

Vida de São Francisco

Na juventude de Francisco, por volta de seus vinte anos, uma guerra começou entre as cidades italianas chamadas Perugia e Assis. Ele queria combater em Espoleto, entre Assis e Roma, mas caiu enfermo. Durante a doença, Francisco ouviu uma voz sobrenatural. Esta lhe pedia para ele "servir ao amor e ao Servo". Pouco a pouco, com muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de vender seus bens e “comprar a pérola preciosa” sobre a qual ele lera no Evangelho.
Certa vez, ao encontrar um leproso, apesar da repulsa natural, venceu sua vontade e beijou o doente. Foi um gesto movido pelo Espírito Santo. A partir desse momento, ele passou a fazer visitas e a servir aos doentes que sem encontravam nos hospitais. Aos pobres, presenteava com suas próprias roupas e também com o dinheiro que tivesse no momento.

O Chamado

Num dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na Igreja de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava com ele,  repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: "Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas". O santo vendeu tudo o que tinha e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São Damião, e pediu permissão para viver com ele. Francisco tinha vinte e cinco anos.
Pedro Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi busca-lo indignado, levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés. A mãe, porém, o libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião. Seu pai foi de novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: "As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las". Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tem sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.

Renúncia de São Francisco de Assis

Para reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro. Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula. Ela fazia parte daabadia de Monte Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente esperava dele.
O trecho do Evangelho da Missa daquele dia dizia: "Ide a pregar, dizendo: o Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias...” A estas palavras, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica.

Milagres de São Francisco de Assis

Deus lhe concedeu o dom da profecia e o dos milagres. Quando Francisco pedia esmolascom o fim de restaurar a Igreja de São Damião, ele dizia: "Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se glorificará o Senhor e a Igreja". A profecia se confirmou cinco depois com Santa Clara e suas religiosas. Ao curar, com um beijo, o câncer que havia desfigurado o rosto de um homem, São Boaventura comentou para São Francisco de Assis: "Não se há que admirar mais o beijo do que o milagre?"

Fundação da Ordem dos Frades Menores (O.F.M.)

Francisco começou a anunciar a verdade, no ardor do Espírito de Cristo. Convidou outros a se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que levassem uma vida de penitência. Alguns começaram a praticar a penitência e em seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida. O humilde São Francisco de Assis decidiu que eles se chamariam Frades Menores.
Surgiram assim os primeiros 12 discípulos que, segundo registram alguns documentos, “foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e santos”. O próprio Francisco disse em testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções, e não queriam mais nada”. Os novos apóstolos reuniram-se em torno da pequena igreja da Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos, que passou a ser o berço da Ordem.

A nova ordem religiosa de São Fracisco de Assis

Em 1210, quando o grupo contava com doze membros, São Francisco de Assis redigiu uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos de Jesus para que possamos alcançar a perfeição. Com ela foram à Roma apresentá-la ao Sumo Pontífice. Lá, porém,relutavam em aprovar a nova comunidade. Eles achavam que o ideal de Francisco eramuito rígidoa respeito da pobreza. Por fim, porém, um cardeal afirmou: "Não podemos proibir que vivam como Cristo mandou no Evangelho".
Receberam a aprovação e voltaram a Assis, vivendo na pobreza, em oração, em santa alegria e grande fraternidade, junto a Igreja da Porciúncula. Mais tarde, Inocêncio III mandou chamar São Francisco de Assis e aprovou a regra verbalmente. Logo em seguida o papa impôs a eles o corte dos cabelos, e lhes enviou em missão de pregarem a penitência.

São Francisco de Assis, um exemplo de vida

São Francisco de Assis manifestava seu amor a Deus por uma alegria imensa, que se expressava muitas vezes em cânticos ardorosos. A quem lhe perguntava qual a razão de tal alegria, respondia que “ela deriva da pureza do coração e da constância na oração”.
A santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu também uma jovem, filha do Conde de SassoRosso, Clara, de 17 anos. Desde o momento em que o ouviu pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu guia e pai espiritual. Nascia assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, a das Clarissas. Depois, Inês, irmã de Clara, a seguia no claustro; mais tarde uma terceira, Beatriz se juntou a elas.

Sabedoria divina

Certa vez, São Francisco de Assis, sentindo-se fortemente tentado pela impureza, deitou-se sem roupas sobre a neve. Outra vez, num momento de tentação ainda mais violenta, ele rolou sobre espinhos para não pecar e vencer suas inclinações carnais.
Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que "ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais". Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.
Uma vez contaram-lhe que um dos irmãos amava tanto o silêncio que até quando ia se confessar, fazia-o por sinais. São Francisco respondeu desgostoso:"Isso não procede do Espírito de Deus, mas sim do demônio; é uma tentação e não um ato de virtude". Francisco tinha o dom da sabedoria. Certa vez, um frade lhe pediu permissão para estudar. Francisco respondeu que, se o frade repetisse com amor e devoção a oração "Glória ao Pai", se tornaria sábio aos olhos de Deus. Ele mesmo, Francisco, era um grande exemplo da sabedoria dessa maneira adquirida.

São Francisco de Assis e os animais

A proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden.
Os estigmas de São Franscisco de Assis

Dois anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne em companhia de alguns de seus frades mais íntimos, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça insigne.
Na figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que, depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que tanto desejara assemelhar-se a Ele, obteve mais este traço de similitude com o Divino Salvador.

Devoção a São Francisco de Assis

No verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a verdade e lhe dissessem que lhe restava apenas umas semanas de vida. "Bem vinda, irmã Morte!", exclamou o santo.
Em seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de 1226, com menos de 45 anos, depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis.
Ali esteve depositado até dois anos depois da canonização. Em 1230, foi secretamente trasladado à grande basílica construída pelo irmão Elias. Ele foi canonizado apenas dois anos depois da morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX. Sua festa é celebrada em 04 de outubro.


Como Francisco converteu três ladrões homicidas

Uma vez São Francisco conheceu um rapaz de nome Ângelo e o colocou como guardião do convento de Monte Casale .
Eis que um dia três ladrões famosos foram ao dormitório dos irmãos e pediram ao guardião, irmão Ângelo, algo para comer. O irmão respondeu bravo: "Não tens vergonha ladroes e assassinos ? Não contente de roubar tendes a coragem e a insolência de vir pedir comida aos servidores de Deus? Não merecem sossego na terra. Fora daqui! E não voltem mais.. 
São Francisco chegou logo depois com um alforje de pão e um recipiente com vinho e o Ângelo contou a ele como havia despachado os ladroes.
São Francisco o repreendeu fortemente e deu vários exemplos onde Cristo comia com os justos e os pecadores . 
Assim que terminou disse " pegue este alforje e este vinho e vá dar a eles ".
San Francisco se pôs a rezar a Deus para abrandar os corações dos ladrões .
Os ladrões enquanto comiam o comida enviada por São Francisco pensavam:" Que vergonha, que miseráveis somos nós, que duras penas nos esperam no inferno ,nós que só damos morte e desgosto ao nosso próximo!"
De comum acordo resolveram os três ir conversar com São Francisco. 
São Francisco os recebeu com bondade, e amável e alegre, os animou com muitos exemplos que poderiam conseguir, ainda, a misericórdia de Deus e concluiu: " Jesus veio a terra para resgatar a todos inclusive os pecadores."
Movidos por estas palavras os três ladrões renunciaram a vida que viviam e entraram para a Ordem e começaram a fazer grandes penitencias. Dois deles morreram logo, pouco tempo após sua conversão e devem terem ido para o Paraíso. O terceiro ainda viveu por muito tempo e recordando sem cessar de seus pecados levou um vida de penitencia por 15 anos e acabou sendo um dos melhores irmãos franciscanos. 


Do santíssimo milagre que São Francisco fez quando converteu o ferocíssimo lobo de Gúbio.


I FIORETTI DI SAN FRANCESCO - Capítulo XXI.



No tempo em que São Francisco morava na cidade de Gúbio, no condado de Gúbio, apareceu um lobo muito grande, terrível e feroz, que não somente devorava os animais, mas também os homens; tanto que todos os cidadãos viviam um grande medo, pois diversas vezes ele se aproximava da cidade. E todos andavam armados quando saíam da cidade, como se fossem combater. E mesmo assim não podiam defender-se do lobo se se encontrassem sozinhos com ele. E por medo desse lobo, chegaram a uma situação em que ninguém ousava sair fora da terra.

Por esse motivo, tendo São Francisco compaixão das pessoas da terra, quis sair para encontrar o lobo, ainda que os cidadãos em conjunto não o aconselhassem. Mas, fazendo o sinal da Santíssima cruz, saiu fora da terra, ele com os seus companheiros, pondo toda a confiança em Deus. E como os outros ficassem na dúvida se deviam ir mais adiante, São Francisco tomou o caminho para o lugar onde o lobo ficava. E eis que, diante de muitos cidadãos que tinham vindo para ver esse milagre, o dito lobo foi ao encontro de São Francisco, de boca aberta.
Aproximando-se dele, São Francisco lhe fez o sinal da santíssima cruz, chamou-o a si e disse assim: “Vem aqui, frei lobo, eu te mando da parte de Cristo que não faças mal nem a mim nem a ninguém”.
Coisa admirável de dizer! Logo que São Francisco fez a cruz, o lobo terrível fechou a boca e parou de correr; e, dada a ordem, veio mansamente como um cordeiro, e lançou-se aos pés de São Francisco, deitado.
E São Francisco assim lhe falou: “Frei lobo, tu fazes muito danos por aqui, e fizeste grandes malefícios, estragando e matando as criaturas de Deus sem a sua licença. E não somente mataste e devorastes animais, mas tiveste a ousadia de matar pessoas, feitas à imagem de Deus. Por isso tu mereces a forca, como ladrão e péssimo homicida. E todo mundo grita e murmura contra ti, e toda esta terra ficou tua inimiga. Mas eu quero, frei lobo, fazer a paz entre tu e eles, de modo que tu não os ofendas mais e eles te perdoem todas as ofensas passadas, e nem os homens nem os cães continuem a te perseguir”.

Ditas essas palavras, o lobo, com gestos do corpo, da cauda e das orelhas, e inclinando a cabeça, mostrava que aceitava o que São Francisco dissera e queria observa-lo.

Então São Francisco disse:
“Frei lobo, porque te agrada fazer e manter esta paz, eu te prometo que te farei com que as pessoas desta terra te dêem continuamente a comida enquanto viveres, de modo que não sofrerás fome. Pois eu sei que foi pela fome que fizeste todo o mal. Mas como eu te concedo esta graça eu quero, frei lobo, que tu me prometas que tu não prejudicarás jamais a nenhuma pessoa humana nem a algum animal: tu me prometes isso?”E o lobo, inclinando a cabeça, fazia um sinal evidente de que estava prometendo.
E São Francisco disse: Frei lobo, quero que me dês prova dessa promessa, para eu poder bem confiar”. E como São Francisco estendeu a mão para receber seu juramento, o lobo levantou a pata direita e a colocou mansamente sobre a mão de São Francisco, dando-lhe o sinal que podia.

Então São Francisco disse:
“Frei lobo, eu te mando em nome de Jesus Cristo que tu venhas agora comigo, sem duvidar nem um pouco. Vamos confirmar esta paz, em nome de Deus”.
E o lobo, obediente, foi com ele como se fosse um carneirinho manso. Vendo isso, os cidadãos ficaram muito admirados. E a novidade ficou logo conhecida por toda a cidade.
Por isso todas as pessoas, homens e mulheres, grandes e pequenos, jovens e velhos, foram para a praça ver o lobo com São Francisco.
E estando o povo aí, em reunido, São Francisco levantou-se e pegou para eles, dizendo, entre outras coisas, como pelos pecados Deus promete coisas desse tipo e pestilências, e mais perigosa é a chama do inferno, que vai durar eternamente para os condenados, do que a raiva do lobo, que não pode matar senão o corpo: “Então, como devemos temer a boca do inferno,quando tamanha multidão tem medo e tremor diante da boca de um pequeno animal. Por isso, voltai para Deus, caríssimos, e fazei uma penitência digna de vossos pecados, e Deus vos libertará do lobo no presente e, no futuro, do fogo infernal”.

Feita a pregação, São Francisco disse:
“Ouvi, meus irmãos: frei lobo, que está aqui na frente de vós, me prometeu, e jurou, que vai fazer as pazes convosco e que não vai mais vos ofender em coisa alguma, e vós prometeis dar-lhe cada dia as coisas necessárias, e eu entro como fiador dele, de que vai observar firmemente o pacto”. 
Então todo o povo, a uma só voz, prometeu alimenta-lo continuamente.
E São Francisco, diante de todos, disse ao lobo: “E tu, frei lobo, prometes a estas pessoas observar o pacto da paz, de modo que não ofendas nem os homens, nem os animais, nem criatura alguma?”. E o lobo, ajoelhou-se, inclinou a cabeça, e com gestos mansos de corpo, de cauda e das orelhas, mostrava, quanto possível que queria observar todo pacto.

São Francisco disse: “Frei lobo, eu quero que, como tu me juraste essa promessa fora da porta, também me dês fé da tua promessa diante de todo o povo, e que não me enganarás sobre a promessa e caução que eu fiz por ti”. 
Então o lobo levantou a pata direita e colocou-a na mão de São Francisco. Daí, por causa desse ato e das outras coisas que foram ditas, houve tanta alegria e admiração em todo o povo, tanto pela devoção ao santo como pela novidade do milagre, e pela paz do lobo, que todos começaram a gritar para o céu, louvando e bendizendo a Deus, que lhes tinha mandado São Francisco, que pelos seus méritos os havia libertado da boca do cruel animal. 
Depois o lobo viveu dois anos em Gúbio, e entrava domesticamente pelas casas, de porta em porta, sem fazer mal a ninguém, e sem que o fizessem para ele. E foi alimentado cortesmente pelo povo. E mesmo andando assim pela terra e pelas casas, nunca um cão ladrava atrás dele. Finalmente, depois de dois anos, o lobo morreu de velho, causando muita dor aos cidadãos porque, vendo-o andar tão manso pela cidade, recordavam melhor a virtude e a santidade de São Francisco. 
Para louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém.


Oração a São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.



quarta-feira, 29 de abril de 2015

Batismo de pimpolhos – fundamentos na Bíblia e na Tradição

circuncisao_batismo

Na Antiga Aliança, para selar o pacto com Deus, o que deveria fazer um homem ou menino? Cortar a pele do prepúcio – ou seja, fazer a circuncisão. Essa pequena cirurgia no bilau – que deveria causar arrepios nos escolhidos do Senhor – era o rito de iniciação na fé judaica. Com o estabelecimento da Nova Aliança, a circuncisão foi abolida, sendo substituída pelo Batismo, como explicou São Paulo:

“Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressurgistes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Col 2,11-12)

Ora, se na Antiga Aliança os filhos de judeus eram batizados ainda bebês, apenas oito dias após seu nascimento, é natural que na Nova Aliança o rito de iniciação na fé seja também realizado com os pequeninos de Deus. Os bebês não possuem pecados pessoais, mas nasceram com a mancha do PECADO ORIGINAL, da qual são lavados no batismo.

CURIOSIDADE – BATISMO POR IMERSÃO

Nas igrejas católicas de Rito Latino, o a batismo de adultos ou crianças, em geral, é feito por aspersão (ou seja, basta lançar água sobre a cabeça). Já nas igrejas católicas de Rito Oriental – e também nas Igrejas Ortodoxas – o batismo é feito por imersão (precisa mergulhar o corpo inteiro na água).

O batismo de crianças por imersão é uma tradição belíssima que produz cenas comoventes, como esta:

batismo_imersao



E muitas cenas hilárias também!

batismo_hilario

O costume de batizar bebês e crianças é praticado na Igreja DESDE SEMPRE. Isso é conteúdo da Sagrada Tradição (para saber o que é Sagrada Tradição, clique aqui), ou seja, algo que foi ensinado pelos próprios Apóstolos. A prova disso é que os Padres da Igreja primitiva atestavam isso em seus escritos. Vejam:

“Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas.” (Hipólito, ano 215 – Tradição Apostólica 21,16).

“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito.” (Orígenes, ano 248 – Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9)

Além dessas evidências incontestáveis – a iniciação ritual de crianças no Antigo Testamento e o testemunho dos escritores da Igreja primitiva – podemos notar que nenhuma passagem bíblica restringe o batismo apenas aos adultos. Pelo contrário, os Atos dos Apóstolos garantem que fazendo questão de abençoar as crianças, Jesus disse:

“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.” (Lc 18,15-16)

Certamente, bebês e crianças muito pequenas não têm consciência de seus pecados e não têm capacidade de professar a fé cristã. Mas seus pais têm autoridade para consagrá-los a Deus, assim como os pais hebreus, no Antigo Testamento, que consagravam seus filhos no Templo, ainda que esses pequeninos não tivessem capacidade de compreender a Lei do Senhor. Se o batismo substitui a circuncisão, é lógico que as crianças devem continuar a ser iniciadas na fé, com seus pais e padrinhos assumindo as promessas envolvidas nesse rito, até que os filhos cheguem à idade adulta.

Partilhando dessa mesma crença, luteranos, calvinistas e anglicanos também ensinam que ninguém tem direito de negar o batismo às crianças, a quem pertence o Reino dos Céus.

Fonte: http://ocatequista.com.br/

sábado, 25 de abril de 2015

Milagres Eucaristicos tem o mesmo grupo de Sangue do Santo Sudário.

Os milagres Eucaristicos estudados por cientistas contem todos mesmo tipo de sangue. Assim como também do sangue do Santo Sudario.

Vemos isto no milagre Eucaristico da Argentina, Lanciano, Sudário, entre outros mostrando que não se trata de uma conhecidência, mas que se trata de ambos os casos do mesmo homem. Estes  milagre serve para os que duvidam das palavras de Cristo, quando o mesmo diz,  isto  é meu corpo. 

Estes milagres  nos chama a   conversão, principalmente aqueles que tem uma postura tipo a de Tomé,  creia no que estar diante do seus olhos e assim como ele, digam meu senhor e meu Deus.


O milagre eucarístico de Lanciano
segundo o cientista que comprovou sua autenticidade


Lanciano: carne de Cristo em custódia de prata
Lanciano: carne de Cristo em custódia de prata
O doutor Edoardo Linoli afirma que portou em suas mãos um verdadeiro tecido cardíaco, ao analisar anos atrás as relíquias do milagre eucarístico de Lanciano (Itália), o mais antigo dos conhecidos.

O fato miraculoso se remonta ao século VIII.

Em Lanciano, na igreja dedicada a São Legonciano, um monge basiliano que celebrava a missa em rito latino começou a duvidar da presença real de Cristo sob as sagradas espécies após a consagração.

Nesse momento, o sacerdote viu como a sagrada hóstia se transformava em carne humana e o vinho em sangue, que posteriormente se coagulou.

Professor de Anatomia e Histologia Patológica, de Química e Microscopia Clínica, e ex-chefe do Laboratório de Anatomia Patológica no Hospital de Arezzo, o doutor Linoli foi o único que analisou as relíquias do milagre de Lanciano. Seus resultados suscitaram um grande interesse no mundo científico.


O Dr. Edoardo Linoli, autor das análises
O Dr. Edoardo Linoli, autor das análises
Em novembro de 1970, por iniciativa do arcebispo de Lanciano, Dom Pacífico Perantoni, e do ministro provincial dos Conventuais de Abruzzo, contando com a autorização de Roma, os Franciscanos de Lanciano decidiram submeter a exame científico as relíquias.

Encomendou-se a tarefa ao professor Linoli, ajudado pelo professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena.

Com a maior atenção, o professor Linoli extraiu partes das relíquias e submeteu a análise os restos de “carne e sangue milagrosos”.

Em 4 de março de 1971 a equipe apresentou os resultados.

Estes evidenciam que a carne e o sangue são com certeza de natureza humana. A carne é inequivocamente tecido cardíaco, e o sangue é verdadeiramente de homem pertencendo ao grupo AB.

Consultado pela agência Zenit, o professor Linoli explicou que, “no que diz respeito à carne, encontrei que a carne que tinha na minha mão provinha do endocárdio. Portanto não há dúvida alguma de que se trata de tecido cardíaco”.

Trabalho do Dr. Linoli  publicado pelo diário vaticano "L'Osservatore Romano"
Trabalho do Dr. Linoli
publicado pelo diário vaticano "L'Osservatore Romano"
Quanto ao sangue, o cientista sublinhou que “o grupo sanguíneo é o mesmo do homem do Santo Sudário de Turim, e é singular porque tem as características de um homem que nasceu e viveu nas zonas do Oriente Médio”.

“O grupo sanguíneo AB, de fato, se encontra numa porcentagem pequena que vai de 0,5 a 1%, enquanto que na Palestina e nas regiões do Oriente Médio é de 14-15%”, apontou.
Prof. Ruggero Bertelli aprova trabalho do Dr. Linoli
Prof. Ruggero Bertelli aprova trabalho do Dr. Linoli
A análise do professor Linoli revelou também que não havia na relíquia substâncias conservantes e que o sangue não podia ter sido extraído de um cadáver, porque se teria alterado rapidamente.

O informe do professor Linoli foi publicado em “Quaderni Sclavo di diagnostica clinica e di laboratório” (1971, fasc 3, Grafiche Meini, Siena). 

Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano.

Os trabalhos se prolongaram por 15 meses, com um total de quinhentos exames.

As conclusões de todas as investigações confirmaram o que havia sido declarado e publicado na Itália.

O extrato dos trabalhos científicos da comissão médica da OMS foi publicado em dezembro de 1976, em Nova York e em Genebra, confirmando a impossibilidade da ciência de dar uma explicação a este fenômeno.

O professor Linoli falou novamente no Congresso sobre os milagres eucarísticos organizado pelo Master em Ciência e Fé do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum (Roma), em colaboração com o Instituto São Clemente I Papa e Mártir, por ocasião do Ano Eucarístico de 2005.
Lanciano: relíquias expostas
Lanciano: relíquias expostas

“Os milagres eucarísticos são fenômenos extraordinários de diferente tipo”, explicou o diretor do Congresso, padre Rafael Pascual LC, em “Rádio Vaticano”:

“Por exemplo, há a transformação das espécies do pão e do vinho em carne e sangue, a preservação milagrosa das Hóstias consagradas, ou algumas hóstias que vertem sangue”.

“Na Itália, há vários lugares onde ocorreram esses milagres eucarísticos – declarou – mas também os encontramos na França, Alemanha, Holanda, Espanha” e alguns “na América do Norte”.

IDOLATRIA MENTIRAS DE EVANGELICOS PROTESTANTE

terça-feira, 21 de abril de 2015

Monarquia e Fé Católica



A monarquia NÃO é a ÚNICA opção para o católico. A doutrina da Igreja, baseada em Santo Tomás, é de que a monarquia não é a única mas, em essência, é a melhor.


O que não significa, aliás, que, acidentalmente (i.e., em situações casuísticas), a aristocracia e a democracia não sejam melhores.


Veja o exemplo da República de Veneza. Mesmo na Idade Média, constituía-se em um exemplo de governo aristocrático que funcionava. Não era monarquia. Também os EUA são exemplo de uma comunidade não monárquica que dá certo.


Temos de separar essência e acidentes. A monarquia em si é melhor que a democracia em si. Mas, em dadas situações, no plano concreto, esta pode ser melhor que aquela.
Considerar quando se dão essas situações pertence ao campo pessoal e não ao da Igreja.


Por isso, é proibido ao católico ser contra a monarquia em si. Pode ser contra a sua aplicação em um país concreto e por razões práticas (nunca por considerar que a monarquia seja ilegítima ou injusta, pois isso é proibido).


Outro detalhe: embora defendesse a monarquia, Santo Tomás, além de dizer que as outras formas também eram boas (mas piores que a monarquia), via com bons olhos os regimes em que os três aspectos se combinavam harmoniosamente. Assim, nada impede que a uma monarquia tenha um parlamento (democracia) e mesmo a ajuda dos melhores da sociedade, de uma elite (aristocracia). É esse o tipo de monarquia adotado na maioria dos países.


Por isso, não gostar da monarquia por preferir a democracia representativa não se sustenta, eis que esta pode existir naquela.



Claro que há repúblicas autenticamente católicas. Na divisão clássica tomista entre democracia, aristocracia e monarquia, todas podem ser boas ou más (ainda que a monarquia seja a melhor delas, em si).


No caso concreto do Brasil, estou profundamente convencido que a volta do Império seria uma ferramenta vigorosa para a defesa de nossos valores humanísticos e cristãos, para o resgate do orgulho patriótico (não confundir com o pernicioso nacionalismo, de perfis ideológicos evidentes!) e para a moralização da coisa pública.


Santo Tomás diz que o Estado deve se parecer o mais possível com a família, pois ele é criação da família, fruto da família e como que uma autoridade da sociedade de famílias que compõem a Nação por ele presidida. Assim, não elegemos o pai de família. Logo, a autoridade hereditária é a que melhor se parece com a família (claro que sabemos que existem monarquias eletivas, mas todas eram vitalícias, outra qualidade do pai de família).


A forma monárquica é também a mais orgânica, a mais natural, e a que mais defende os valores tradicionais da Nação, que são melhor encarnados no monarca, herdeiro de uma família cuja história se confunde com a do próprio povo.


Por fim, a monarquia é a que melhor promove a paz social na medida em que não incentiva disputas inúteis, EM TESE, dos melhores da Nação.


Melhor mesmo é a monarquia contar com elementos da aristocracia para auxiliar o monarca e da democracia para referendar alguns aspectos da governança política e da elaboração legislativa.



"O melhor governo é o que é feito por um só. A razão disso é que governar não é senão dirigir as coisas governadas para o seu fim, que é algum bem. Ora, a unidade está na essência da bondade, como prova Boécio, no III De consolatione, pelo facto de que assim como todas as coisas desejam o bem, do mesmo modo desejam a unidade, sem a qual não podem existir, pois uma coisa só existe enquanto for una; por isso vemos que as coisas resistem à sua divisão quanto podem, e que a sua desintegração provém da deficiência do seu ser. Por conseguinte, a intenção de quem governa uma multidão é a unidade ou a paz. Ora, a causa própria da unidade é aquilo que é uno, pois é claro que muitos não podem unir e conciliar o que é diverso se não estiverem de algum modo unidos. Portanto, o que é essencialmente uno pode ser melhor e mais facilmente causa da unidade do que muitos unidos. Concluindo, a multidão é melhor governada por um do que por muitos" (Santo Tomás de Aquino; Suma Teológica, q. I, a. 103, ad 3)


"Estabelecidas estas premissas [a saber, aos homens compete viver em sociedade, e para isto é indispensável que sejam rectamente governados por algum chefe], cumpre indagar o que mais convém à província ou à cidade: se ser governada por muitos ou por um só. Isto, porém, pode-se considerar tendo em vista o próprio fim do governo.
Com efeito, todos os governantes devem ter como meta procurar o bem-estar daquele que tomou sob o seu governo, assim como compete ao piloto conduzir a nave ilesa ao porto de salvação, elidindo os perigos do mar. Porém, sendo o bem e a salvação da sociedade a conservação da sua unidade - que se chama paz - perdida esta desaparece a utilidade da vida social. E isto tanto mais que a sociedade, na qual se introduziu a dissensão, é onerosa a si mesma. Portanto, o que mais deve ter em vista o dirigente da sociedade é empenhar-se por obter a unidade da paz.


Nem cabe ao governante deliberar rectamente se deve ou não promover a paz na sociedade a ele sujeita, como o médico não se pergunta se há de curar ou não o doente a ele confiado. Pois a ninguém cabe deliberar a respeito do fim que lhe compete alcançar, e sim dos meios que conduzem a esse fim. Daí o dizer o Apóstolo, depois de recomendar a unidade do povo fiel: `Sede solícitos em conservar a unidade do espírito pelo vínculo da paz' (Ef. 4, 3).


Portanto, quanto mais um regime for eficiente para conservar a unidade da paz, tanto mais útil será. Pois dizemos ser mais útil aquilo que melhor conduz ao fim.
Ora, é manifesto que mais pode produzir a unidade aquilo que de si é uno, do que o que é múltiplo, do mesmo modo que a causa mais eficaz do aquecimento é aquilo que de si é quente.


Portanto, é mais útil o governo de um que o de muitos.


Além disso, é evidente que se muitos dissentirem totalmente entre si, de nenhum modo podem manter a sociedade. Requer-se, pois, em muitos, uma certa união, a fim de poderem, de algum modo, governar: porquanto muitos não podem conduzir uma nave para determinado ponto, a não ser que de algum modo se estabeleça uma conjunção entre eles. Porém, diz-se que muitos estão unidos na medida em que se aproximam da unidade. Portanto, melhor governa um só do que muitos, os quais, por proximidade, se tornam um.


Ainda mais: as coisas que são de acordo com a natureza funcionam melhor, pois em cada uma opera a natureza, que é o melhor. Ora, todo o governo natural procede de um só. Pois na multidão dos órgãos, um é o que move a todos, isto é, o coração; e nas partes da alma, uma faculdade principal preside às restantes, isto é, a razão. Também as abelhas têm um rei, e em todo o universo, um só Deus é o criador e governador de todas as coisas. E isto é razoável, pois toda a multidão deriva de um. Porque se as coisas que procedem segundo a arte imitam as que procedem segundo a natureza, e a obra de arte é tanto melhor quanto mais se assemelha ao que é natural, é forçoso reconhecer que, na sociedade humana, o melhor é reger-se ela por um só.


Isto também a experiência o evidencia. Porque as províncias ou cidades que não são governadas por um só sofrem dissensões e flutuam sem paz, de modo que parece cumprir-se o que o Senhor lamenta pela voz do Profeta, dizendo: `Numerosos pastores destruíram a minha vinha' (Jer. 12, 10). Pelo contrário, as províncias e cidades governadas por um rei gozam de paz, florescem na justiça, e se alegram com a abundância dos bens. Daí que o Senhor prometa pelos profetas ao seu povo, como grande mercê, pôr-lhe à frente um só chefe, e que haveria um só príncipe no meio deles". (Santo Tomás de Aquino; De Regimine Principum ad Regem Cypri, I, cap. II)


E se o monarca tornar-se mau?


Voltamos à base do problema: é limitado argumentar com casuística apenas. Possibilidades de falhas teremos sempre. Santo Tomás mesmo diz que as três formas de governo têm suas correspondentes deturpações, e a monarquia pode degenerar-se em tirania. É o caso em tela. Porém, isso não justifica atacar a monarquia em si, pois a democracia também pode degenerar-se em demagogia. E não me venham dizer que o líder democrata pode ser substituído, pois bem sabemos que um autêntico demagogo sabe encontrar maneiras de se perpetuar no poder por ele corrompido.



Todas as formas puras podem degenerar-se. Mas, em tese, na generalidade, a monarquia é a melhor (claro, há casos em que a república pode ser melhor). E mesmo a possibilidade de corrupção monárquica é um valor negativo que contrasta com os inúmeros positivos que essa forma traz consigo.


1) Em geral, a monarquia é melhor.

2) Em cada caso, pode ser outra forma a melhor.

3) No Brasil, aplica-se, no meu entendimento, a regra geral: a monarquia.

4) É possível que a monarquia brasileira vire tirania. Mas as outras formas não são menos livres disso.

5) Além do que, prefiro correr o risco de degeneração em tirania, pois os benefícios que a monarquia pura trás são maiores do que as POSSIBILIDADES de malefícios.


Benefícios: a estabilidade, a distância entre o governo e o Estado, a possibilidade de se moralizar a Administração Pública a partir do modelo familiar da Casa Imperial, o exemplo e a liderança do monarca, um Chefe de Estado preparado desde a infância para o cargo e influenciado por toda uma tradição que deverá respeitar (o que torna mais vergonhosa uma má gestão, pela desonra dos antepassados), o culto aos valores pátrios encarnados na Família Imperial e que são símbolos de toda a família nacional, um sadio patriotismo cultivado pela beleza das cerimônias dinásticas, a adoção de um modelo parlamentar que pode ser o instrumento mais eficaz para uma real representatividade popular aliado à sadia liderança da aristocracia (o que nos estimula a lutarmos pelo reerguimento de nossas elites, infelizmente quase todas decadentes), a rapidez (por causa do parlamentarismo e do próprio monarca) no gerenciamento de crises, a figura do monarca como pai da Nação e chefe guerreiro etc.



A monarquia não é a única opção para o católico, e pode-se ser contra ela, mas não por achar que seja "sem explicação" ou errada.


Um católico pode ser contra a monarquia NO CASO CONCRETO, mas não pode considerar que ela, EM SI MESMA, é injusta. E deve, também, mesmo que não seja monarquista, considerar que a monarquia, em tese ao menos, é a forma mais eficaz segundo o Magistério da Igreja, ainda mais quando combinada com a democracia e a aristocracia.


O erro está em condenar o SISTEMA monárquico como ultrapassado, como absurdo, como ilegítimo, uma vez que o Magistério não só aprova a forma monárquica com legítima (assim como acha legítima a república), como também já se manifestou dizendo que, entre todas as formas boas, ela é a melhor, EM TESE.

Fonte. http://www.veritatis.com.br/apologetica/familia-sociedade/1436-monarquia-e-fe-catolica

O Reino dos Céus é dos violentos!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

“A” Tradição e as tradições da Igreja – entenda a diferença

tradicao_apostolica
Qual meio Deus usou para nos revelar a sua Palavra, de modo infalível? Alguns dizem: somente por meio da Bíblia. Mas quem afirma isso está em contradição com a própria Escritura, que diz que a Tradição também é um meio de transmissão do Evangelho.
“Eu vos felicito por vos lembrardes de mim em toda ocasião e conservardes astradições tais como eu vo-las transmiti.” (I Cor 11,2)
Que tradições seriam essas a que São Paulo estava se referindo? Bem, ele não falava de tradições humanas, nem somente de seus escritos, mas de toda Palavra de Salvação proferida por ele e pelos demais Apóstolos. Confiram:
“Assim, pois, irmãos, ficai inabaláveis e guardai firmemente as tradições que vos ensinamos, de viva voz ou por carta.” (II Tes 2,15)
Ou seja, a própria Bíblia (Revelação escrita) diz que a Tradição (Revelação oral) também é um meio de Revelação da Palavra de Deus. São Paulo coloca esses dois meios de Revelação lado a lado, mostrando que têm o mesmo valor. O Apóstolo João confirma essa doutrina:
“Apesar de ter mais coisas que vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta, mas espero estar entre vós e conversar de viva voz, para que a vossa alegria seja perfeita.” (II João 1,12)
Essa passagem explicita algumas verdades importantíssimas:
  • nem tudo o que o Apóstolo considera necessário ensinar ao povo ele registrou por escrito;
  • a alegria dos cristãos só alcança a perfeição quando, além de estudar as Escrituras, eles acolhem os ensinamentos apostólicos transmitidos oralmente pelas legítimas autoridades da Igreja – ou seja, a Tradição.
O Apóstolo João, em outra passagem, diz que nem tudo o que Jesus fez e ensinou foi registrado nos Evangelhos. Sendo assim, obviamente, muitas coisas que aprenderam de Jesus foram comunicadas à Igreja de forma oral.
“Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.”(João 21,25).
“A” TRADIÇÃO E “AS” TRADIÇÕES
A Tradição a que estamos nos referindo aqui é a Sagrada Tradição, a Palavra de Deus que os Apóstolos receberam de Cristo e transmitiram oralmente à Igreja. Esta não deve ser confundida as tradições estabelecidas pelos homens da Igreja, ao longo do tempo.
É preciso distinguir, desta Tradição, as «tradições» teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais, nascidas no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem formas particulares, sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas, modificadas e até abandonadas, sob a direção do Magistério da Igreja.
- Catecismo da Igreja Católica, item 83
aetos_tapeteUm exemplo de tradição disciplinar:para que um candidato ao sacerdócio seja ordenado, atualmente, ele precisa ingressar no seminário e estudar ao menos seis anos. Mas já houve tempos em que um presbítero era eleito de outros modos, até mesmo por aclamação popular (foi assim com Santo Agostinho).
Um exemplo de tradição devocional: a oração do Rosário. Essa devoção nasceu no século XIII, quando a Virgem Maria apareceu a São Domingos de Gusmão, recomendando o Rosário como arma para a conversão dos hereges e pecadores.
Um exemplo de tradição litúrgica: nas igrejas católicas de rito bizantino, sempre que está de pé, o bispo fica sobre o Aetos (foto acima). Trata-se de um tapete redondo, que traz o desenho de uma águia sobrevoando uma cidade. A cidade murada representa a Diocese; a águia é um lembrete de que, “como uma águia pode ver claramente ao longo de distâncias, por isso deve um bispo supervisionar todas as partes da sua diocese”, e defender os fiéis nela contidos (Fonte: Orientale Lumen).
A PATRÍSTICA
A Tradição oral, em grande parte, foi registrada nas atas dos Concílios e nos escritos das primeiras gerações de padres e bispos – os chamados Padres da Igreja. O conjunto da obra desses líderes da igreja primitiva se chama Patrística.
Os escritos patrísticos, considerados em seu conjunto, nos permitem saber como as primeiras gerações de padres da Igreja interpretavam as Escrituras. Os pontos de fé em que vários Padres estão de acordo revelam a doutrina universalmente aceita na igreja primitiva. Obviamente, tal interpretação serve como um guia para a Igreja, uma luz para a correta interpretação da Bíblia.
Portanto, a própria Escritura ensina que são duas as FORMAS DE TRANSMISSÃO da Palavra infalível de Deus: a Bíblia e a Tradição. A Igreja é a guardiã dessa Palavra revelada, e a transmite fielmente ao povo de Deus por meio do Sagrado Magistério. Explicaremos isso no próximo post. Acompanhem!
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Fonte. http://ocatequista.com.br/archives/15194

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Igreja primitiva já era chamada de “Católica”. Durmam com essa!


 
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Amigos, este post é uma continuidade do post de ontem, em que começamos a responder algumas questões levantadas por um irmão evangélico.
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Lucas F., você pediu uma evidência de que a Igreja Católica não seria apenas uma dissidência, uma seita que se separou da Igreja primitiva. Ok! Uma boa ideia éconsultar os padres dos séculos I e II.
Vejamos o que disse certo bispo da igreja primitiva: Santo Ireneu de Lyon. Ele viveu entre o ano 130 e 202, e é considerado santo não só pelos católicos, mas também pelos luteranos, que celebram a sua festa no dia 28 de junho. Ou seja: convocamos um cara que tem moral com os protestantes tradicionais.
Na obra Adversus Haereses, Ireneu descreve a linha de sucessão apostólica de São Pedro a Santo Eleutério, o Papa de sua época. Em seus escritos, fica claro que a Igreja primitiva possuía um pastor universal, o bispo de Roma. E da Igreja de Roma provinha o conteúdo de fé com o qual todos os cristãos deveriam concordar.
3,2 – “Mas visto que seria coisa bastante longa elencar (…) as sucessões de todas as igrejas, limitar-nos-emos à maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos. (…)
“Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa da sua origem mais excelente, toda a igreja,isto é, os fiéis de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos.”
3,3 – “Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a igreja transmitiram o governo episcopal a Lino, aquele Lino que Paulo lembra na epístola a Timóteo. Lino teve como sucessor Anacleto. Depois dele (…), coube o episcopado a Clemente, que tinha visto os próprios apóstolos e estivera em relação com eles, que ainda guardava viva em seus ouvidos a pregação deles e diante dos olhos a tradição. (…)
“Eleutério, em décimo segundo lugar na sucessão apostólica, detém o pontificado. Com esta ordem e sucessão chegou até nós, na Igreja, a tradição apostólica e a pregação da verdade. Esta é a demonstração mais plena de que é uma e idêntica a fé vivificante que, fielmente, foi conservada e transmitida, na Igreja, desde os apóstolos até agora.”
Ireneu de Lyon, em Adversus Haereses. Fonte: Veritatis Splendor. Testemunhos Patrísticos sobre a sucessão apostólica.
Acho que o grande Ireneu foi bem claro, mas vamos resumir em tópicos:
  • a igreja de Roma, por ter sido fundada por Pedro e Paulo, tem a origem mais excelente;
  • o bispo de Roma é quem herda as chaves dadas por Cristo a Pedro (ou seja, “a tradição apostólica e a pregação da verdade”, além do pastoreio universal);
  • a igreja de Roma é a que conserva, de maneira especial, o ensinamento dos Apóstolos (olhaí a infalibilidade);
  • as comunidades cristãs andam seguramente na fé dos Apóstolos se permanecem fiéis à igreja de Roma.
Tudo bem até aqui? Certo.
marty
Então, a pergunta agora é: a igreja de Roma se esfacelou, se perdeu no tempo? Não!A linha sucessória de bispos romanos descrita por Ireneu continuou sem interrupções até os dias de hoje. As sandálias de Pedro passaram para os pés de São Lino (o segundo bispo de Roma), depois para outro, e para outro, e para outro… até chegar nos pés do nosso amado Papitcho Francisco.
Isso não é algo que precisamos aceitar pela fé: é um DADO HISTÓRICO! No site do Jornal O Globo, tem um infográfico ses-sa-cio-nal que mostra todos os papas da História (clique aqui para ver). Tá ali a prova de que as chaves que Pedro recebeu de Cristo passaram de mão em mão, numa linha ininterrupta. E hoje, é um tanto constrangedor admitir que somos guiados por um argentino, mas… Francisco, tu és Pedro!!!
Muitos desses bispos de Roma – que depois o povo passou a chamar de Papa (papai) – foram grandes santos; outros não foram nem mesmo bons cristãos. Mas todos eles, ao ensinar para toda a Igreja sobre questões de fé e moral, foram infalíveis. Por que Jesus prometeu que as portas do Inferno jamais prevaleceriam sobre a Igreja.
Em 1950, arqueólogos descobriram um sinal bombástico e comovente da veracidade dessa afirmação: os ossos de São Pedro foram encontrados numa cripta subterrânea da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O altar central fica justamente acima do ponto onde está o túmulo. Sim: sobre Simão Pedro, Jesus edificou a Sua Igreja!
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Depois disso que expomos, é ilógico negar que a Igreja Católica é a mesma igreja de Roma citada por Ireneu de Lyon. Ainda assim, vamos mostrar também o testemunho de outro bispo da Igreja primitiva: Santo Inácio de Antioquia. Cristão venerável e acima de qualquer suspeita, ele entregou sua alma no Coliseu, devorado por leões.
No Prólogo de sua Carta aos Romanos, ele escreveu: “Roma preside a Igreja na caridade”. Ok… Agora passemos à sua “Epístola aos Erminenses”. Conta pá nóis como era chamada a igreja de Roma, Santo Inácio!
“Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica.”
- Inácio de Antioquia, bispo e discípulo de São João
O que posso dizer diante disso? Me dá vontade de gritar, bem ao modo do puxador de samba do Salgueiro: “Pimba! Pimba! Ai que lindo, que liiiiiindo!”
Esse é o documento mais antigo que usa a expressão “Igreja Católica”. O segundo mais antigo é de um certo Marcião, irmão da igreja de Esmirna, escrito lá pelo ano 150. Ele relata para a igreja de Filomélio como se deu o martírio de São Policarpo, que era discípulo de João e bispo de Esmirna:
“A Igreja de Deus que vive como estrangeira em Esmirna, para a Igreja de Deus que vive como estrangeira em Filomélio e para todas as comunidades da santa Igreja católica que vivem como estrangeira em todos os lugares.”
- O Martírio de Policarpo. Texto da igreja primitiva de Esmirna, escrito lá pelo ano 150
Mas será que podemos botar fé nesse documento? O renomado historiador Jacques Lebreton garante que sim: “O historiador das origens da religião cristã não poderia desejar um texto mais autorizado” (J. Lebreton, Histoire du dogme de la Trinité, t. II, Paris, 1928, p.200). Aliás, esse texto foi lido e altamente recomendado em um culto evangélico pela pastora e cantora golpel Ana Paula Valadão.
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Sim, acredite. Mesmo ela reconhece que a Igreja primitiva já era chamada de “católica” pelos cristãos (tem vídeo).
Lucas F., espero que tenha ficado bem claro que a Igreja Católica não é uma dissidência da Igreja primitiva, mas sim a sua continuidade. Ela é a Esposa única (Jesus não é polígamo), a guardiã de Sua Palavra e a legítima herdeira de Seus bens. Fechamos com a bela observação de Ana Paula Valadão, na sua pregação sobre o martírio de Policarpo:
“Irmãos, naquela época não tinha igreja protestante. Glória a Deus, aleluia! Vamos aprender dos nossos pais.”
- Ana Paula Valadão
Sim! Vamos acolher a palavra dos primeiros padres, Ana Paula. Eu, você, o Lucas F. e o mundo inteiro! Temos coragem para isso?
Grande abraço, e que a Virgem Maria sempre te guarde, Lucas F.!

Fonte: O atequista