Milagre o Testemunho da Verdade

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Refutando Júlio Severo, Parte II: A mentira sobre a Inquisição






INTRODUÇÃO

Nesta matéria vamos continuar a resposta católica às mentiras sobre a história da Igreja que o senhor Júlio Severo nos fez o desfavor de publicar em seu site.  Desta vez iremos tratar sobre o tema principal sobre a inquisição, que é tratado da pior forma possível sem qualquer referencia bibliográfica séria e sem qualquer cuidado com o que escreve.
Nossa primeira resposta sobre a mentira na proibição da leitura da Bíblia pode ser lida aqui.

UMA BIBLIOGRAFIA SÉRIA AO SR. JÚLIO SEVERO

1 - Sete mentiras sobre a Igreja Católica – Phd Daiane Moczar
2 - Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental - Phd Thomas e. Woods jr.
3 - Inquisição espanhola: uma revisão histórica – Doutor Henry Kamen
4 - Inquisição: história, mito e verdade - Phd Joseph Bernard
5 - A inquisição em seu mundo – Doutor João Bernardino Gonzaga
6 - Para entender a inquisição – Professor Doutor Felipe Aquino
7 - Inquisição – Doutor Edward Peters
8 – Atas do Simpósio Internacional Sobre a Inquisição – Doutor Augustino Borromeu

PENA DE MORTE PARA HEREGES E 
CRIMINOSOS NA BÍBLIA

Antes de tudo temos que mostrar ao Júlio Severo que a Pena de Morte tanto para criminosos quanto para hereges e inimigos do povo de Deus, era prevista pela bíblia:
Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, CERTAMENTE MORRERÁ; SERÃO APEDREJADOS; O SEU SANGUE SERÁ SOBRE ELES.” (Lev 20, 27 )
A feiticeira não deixarás viver.” (Exo 22, 18)
Aquele que ferir mortalmente um homem, será morto.” (Êxodo 21, 12)
Aquele que ferir seu pai ou sua mãe, será morto.” (Êxodo 21, 15)
Aquele que furtar um homem, e o tiver vendido, ou se este for encontrado em suas mãos, será morto.” (Êxodo 21, 16)
E quem matar a alguém certamente morrerá.” (Lev 24, 17)
Pela manhã DESTRUIREI TODOS OS ÍMPIOS DA TERRA, PARA DESARRAIGAR DA CIDADE DO SENHOR TODOS OS QUE PRATICAM A INIQÜIDADE.” (Salmo 101(100) 8 )
Paulo, porém, disse: Estou perante o tribunal de César. É LÁ QUE DEVO SER JULGADO. NÃO FIZ MAL ALGUM AOS JUDEUS, COMO BEM SABES. SE LHES TENHO FEITO ALGUM MAL OU COISA DIGNA DE MORTE, NÃO RECUSO MORRER. Mas, se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém tem o direito de entregar-me a eles. Apelo para César!” (Atos 25, 10-11)
Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; QUER AOS GOVERNADORES, COMO POR ELE ENVIADOS PARA CASTIGO DOS MALFEITORES, e para louvor dos que fazem o bem.” (I Pedro 2, 13-14)
Perto destas citações bíblicas a inquisição era fichinha, levando em conta que só condenava hereges que eram criminosos em potencial ou perturbadores da sociedade e após um acurado julgamento.
Existem vários outros casos da expulsão, condenação a morte de pagãos e idólatras na bíblia, porém os versículos já mostrados são suficientes para termos a ideia que a inquisição em raros os casos, só seguia aquilo que também a bíblia já trazia.

JOÃO PAULO II PEDIU PERDÃO PELOS 
“CRIMES” DA INQUISIÇÃO?

Depois de nos dar uma passagem recortada e totalmente contextualizada do site Zenit sobre o pronunciamento do papa sobre a inquisição, Júlio Severo profere:
Temos então a declaração clara do papa: os católicos da Inquisição estavam em pecado e se afastaram do espírito de Cristo e de seu Evangelho. Mais claro que isso impossível.
“Católicos que elogiam ou desculpam a Inquisição entram em choque com João Paulo II, envergonham o verdadeiro Evangelho e evidenciam que desconhecem as posições de seus próprios líderes. Querem ser mais católicos do que o papa e no final acabam defendendo o crime, a tortura e o assassinato de inocentes. Acabam pecando e defendendo o pecado.”
A defesa da Inquisição é uma agressão a mim, que sou evangélico e também colunista do Mídia Sem Máscara. Juntamente com os judeus, os evangélicos foram os mais massacrados pela Inquisição. Por isso, a defesa da Inquisição é uma agressão a outros colunistas do MSM que são evangélicos, judeus, ortodoxos e até ateus.
Novamente uma pérola, ou mesmo uma falta de honestidade em ler um artigo que ele retirou uma passagem dizendo que o papa pediu perdão sobre a inquisição.  O que realmente o papa falou:
Ante a opinião pública, a imagem da Inquisição representa de alguma forma o símbolo deste antitestemunho e escândalo. Em que medida esta imagem é fiel à realidade? Antes de pedir perdão é necessário conhecer exatamente os fatos e reconhecer as carências ante as exigências nos casos em que seja assim. Este é o motivo pelo qual o Comitê pediu a consulta de historiadores, cuja competência científica é universalmente reconhecida. (CONFIRA NO ZENIT)
Ou seja, o papa, depois do estudo profundo de historiadores renomados, no Simpósio Internacional sobre a inquisição, reconheceu que houve casos onde as pessoas exageraram, ele não pediu perdão sobre a inquisição em geral que foi justa e reta, por este mesmo motivo o papa fala sobre “os filhos da Igreja” e não sobre a Igreja em si, já que os casos particulares de erros não eram a intenção do tribunal do Santo Oficio.
Este mesmo Simpósio Internacional citado como bibliografia para o senhor Júlio Severo no inicio deste artigo, com dezenas de historiadores renomados liderados por Augustino Borromeu, concluiu que:
Na Espanha, de 1540 a 1700, foram celebrados 44.674 juízos por tribunais inquisidores e foram mortas quase 2% (para precisão, 1,8%) das pessoas julgadas; outros 1,7% foram condenados em contumácia, ou seja, não foram justiçados pessoalmente, mas em lugar delas foram queimados ou enforcados fantoches.
Sobre o tema da bruxaria, contou que na Espanha foram queimadas naqueles anos 59 bruxas; em Portugal, 36, e na Alemanha, 25.000. Neste último país, as condenações não foram só dos tribunais da Inquisição.

Com essas cifras, precisou-se que o recurso à tortura e a condenação à pena de morte não foram tão freqüentes como por muito tempo se acreditou.
E também:
A Inquisição exerce uma obsessão nas memórias e no imaginário como mito da intolerância e da violência, que brotaram do profundo da própria cristandade” (Leia mais aqui)

Segundo os maiores historiadores da atualidade a inquisição está longe de ser aquilo que Júlio Severo pensa que ela é, e também do que a maioria dos apedeutas caluniadores propagam internet a fora.

UM ATIVISTA PRÓ-VIDA PODE DEFENDER A INQUISIÇÃO?


Diz o sofista Júlio Severo:
A resposta ao título deste artigo é: Claro que não! Eu, por exemplo, nunca defendi nenhum tipo de Inquisição e, se algum dia eu vier a fazer isso, terei evidentemente de abandonar a luta pró-vida, pois não faz sentido agir seletivamente condenando um genocídio e apoiando outro.
Raciocínio torto, totalmente “non sense”. Somos a favor de punir bandidos e hereges criminosos assim como a bíblia fez, e não inocentes que nunca fizeram nada, que não podem ter defesa ou argumentar em seu próprio favor. Esse raciocínio é o equivalente a dizer: quem é contra prender uma criança durante 10 anos numa cela, não pode ser a favor de prender um criminoso por 10 anos numa cadeia”. A tese contrária é verdadeira Quem é a favor do aborto não pode ser contra a pena de morte. Se alguém defende o assassinato de uma criança inocente, não poderá ser contra a execução de um bandido.

Carlos Eduardo Nunes, o Cadu, atrás das grades - mas por pouco tempo.
Carlos Eduardo Nunes, o Cadu, atrás das grades – mas por pouco tempo.



Júlio Severo acha que a inquisição julgava gente inocente e não criminosos e hereges pertubadores, como os cátaros que propagavam seus crimes e heresias por toda a França, matando crianças, mulheres grávidas e propagando o suicídio por inanição. Eu queria que ele tivesse vivido na época dos cátaros e que algum visitasse a casa dele, ai ele iria dar total apoio a inquisição.
Seguindo a lógica de Júlio Severo, será que a bíblia pode ser usada a favor da causa pró-vida depois de todas as passagens que foram mostradas mais acima?

OS TAIS “FAMOSOS CRISTÃOS QUE FORAM MORTOS PELA INQUISIÇÃO”
A primeira falácia de Jan Hus:
Jan Huss (1373–1415) Era um líder católico na atual República Checa. Ele pregava na língua do povo, citando versículos da Bíblia na língua checa. Na época, a missa era toda realizada em latim, e o povo nada entendia. Huss começou a abrir a Bíblia para o povo.
De onde é que ele tirou isso? Do WikiPedia?
Como Júlio Severo sabe tanto de história da Igreja quanto um criança de 5 anos, ele não sabe que a parte em latim da Missa é apenas as orações e o cânon, a bíblia era lida em vernácula e a pregação também em vernáculo, não há qualquer sentido pregar em Latim, como ele sonha  que a Igreja pregava, para pessoas que não entendiam, não há qualquer sentido. A questão do uso do latim para as traduções da bíblia e em partes da Missa, eu já expliquei no primeiro artigo, sobre a questão da leitura da bíblia.
Certo que John Huss foi sim condenado, mas não por pregar a bíblia, coisa que todos os padres faziam, mas por causar agitos populares negando a doutrina da Cristã. Quem deseja conhecer a realidade sobre a história de Jan Hus é melhor ler um artigo sério e imparcial da enciclopédia Católica disponível em inglês aqui.

A falácia sobre Jerônimo de Savonarola

Jerônimo Savonarola (1452-1498) Nascido em Florença, Itália, pregava, como um dos profetas hebreus, para vastas multidões que enchiam sua catedral. Seus sermões eram contra a sensualidade e o pecado da cidade e os vícios do papa. Foi enforcado e queimado na grande praça de Florença, dezenove anos antes das 95 teses de Lutero.
Bem, além de eu duvidar muito do Júlio Severo saber o conteúdo das 95 teses de Lutero, ele acusa a inquisição de ter queimado Jerônimo Savonarola, a inquisição não o queimou, ele foi condenado a fogueira por seus inimigos, acusado de heresia, ele era considerado um santo por muitos, não negava a doutrina da Igreja. Foram seus inimigos, por ele denunciar muitas coisas erradas que armaram contra ele e ele foi queimado.
Mentira Sobre William Tyndale e o tiro no pé de Júlio Severo:
William Tyndale (1494-1536) Tyndale graduou-se na Universidade de Oxford em 1515, onde estudou as Escrituras no hebraico e no grego. Aos trinta anos, fez uma promessa de que traduziria a Bíblia para o inglês para que todo o povo, desde o trabalhador do campo até os ricos dos palácios, pudesse ler e compreender as Escrituras em sua própria língua. Na época, a Igreja Católica proibia rigidamente qualquer pessoa leiga de ler a Bíblia[...]. Foi condenado a morrer na fogueira em praça pública e, para impedir que morresse cantando hinos, foi estrangulado. Para assistir ao surpreendente filme da vida e martírio de Tyndale, clique neste link:http://youtu.be/-qnuhulvPB4
Será que o Júlio Severo assistiu mesmo o filme que ele colocou, ou é o filme que é mentiroso mesmo?
Tyndale foi morto por protestantes na Bélgica um pais que nem era mais católico na época. Ele morreu a mando do rei Henrique VIII, isto mesmo, aquele que fundou a Igreja Anglicana, e isso quando já havia abandonado a fé católica e já criado sua Igreja.
Tyndale como qualquer outro herege protestante, dizia que propagaria a bíblia, mas a falsificou. Que vontade de todos acessarem a bíblia” é essa?  As traduções de Tyndale foram banidas pelas autoridades e o próprio Tyndale foi queimado na fogueira em 1536 em Vilvoorden, Bélgica, sob a instigação de agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana.
A esdrúxula mentira de quem rezasse em vernácula seria morto:
A proibição da leitura da Bíblia agravou-se de tal maneira que se uma criança recitasse a oração do “Pai Nosso” em inglês toda a sua família era condenada a ser queimada na estaca. William Tyndale, que conheceu Lutero, concluiu a tradução do Novo Testamento em 1525. Não só líderes cristãos foram martirizados, mas populações de cidades e regiões inteiras na Europa foram massacradas pelos agentes da inquisição.
Mas de onde é que este senhor retirou este negócio aqui? Por favor, Júlio Severo, me traga um só livro ou testemunho da época que tragam massacres realizados pela Igreja. Me traga um só “reformador” protestante que diga que a Igreja massacrava em massa. Eu não sei de onde ele tirou isso, mas nem vou me esforçar a entender por que isto é demais.


LUTERO VÍTIMA DA INQUISIÇÃO?

Diz Júlio Severo:
Só não posso citar Martinho Lutero (1483-1546) como um dos muitos mártires da Inquisição, pois a perseguição papal contra ele foi um fracasso. O papa da época realmente chegou a excomungar Lutero, o que significava que qualquer autoridade civil poderia matá-lo, mas providencialmente Deus usou as autoridades para protegê-lo.
Onde é que está o escrito de Lutero falando que ele foi vítima da inquisição, e que ele iria ser morto pela inquisição? Onde é que está o escrito de Lutero onde ele fala de atrocidades cometidas pela inquisição? O senhor pode nos trazer aqui? Lutero recebeu a excomunhão do papa e a queimou, se ele estivesse preso, ele não teria como queimar sua carta de excomunhão, mas nem isso Júlio Severo imagina. Lutero foi julgado e excomungado, não lhe incorreu nenhuma pena de morte, mostrando que a inquisição não matava ninguém por qualquer coisa.
Também, Lutero era totalmente a favor do controle de seus inimigos a base da espada como atestam vários historiadores protestantes e seculares, e os próprios escritos de Lutero.
Lutero sobre a supressão de seus inimigos:
É dever das autoridades resistir e punir essa blasfêmia pública.” (Grisar, VI, 240)
Não apenas o poder espiritual, mas também o poder secular deve servir ao evangelho, quer voluntariamente, quer não. (Grisar, VI, 245)
Os homens desprezam o evangelho e insistem em ser compelidos pela lei e pela espada. (Grisar, VI, 262; EA, III, 39; carta para Georg Spalatin)
Se eu tivesse todos os frades franciscanos em uma casa, eu tocaria fogo nela… Ao fogo com eles!” (Grisar, VI, 247; Table Talk [editado por Mathesius], 180; verão 1540)
É dever suprimir o Papa à força. (Grisar, VI, 245; EN, IV, 298)
Os poderes espirituais [...] e também os temporais, terão que sucumbir ao evangelho, ou por amor ou pela força, como é claramente provado por toda a história bíblica.” (Janssen, III, 267; carta para Frederick, Elector da Saxônia, 1522)
Morte e supressão a católicos:
Há outros que ensinam em oposição a alguns artigos de fé relacionados que é manifestamente fundamentado nas Escrituras e professado pelos bons cristãos ao redor de todo o mundo, como os que são ensinados às crianças, no credo. Hereges desse tipo não devem ser tolerados, mas punidos como blasfemos abertos. Se alguém quer pregar ou ensinar, deixe-o dar a conhecer o chamado ou o comando que o impele de fazê-lo, ou deixe-o manter silêncio. Se ele não vai manter-se quieto, então deixe as autoridades civis comandarem o canalha a seu legítimo mestre, nomeadamente, Mestre Hans [i.e., O Carrasco]. (Janssen, X, 222; EA, Bd. 39, 250-258; Comentário no 82º Salmo, 1530; cf. Durant, 423, Grisar, VI, 26-27)
Aqueles sediciosos artigos de doutrina deveriam ser punidos pela espada, sem que houvesse necessidade de mais provas. Para o resto, os Anabatistas mantêm princípios relativos ao batismo de crianças, ao pecado original e inspiração, que não tem conexão com a Palavra de Deus, e são na verdade opostos a isso. Autoridades seculares são também compelidas a restringir e punir manifestamente falsas doutrinas, por pensar que desastre aconteceria se crianças não fossem batizadas? Além disso, os Anabatistas separam-se de igrejas e estabelecem um ministério e congregação próprios, que é também contrário à ordem de Deus. De tudo isso, se torna claro que as autoridades seculares estão compelidas a infligir punições corporais nos ofensores. Também quando é um caso de apenas defender alguns princípios espirituais, como o batismo de crianças, pecado original e separação desnecessária, e então, nós concluímos que os sectários teimosos devem ser postos à morte.” (Janssen, X, 222-223; panfleto de 1536).
Bullinger viu a contradição no apelo de Lutero para a tradição por punição dos hereges, e pensou que isso era “verdadeiramente risível” que ele devesse de repente apelar para o fato de a Igreja ter mantido isso por tanto tempo. Se o argumento de Lutero, baseado no uso duradouro, seja admitido, e em seguida toda a própria doutrina de Lutero cai, por seu ensinamento não ser aquele que a Igreja Romana manteve por tanto tempo.” (Grisar, VI, 259; Carta a Albert, Margrave of Bradenburg)
Duas fontes não Católicas bem conhecidas e respeitadas concorrem, como para o fato de a adoção da perseguição de Lutero a protestantes não Luteranos:
Em 1530 Lutero avançou na visão de que duas ofensas deveriam ser penalizadas até mesmo com morte, nomeadamente sedição e blasfêmia. Lutero interpretou mera abstenção do ofício público e serviço militar como sedição e uma rejeição de um artigo do credo dos apóstolos como blasfêmia. Em um memorando de 1531, composto por Melanchthon e assinado por Lutero, uma rejeição do ofício ministerial foi descrita como blasfêmia insuportável, e a desintegração da Igreja como sedição contra a ordem eclesial. Em um memorando de 1536, novamente composto por Melanchthon e assinado por Lutero, a distinção entre os Anabatistas pacíficos e os revolucionários foi obliterada. (Bainton, 295)
Em 1530, em seu comentário no 82º salmo, ele aconselhou aos governantes a darem sentença de morte a todos os hereges que pregaram sedição ou contra a propriedade privada, e àqueles que ensinaram contra um manifesto artigo de fé. (WA, XXXI, 1, 208 ff.)
Outros escritos do próprio Lutero:
Mesmo os incrédulos deveriam ser forçados a obedecer aos Dez Mandamentos, ir à igreja e exteriormente conformar-se. (Carta de August 26, 1529 para Joseph Metsch)
Por favor, Júlio Severo, nos faça o favor de estudar história. Leia os escritos do pai do protestantismo e depois repense antes de escrever matérias esdrúxulas.

A INQUISIÇÃO MATOU MILHARES DE PESSOAS? QUESTIONÁRIO AO JÚLIO SEVERO!
Segundo Júlio Severo a inquisição pregava uma cultura de morte, trucidava cidades e famílias inteiras, pois bem, vamos fazer algumas perguntas ao sr. Júlio Severo, para se ele ler, ver se consegue nos responder:
1 - Já que a inquisição matou milhões de pessoas, me cite, por favor, o nome de 100 pessoas mortas pela inquisição, o que não será uma tarefa tão difícil já que conseguiram contabilizar milhões de pessoas mortas, me trazer-nos o nome de 100 é uma tarefa muito fácil.
2 – Me cite um só documento da Igreja mandando matar quem lesse a bíblia, ou rezasse em língua vernácula.
3 – Veja a foto:
Essa é a variação da população da Europa, logo nos anos que a inquisição começou e estava em seu ápice, a população da Europa cresceu em mais de 1/3 ou seja de 1200 a 1300 cresceu em um número de 20 milhões, bem nos tempo que se instaurou a inquisição.
Em 1300 veio a peste negra que matou 40 milhões de pessoas então a sua população reduziu quase pela metade como se pode ver no gráfico, depois  de erradicada a peste negra a população voltou a crescer vertiginosamente.
A pergunta é: onde estão os milhões de pessoas mortas pela inquisição? Pois, nos anos que se instaurou a inquisição a Europa cresceu, a não ser quando a peste chegou que matou metade da população.
Por favor historiador Júlio Severo me dê uma explicação de onde é que vinham os 100 milhões, 30 milhões ou 10 milhões de pessoas mortas pela inquisição? Já que em nenhum gráfico populacional ou pesquisa demográfica a respeito dessa época dá pra ver uma redução de milhões de pessoas por uma outra causa qualquer a não ser a peste negra?
4 – Por favor, me diga como é que fizeram para contabilizar o tanto de pessoas mortas na inquisição, já que não podem trazer sequer um documento falando sobre matanças desencadeadas ou pelo menos o nome de algumas centenas delas?
5 – Por favor, me mostre escritos de pessoas ou historiadores da época isto é de 1231 à 1500 anos ápices da inquisição, relatando a matança desencadeada e coletiva de pessoas por simples casos de bruxaria ou heresia.
6 – Se não conseguiu responder a questão 5 e 4, me diga por que então acredita em lendas, criadas por pessoas centenas de anos após os fatos ocorridos e ignoram que não existe nenhum relato da época sobre a matança geral e nem mesmo espaço na demografia da época para a morte de milhões de pessoas?

A INQUISIÇÃO PROTESTANTE
Agora a pérola histórica de Júlio Severo:
A tal “Inquisição Protestante” só existe em livros católicos. Procurando na Enciclopédia Britânica, edição de 1911, nada encontrei sobre “Inquisição Protestante.” Mas encontrei farto material sobre a “Inquisição Católica.” Em todo caso, mesmo que tivesse existido uma “Inquisição Protestante”, nunca no meu blog ou no meu Facebook eu elogiei ou sugeri tal inquisição para os católicos.
O que é mais engraçado nesta afirmação é que ele diz que procurou na Enciclopédia Britânica e não achou nada, o que mostra que realmente  o Júlio Severo não tem sequer uma bibliografia sobre o assunto, procura um índice em uma enciclopédia o que achou é verdade para ele, mas o que ele não achar lá, é por que nunca existiu, como que a enciclopédia britânica trará todos os assuntos do mundo e que não pudesse ser parcial, justamente por ser produzida em um pais protestante.
Embora já coloquei diversos livros como bibliografia no início deste artigo, vou satisfazer a vontade do senhor Júlio Severo e colocar aqui dezenas de autores não católicos e até mesmo os reformadores protestantes atestando sobre a inquisição protestante, para ensinar a ele um pouco da história do protestantismo. Estas citações foram retiradas da matéria do Dave Armstrong sobre a inquisição protestante que publicaremos neste mesmo site nos próximos dias, em português.
Começamos pelo dicionário de Oxford:
Os próprios reformadores... isto é, Lutero, Beza, e Especialmente Calvino, eram intolerantes aos dissidentes católicos Romanos. ( Dicionário da Igreja Cristã de Oxford -  Referência 1383)
Janssen nos conta as visões dos principais “reformadores” a esse respeito:
Lutero ficava satisfeito com a expulsão dos católicos. Melanchthon era favorável à imposição de penas corporais contra eles [. . .] Zwinglio sustentava que, caso necessário, o massacre de bispos e padres era obra ordenada por Deus. (Janssen, V, 290)
A Zurique sob Zwinglio definitivamente não era um paraíso de liberdade cristã:
A presença nos sermões . . . era convocada sob ameaça de punição; todo ensinamento e culto da Igreja que desviasse das prescrições eram passíveis de punição. Mesmo fora do distrito de Zurique os clérigos não estavam autorizados a rezar a Santa Missa e tampouco os leigos autorizados à frequentá-la. Chegou a ser proibido, ‘sob pena de severo castigo, manter fotos ou imagens mesmo que na privacidade de casa’. . . O exemplo de Zurique foi seguido por outros cantões (províncias) suíços. (Janssen, V, 134-135)
A Santa Missa foi abolida de Zurique em 1525 (Dickens, 117).
O progresso delas foi marcado pela destruição de igrejas e o incêndio de monastérios. Os bispos de Constance, Basle, Lausanne e Genebra foram forçados a abandonar suas arquidioceses. (Daniel-Rops, 81-82)
William Farel, que precedeu Calvino em Genebra, ajudou a abolir a Santa Missa, em agosto de 1535, a invadir as igrejas todas, e a fechar os quatro monastérios e o convento da cidade.(Harkness, 8)
O sermão dele em St. Peter's foi ocasião de várias rebeliões; estátuas foram quebradas, pinturas destruídas, e tesouros da Igreja, no valor de 10,000 crowns, desapareceram. (Hughes, 226-227)
Martin Bucer . . . embora desejoso de ser reconhecido como ponderado e pacífico. . . defendeu abertamente ‘o poder das autoridades sobre as consciências’ . Ele jamais descansou até, em 1537. . . conseguir a supressão total da Santa Missa em Augsburgo. Por conta de sua instigação, várias pinturas finas, monumentos e obras de arte da antiguidade foram desenfreadamente rasgados, quebrados e destruídos. Qualquer pessoa que se recusasse à submissão e frequentasse culto público era obrigada a sair dos limites da cidade em até 8 dias. Cidadãos católicos foram proibidos, sob severas penas, de participar de cultos católicos em outras localidades... Em outras… cidades, Bucer também não deixou de agir com violência e intolerância, por exemplo, em Ulm, onde ele ajudou Oecolampadius . . . em 1531, e em Estrasburgo . . . Onde, em 1529, após o Conselho da Cidade ter proibido o culto católico, os conselheiros requisitaram pregadores para ajudar a preencher as igrejas vazias emitindo ordens que prescreviam o comparecimento nos sermões. (Grisar, VI, 277-278)
Em 1522 uma turba forçou a entrada na igreja de Wittenberg, nas portas da qual Lutero havia pregado suas teses, e destruíram todos os seus altares e estátuas, e ... expulsaram os clérigos. Também foi assim em Rotenburg, em 1525, a figura de Cristo foi decapitada... Em 9 de fevereiro de 1529, tudo o que anteriormente era reverenciado na bela e antiga catedral de Basle, na Suíça, estava destruído . . . Esses exemplos de brutalidade e fanatismo poderiam ser citados aos montes. (Stoddard, 94)
[Em] Constance, em 10 de março de 1528, a fé católica estava plenamente interditada… pelo Conselho [...] 'Não há direito algum além daqueles previstos nos evangelhos como agora interpretados'[...] Altares foram demolidos [...] os órgãos foram removidos como sendo obras de idolatria[...] tesouros da igreja foram enviados ao fisco. (Janssen, V, 146)
Na Escócia, John Knox e companhia criaram legislação na qual:
Era [...] proibido rezar a Santa Missa ou estar nela presente, sob pena de, para a primeira transgressão, o perdimento de todos os bens e espancamento; na segunda transgressão, o banimento; e na terceira, a morte. (Hughes, 300)
Knox, como quase todo Fundador Protestante, estava persuadido de que “tudo o que nossos adversários fazem é diabólico”. Ele se alegrava com isso:
. . . perfeito ódio que o Espírito Santo engendra nos corações dos eleitos de Deus contra os detratores de Seus sagrados estatutos. (John Knox, History of the Reformation in Scotland, New York: 1950, Introduction, 73)
Lutero estava na vanguarda dessa notável inquisição contra a prática católica:
É dever das autoridades resistir e punir essa blasfêmia pública.” (Grisar, VI, 240)
Não apenas o poder espiritual, mas também o poder secular deve servir ao evangelho, quer voluntariamente, quer não.” (Grisar, VI, 245)
Lutero tinha decidido, por volta de 1527, que:
Os homens desprezam o evangelho e insistem em ser compelidos pela lei e pela espada. (Grisar, VI, 262; EA, III, 39; carta para Georg Spalatin)
Mesmo que eles não acreditem, eles devem, ainda assim… ser levados à pregação, para que então eles pelo menos aprendam as obras exteriores da obediência. (Grisar, VI, 262; em 1529)
Embora nós não possamos e nem devamos forçar alguém na fé, ainda assim as massas devem ser detidas e levadas à ela, para que aprendam o que é certo ou errado.” (Grisar, VI, 263; WA, XXX, 1, 349; Preface to Smaller Catechism, 1531)
É nosso costume amedrontar aqueles que [...] não aparecem na pregação; e ameaçar com banimento e com a lei [...] Caso eles se provem contumazes, excomunguemos-los […] como se fossem pagãos. (Grisar, VI, 263; EN, IX, 365; carta para Leonard Beyer, 1533)
Embora a excomunhão no papado tenha sido vergonhosamente abusada...  mesmo assim não devemos aboli-la, mas fazer bom uso dela, como Cristo mandou. (Durant, 424-425)
Melanchthon pediu ao Estado que compelisse o povo a frequentar os cultos protestantes (Durant, 424). Mais tarde, na Saxônia (1623), mesmo a confissão auricular e a Eucaristia tornaram-se estritamente obrigatórias por lei, passíveis de punição por banimento. (Grisar, VI, 264) Calvino, em Genebra, também empurrou a coerção religiosa a um grau absurdo.
Os estados protestantes não questionaram que professores de doutrinas desaprovadas devessem ser impedidos de pregar. Nem questionaram que o estado devesse usar leis para encorajar a ida aos cultos. Na Inglaterra anglicana e a Alemanha luterana, Holanda reformada… os cidadãos também estavam sujeito à sanções caso não tivessem uma boa razão para faltar ao culto de suas paroquias. (Chadwick, 398)
Se eu tivesse todos os frades franciscanos em uma casa, eu tocaria fogo nela… Ao fogo com eles! (Grisar, VI, 247; Table Talk [editado por Mathesius], 180; verão 1540)
É dever suprimir o Papa à força. (Grisar, VI, 245; EN, IV, 298)
Os poderes espirituais [...] e também os temporais, terão que sucumbir ao evangelho, ou por amor ou pela força, como é claramente provado por toda a história bíblica. (Janssen, III, 267; carta para Frederick, Elector da Saxônia, 1522)
Zwinglio também tinha notórias tendências militaristas:
Zwinglio chegou a declarar que o massacre dos bispos era necessário ao estabelecimento de um Evangelho puro. . . Em 4 de maio de 1528, ele escreveu: ‘Os bispos não desistirão de sua fraude... até um segundo Elias aparecer para fazer chover espadas sobre eles. . . É mais sábio arrancar for a um olho cego do que deixar o corpo todo corromper-se.’” (Janssen, V, 180; Zwingli's Works, VII, 174-184)
Zwinglio foi morto, com outros 24 pregadores zwinglianos, na batalha de Kappel, a algumas milhas ao sul de Zurique, em 11 de outubro de 1531. Lutero ficou contente ao receber a notícia. Esse evento deve ter ajudado a fazer do sucessor de Zwinglio, Bullinger, o mais suave e moderado de todos os fundadores do protestantismo.
Há outros que ensinam em oposição a alguns artigos de fé relacionados que é manifestamente fundamentado nas Escrituras e professado pelos bons cristãos ao redor de todo o mundo, como os que são ensinados às crianças, no credo. Hereges desse tipo não devem ser tolerados, mas punidos como blasfemos abertos. Se alguém quer pregar ou ensinar, deixe-o dar a conhecer o chamado ou o comando que o impele de fazê-lo, ou deixe-o manter silêncio. Se ele não vai manter-se quieto, então deixe as autoridades civis comandarem o canalha a seu legítimo mestre, nomeadamente, Mestre Hans [i.e., O Carrasco]. (Janssen, X, 222; EA, Bd. 39, 250-258; Comentário no 82º Salmo, 1530; cf. Durant, 423, Grisar, VI, 26-27)
Aqueles sediciosos artigos de doutrina deveriam ser punidos pela espada, sem que houvesse necessidade de mais provas. Para o resto, os Anabatistas mantêm princípios relativos ao batismo de crianças, ao pecado original e inspiração, que não tem conexão com a Palavra de Deus, e são na verdade opostos a isso. Autoridades seculares são também compelidas a restringir e punir manifestamente falsas doutrinas, por pensar que desastre aconteceria se crianças não fossem batizadas? Além disso, os Anabatistas separam-se de igrejas e estabelecem um ministério e congregação próprios, que é também contrário à ordem de Deus. De tudo isso, se torna claro que as autoridades seculares estão compelidas a infligir punições corporais nos ofensores. Também quando é um caso de apenas defender alguns princípios espirituais, como o batismo de crianças, pecado original e separação desnecessária, e então, nós concluímos que os sectários teimosos devem ser postos à morte.” (Janssen, X, 222-223; panfleto de 1536).
Bullinger viu a contradição no apelo de Lutero para a tradição por punição dos hereges, e pensou que isso era “verdadeiramente risível” que ele devesse de repente apelar para o fato de a Igreja ter mantido isso por tanto tempo. Se o argumento de Lutero, baseado no uso duradouro, seja admitido, e em seguida toda a própria doutrina de Lutero cai, por seu ensinamento não ser aquele que a Igreja Romana manteve por tanto tempo.”  (Grisar, VI, 259; Carta a Albert, Margrave of Bradenburg)
Consistência lógica nunca foi um dos pontos fortes de Lutero.
Grisar atesta:
Que todo seguidor do Evangelho dele, esteve compelido a considerar todas as opiniões que divergiram das dele como heresias ateias. Ele nunca duvidou a partir do momento em que ele descobriu seu novo Evangelho. (Grisar, VI, 238)
Duas fontes não Católicas bem conhecidas e respeitadas concorrem, como para o fato de a adoção da perseguição de Lutero por protestantes não Luteranos:
Em 1530 Lutero avançou na visão de que duas ofensas deveriam ser penalizadas até mesmo com morte, nomeadamente sedição e blasfêmia. Lutero interpretou mera abstenção do ofício público e serviço militar como sedição e uma rejeição de um artigo do credo dos apóstolos como blasfêmia. Em um memorando de 1531, composto por Melanchthon e assinado por Lutero, uma rejeição do ofício ministerial foi descrita como blasfêmia insuportável, e a desintegração da Igreja como sedição contra a ordem eclesial. Em um memorando de 1536, novamente composto por Melanchthon e assinado por Lutero, a distinção entre os Anabatistas pacíficos e os revolucionários foi obliterada. (Bainton, 295)
É instrutivo observar como Lutero se moveu da tolerância para o dogma como poder dele e certamente cresceu. Em 1520 Lutero ordenou “todo homem um padre” e adicionou “nós deveríamos vencer hereges com livros, não com queimadas. (Carta Aberta à Nobreza Cristã, Trabalhos de Lutero, Filadélfia, 1943, I, 76, 142)
Mas um homem que possuiu a certeza de ter a Palavra de Deus não pôde tolerar sua contradição. Em meados de 1529 ele estava desenhando algumas distinções delicadas.
Mesmo os incrédulos deveriam ser forçados a obedecer aos Dez Mandamentos, ir à igreja e exteriormente conformar-se. (Carta de August 26, 1529 para Joseph Metsch)
Em 1530, em seu comentário no 82º salmo, ele aconselhou aos governantes a darem sentença de morte a todos os hereges que pregaram sedição ou contra a propriedade privada, e àqueles que ensinaram contra um manifesto artigo de fé. (WA, XXXI, 1, 208 ff.)
Nós deveríamos notar, entretanto, que rumo ao fim de sua vida, Lutero retornou ao seu sentimento inicial por tolerância. Em seu último sermão ele aconselhou o abandono de todas as tentativas de destruir a heresia por força.” (Will Durant, 420-430)
Kurt Reinhardt, autor dos dois volumes de História da Alemanha, escreveu:
A igreja “invisível” que Lutero teve a esperança de estabelecer nos corações dos fiéis cresceu em uma tão visível instituição humana. Lutero viu-se compelido a mantê-la à força e se virar contra os próprios princípios de liberdade individual e tolerância. Os ideais de liberdade espiritual, julgamento individual e pura intimidade de Lutero na verdade nunca foram corporificados na completa estrutura de sua igreja; a maior parte das ideias que o levaram à quase ruptura com Roma teve que procurar refúgio no abrigo dessas seitas separatistas que foram perseguidas a ferro e fogo pelas três igrejas reformadas. (Alemanha: 2000 Anos, I, Nova Iorque: Ungar, edição revisada de 1961, 235, 237)
Pode-se imaginar como os judeus poderiam passar por essa atmosfera intolerante entre cristãos, reais ou de fachada. Para os judeus, Lutero aconselhou:
Deixe que suas casas sejam aniquiladas e destruídas. Deixe que seus livros de orações e Talmuds sejam tirados deles, assim como suas Bíblias Sagradas. Deixe que seus rabinos sejam proibidos, na dor da morte, de ensinar mais doravante. Deise que as ruas e estradas sejam fechadas contra eles. Deixe que eles sejam proibidos de praticar a usura, e deixe que todo o dinheiro, todos os tesouros de prata e ouro deles sejam tirados e guardados em algum lugar em segurança. E se tudo isso não for suficiente, deixe que eles sejam dirigidos como cachorros loucos para fora da terra.” (EA, XXXII, 217-233; Durant, 422; Sobre os Judeus e Suas Mentiras, 1543; Durant cita como sendo sua fonte Janssen, III, 211-212)
O mais triste é que anteriormente Lutero falou com mais tolerância sobre os judeus. Agora, como um velho homem que foi sitiado com doença, frustração, dissenção e decepção (mas em tempos atormentado pela dúvida), ele soltou sua língua com consequências incalculáveis novamente.
As intolerância de Melanchthon:
Melanchthon aceitou a presidência da inquisição secular que suprimiu os Anabatistas na Alemanha com prisão ou morte. “Por que deveríamos ter mais pena desses homens do que Deus tem?” ele perguntou, por pensar que Deus tinha destinado todos os Anabatistas para o inferno.”  (Durant, 423)
Uma inquisição regular foi estabelecida em Saxony, com Melanchthon no banco, e sob isso muitas pessoas foram punidas, algumas com morte, outras com prisão perpétua, outras com exílio. (Smith, 177)
Mesmo que os Anabatistas não defendessem nada sedicioso ou blasfemo” era, em sua opinião, “dever das autoridades colocarem-nos à morte.” (Grisar, VI, 250; BR, II, 17 ff.; Fevereiro de 1530)
No final de 1530, Melanchthon elaborou um memorando no qual defendeu um sistema regular de coerção pela espada (i.e., morte aos Anabatistas). Lutero assinou-o, com suas palavras “isso me agrada” e adicionou:
Embora possa parecer cruel puni-los pela espada, ainda assim é mais cruel deles não ensinarem nenhuma doutrina certa – e por perseguir a doutrina verdadeira”. (Grisar, VI, 251)
O teólogo protestante August W. Hunzinger conclui que:
Melanchthon estava acostumado a não perder tempo recorrendo a ferro e fogo. Isso forma uma mancha escura em sua vida. Muitos homens foram vítimas de seu memorando. (Grisar, VI, 270; Die Theol. Der Gegenwart, 1909, II, 3, 49)
Zurique de Zwinglio, sem misericórdia, perseguiu os Anabatistas:
A perseguição dos Anabatistas começou em Zurique. As sanções prescritas pelo Conselho da cidade de Zurique foram “afogamento, queimadura ou decapitação”, de acordo com o que parecia aconselhável. “É nosso desejo”, proclamou o Conselho, “de que independentemente de onde forem encontrados, sozinhos ou em companhia, eles devem ser arrastados à morte, e nenhum deles deve ser poupado”. (Janssen, V, 153-157)
Também Brucer perseguia todos os católicos e suas famílias:
No seu Dialogo, de 1535, Bucer chamou os governantes a exterminar, a ferro e fogo, todos os que professavam falsa religião, e até suas esposas, filhos e gado. (Janssen, V, 367-368, 290-291)
Como vemos a inquisição protestante é largamente citada em vários livros não católicos, e até mesmo nos próprios escritos dos “reformadores”, onde eles mostram que não se deveria tolerar quem pregasse o contrário deles.
A inquisição protestante imensamente pior que a católica, por que a inquisição católica, julgava católicos batizados e que eram hereges e criminosos perturbadores da paz comum e estes eram primeiramente julgados, depois tinham suas penas aplicadas, já a inquisição protestante, sequer as pessoas eram julgadas, elas eram apenas condenadas e mortas sem qualquer direito a defesa.

OS HOLANDESES QUERIAM DEMOCRACIA NO BRASIL?

A aula de estória do Brasil proporcionada pelo Júlio Severo:
Uma democracia protestante no meio de um país católico sob a ditadura da Inquisição.
Mas ao contrário do resto do Brasil, onde tanto protestantes quanto judeus não tinham a mínima chance de escapar das torturas e fogueiras “santas” da Inquisição, no Nordeste holandês havia liberdade religiosa. Você tinha liberdade de ser católico, protestante ou judeu. Aliás, muitos judeus vieram da Europa para viver no Brasil holandês.
Eu, como nordestino, fiquei realmente chocado com esta aula de estória do senhor Júlio Severo. Se já não tivesse visto os diversos monumentos aqui no nordeste em homenagem aos mártires católicos que morreram nas mãos dos holandeses, poderia até acreditar em sua argumentação, pois dá a parecer que ele mesmo acredita no que fala. Também, me surpreendi com a noção de que a inquisição queimava protestantes e Judeus no Brasil, como que a inquisição julgava não católicos. Júlio Severo mal sabe que a inquisição só julgava católicos, era um tribunal para católicos e não para outras religiões. Fora que não há provas históricas de julgamentos relevantes da inquisição aqui no Brasil.
Um exemplo de “tolerância” dos holandeses no nordeste, ocorreu em 03 de outubro de 1645, no Massacre de Uruaçu, onde 28 católicos foram mortos por índios e soldados holandeses durante uma Missa por não quererem aceitar o calvinismo.
Monumento em homenagem aos mártires

O massacre foi liderado por Jacob Rabbi, alemão a serviço da Holanda que vivia com os índios Tapuias, em conjunto com Paraopeba, chefe indígena, convertido ao calvinismo e ocorreu durante a celebração da missa. Logo após a elevação da hóstia, soldados holandeses trancaram todas as portas da igreja, os índios potiguares e tapuias estavam esperando e depois que invadiram o local e mataram os presentes a missa. Foram praticados atos com requintes de crueldade. Alguns tiveram o direito a despedida. A sobrevivência dependia da conversão ao Calvinismo, fato rejeitado. Suas línguas foram arrancadas para que não fizessem orações católicas. Braços e pernas foram decepados, crianças partidas ao meio e muitos corpos degolados, porém todos oraram com muita fé até a morte.
O Padre Ambrósio Francisco Ferro na escultura com o cálice na mão foi muito torturado. Mateus Moreira teve seu coração arrancado pelas costas, e mesmo com todo o sofrimento ainda pronunciou “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Ninguém renegou a Deus e nem a Igreja, morreram com fé e fidelidade. Este foi um exemplo de tolerância holandesa no nordeste protestante que Júlio Severo nos trouxe, acho que os conceitos de tolerância não são lá aqueles tradicionais.  (Mais pode ser lido aqui)
Também aqui em Salvador Bahia, no mosteiro de São Bento temos vários mártires vitimas dos holandeses enterrados, que morreram quando os holandeses tentaram invadir a Bahia.

CONCLUSÃO

Bem, já me disseram que Júlio Severo era um “intelectual”, bem, não o conheço para dizer que não, mas por estes seus textos demonstravam uma imensa ignorância histórica e uma irracionalidade que não são característica de um “intelectual” até por que um intelectual não conhecendo um assunto, ele procura estudar e fornecer fontes históricas primárias e confiáveis para suas afirmações, coisa que o senhor Júlio Severo, passou as léguas de fazer.
Ao contrário do “intelectual” mostramos aqui dezenas de fontes, imparciais e até mesmo protestantes, para provar a realidade histórica e acabar com as lendas criadas sobre o tribunal mais justo da história.

PARA CITAR

RODRIGUES, Rafael. Refutando Júlio Severo, Parte II: A mentira sobre a Inquisição. Disponível

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